Usando suas alternativas, Grêmio ganha do Bahia na marra e segue na cola do líder Corinthians
Renato Portaluppi tinha duas alternativas iniciais básicas para escalar o Grêmio diante do Bahia. Sem Barrios e Miller Bolaños, as possibilidades mais óbvias, de acordo com o que foi visto nas últimas rodadas, eram escalar Maicon e adiantar Arthur para a criação ou investir em Everton como dupla de Luan no comando de ataque. A escolha foi pela primeira opção, que funcionou bem diante de Vasco e Chapecoense, mas em circunstâncias bem diferentes, com o time ganhando e faltando pouco para acabar o jogo - vale lembrar que a entrada de Everton diante da Chape também se deu em meio ao jogo. Mas, diante do organizado Tricolor Baiano, entrando fechado e valorizando o 0 a 0, a realidade foi bem mais complexa.
O principal problema do Grêmio ontem foi a falta de presença de área. Não que o time não saiba jogar sem Barrios, já que Luan foi o centroavante do time por dois anos, e ontem exerceu esta função. Mas o fato é que Arthur ainda não sabe ser meia: tem o cacoete de voltar junto à zaga para armar jogo, bem como faz Maicon - é por isso que ambos não devem jogar juntos, e que Michel ainda deve ser o titular da cabeça de área. Ontem, Arthur e Maicon bateram cabeça várias vezes, deixando um vazio entre o meio e o ataque. Para preencher esta lacuna, o que ocorria? Luan, sempre com ótima leitura de jogo, recuava para buscar a bola. E deixava o comando do ataque limitado às entradas em diagonal de Ramiro e Pedro Rocha. É muito pouco.
O resultado foi um primeiro tempo dominado por um Grêmio que tinha enorme posse de bola ofensiva, mas exibia pouco poder de conclusão. A ótima organização do Bahia, que fechou muito bem os espaços na Arena, dificultava ainda mais as ações. Com o começo complicado de segundo tempo, Renato resolveu mexer o banco e testar novas opções. A primeira, óbvia, foi investir na vitória pessoal de Everton e retirar o deslocado Arthur, que claramente sentia dores. Não vendo resultado na mexida, optou por colocar Fernandinho na vaga de Pedro Rocha, que vinha mal tecnicamente. O ponta direita já obtinha mais sucesso nas investidas pessoais, abrindo espaços. Ainda assim, faltava criação.
Na última troca, finalmente um meia: Lincoln, o único articulador presente no banco, entrou na vaga de Maicon. Ramiro recuou e as pontas ficaram disponíveis para os velozes Everton e Fernandinho. E foi o Cebolinha, que não entrara bem, que criou a jogada que culminou no gol. Um tento que, embora não tenha sido construído como o time costuma, teve o dedo de Renato, com a já tradicional jogada ensaiada que funcionara contra Iquique e Fluminense: escanteio fechado de Luan no primeiro pau, desvio de cabeça de um dos zagueiros para o centro da área (ontem, Geromel) e conclusão no segundo. Cortez foi o herói da noite, aos 40 minutos do segundo tempo. Um pequeno épico.
Não foi um jogo fácil, longe disso. O Bahia foi quem mais esteve perto de encerrar a série de vitórias dos titulares gremistas, que agora chega a oito jogos. O futebol vistoso dos últimos jogos não apareceu, mas a equipe não esteve mal, ao contrário: com tantos problemas importantes de lesão, Renato mostrou que tem várias alternativas no elenco. Com o time num estágio muito avançado de montagem, é normal que ao menos uma dê certo. Campanhas vencedoras também se constroem com vitórias assim, na marra, nas quais o time supera o próprio (e nítido) nervosismo para chegar ao gol nos minutos finais.
Os três pontos foram fundamentais: com 15, o Grêmio segue grudado no Corinthians e já abre cinco para a saída do G-6, livrando nove de vantagem para o Atlético Mineiro e oito para o Flamengo e Palmeiras, em tese concorrentes diretos. Segue acumulando a gordura que certamente será muito útil quando as demais competições afunilarem.
Foto: Lucas Uebel/Grêmio.
O principal problema do Grêmio ontem foi a falta de presença de área. Não que o time não saiba jogar sem Barrios, já que Luan foi o centroavante do time por dois anos, e ontem exerceu esta função. Mas o fato é que Arthur ainda não sabe ser meia: tem o cacoete de voltar junto à zaga para armar jogo, bem como faz Maicon - é por isso que ambos não devem jogar juntos, e que Michel ainda deve ser o titular da cabeça de área. Ontem, Arthur e Maicon bateram cabeça várias vezes, deixando um vazio entre o meio e o ataque. Para preencher esta lacuna, o que ocorria? Luan, sempre com ótima leitura de jogo, recuava para buscar a bola. E deixava o comando do ataque limitado às entradas em diagonal de Ramiro e Pedro Rocha. É muito pouco.
O resultado foi um primeiro tempo dominado por um Grêmio que tinha enorme posse de bola ofensiva, mas exibia pouco poder de conclusão. A ótima organização do Bahia, que fechou muito bem os espaços na Arena, dificultava ainda mais as ações. Com o começo complicado de segundo tempo, Renato resolveu mexer o banco e testar novas opções. A primeira, óbvia, foi investir na vitória pessoal de Everton e retirar o deslocado Arthur, que claramente sentia dores. Não vendo resultado na mexida, optou por colocar Fernandinho na vaga de Pedro Rocha, que vinha mal tecnicamente. O ponta direita já obtinha mais sucesso nas investidas pessoais, abrindo espaços. Ainda assim, faltava criação.
Na última troca, finalmente um meia: Lincoln, o único articulador presente no banco, entrou na vaga de Maicon. Ramiro recuou e as pontas ficaram disponíveis para os velozes Everton e Fernandinho. E foi o Cebolinha, que não entrara bem, que criou a jogada que culminou no gol. Um tento que, embora não tenha sido construído como o time costuma, teve o dedo de Renato, com a já tradicional jogada ensaiada que funcionara contra Iquique e Fluminense: escanteio fechado de Luan no primeiro pau, desvio de cabeça de um dos zagueiros para o centro da área (ontem, Geromel) e conclusão no segundo. Cortez foi o herói da noite, aos 40 minutos do segundo tempo. Um pequeno épico.
Não foi um jogo fácil, longe disso. O Bahia foi quem mais esteve perto de encerrar a série de vitórias dos titulares gremistas, que agora chega a oito jogos. O futebol vistoso dos últimos jogos não apareceu, mas a equipe não esteve mal, ao contrário: com tantos problemas importantes de lesão, Renato mostrou que tem várias alternativas no elenco. Com o time num estágio muito avançado de montagem, é normal que ao menos uma dê certo. Campanhas vencedoras também se constroem com vitórias assim, na marra, nas quais o time supera o próprio (e nítido) nervosismo para chegar ao gol nos minutos finais.
Os três pontos foram fundamentais: com 15, o Grêmio segue grudado no Corinthians e já abre cinco para a saída do G-6, livrando nove de vantagem para o Atlético Mineiro e oito para o Flamengo e Palmeiras, em tese concorrentes diretos. Segue acumulando a gordura que certamente será muito útil quando as demais competições afunilarem.
Foto: Lucas Uebel/Grêmio.
Comentários
Mas isso é problema para o Renato, que faz ótimo trabalho e merece a confiança de todos.
Ótimo texto.
Grande abraço,
Marcus Staffen