Botafogo e Flamengo passam para a semifinal, mas de maneiras e com astrais totalmente diferentes

Roger comemora: foi o seu 11º gol em 16 jogos contra o Atlético-MG, sua maior vítima

Se uma das semifinais da Copa do Brasil já parece definida, a outra está 100% confirmada. Botafogo e Flamengo eliminaram seus rivais ontem à noite e reeditarão o clássico das quartas de final de 2013. O Rio de Janeiro já ferve pensando nos dois clássicos. Ainda faltam três semanas para o primeiro jogo, mas a largada vê os dois cariocas em momentos bem diferentes. O alto astral botafoguense contrasta com uma certa angústia flamenguista. É que as classificações foram muito distintas.

No Engenhão, o Botafogo de Jair Ventura talvez tenha chegado ao seu auge em termos de ideais aplicados na prática. A equipe entrou em campo carregando uma desvantagem de 1 a 0 para o Atlético-MG. Tem suas sabidas dificuldades técnicas e encararia um rival mais poderoso em termos individuais. Mas, no coletivo, sobrou: teve personalidade para abrir o placar cedo, com Joel Carli, e de cara igualar o mata-mata, anulando a vantagem mineira. Aí, foi só aplicar os conceitos do filho de Jairzinho e correr para o abraço.

O que se viu a noite toda foi um Galo com muita posse de bola e pouca efetividade. O Fogão, não: aproveitava os espaços às costas de Marcos Rocha para empilhar contra-ataques. A definição da vaga poderia ter vindo com uma goleada ainda no primeiro tempo, caso Rodrigo Pimpão fosse mais qualificado e desse melhor sequência às chances que teve em velocidade. Ainda assim, Roger fez, de cabeça, o 2 a 0 antes do intervalo. No segundo tempo, sobrou resistência. E, em mais um contragolpe, no finzinho, o lateral Gílson (aquele, ex-Grêmio 2010/11) fechou a conta do 3 a 0.

Vaga heroica, da afirmação de um time solidário e de um treinador que o tirou da zona de rebaixamento e o colocou entre os quatro melhores da Copa do Brasil e (praticamente) nas quartas de final da Libertadores. Pela sexta vez seguida, o Botafogo elimina o Atlético-MG. Foi assim nas Copas do Brasil de 2007, 2008 e 2013 e na Sul-Americanas de 2008 e 2012. A conta do Brasileirão de 1971 segue sendo paga. A última vez que o Galo levou a melhor neste duelo foi pelo Brasileiro de 1994, há longos 23 anos.

Já o clima no Flamengo é oposto. Quem só ouvisse as entrevistas pós-jogo na Vila Belmiro juraria que a classificação teria sido do Santos. A boa atuação do time de Levir Culpi na vitória de 4 a 2 deixa o clima leve, contrastando com a tensão de Zé Ricardo. A vaga veio pelo saldo qualificado, mas a atuação mais uma vez deixou a desejar. Depois da larga vantagem obtida no Rio e de estar duas vezes em vantagem, o time carioca sofreu bem mais do que o necessário. A escalação de Alex Muralha após longo tempo, e em um jogo decisivo, ainda vai obrigar o treinador a dar muitas explicações.

Brasileiros seguem adiante na Sul-Americana
Terça foi a vez da Chapecoense. Ontem, Corinthians, Ponte Preta e Fluminense passaram sem grandes sustos. O Timão fez 2 a 0 em casa no Patriotas, enquanto a Macaca fez 3 a 1 no Sol de América e o Tricolor Carioca 2 a 1 no Universidad de Quito - estes dois últimos fora de casa. Hoje deve ser a vez de o Sport confirmar a vaga diante do Arsenal de Sarandí, na Argentina (venceu por 2 a 0 em Recife). O Flamengo aplicou 5 a 2 no Palestino - o jogo de volta é dia 9. A chance de termos seis brasileiros nas oitavas é enorme. Nada menos que 14 dos 32 finalistas dos dois maiores torneios do continente devem ser daqui.

Foto: Vitor Silva/SS Press/Botafogo.

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