Por incrível que pareça, vitória do Coxa sobre o Palmeiras foi absolutamente dentro da lógica

Deu a lógica no Couto Pereira: o Coritiba fez prevalecer o fator local, jogou mais que o Palmeiras e venceu por 1 a 0. Tudo dentro do esperado, não fosse isso tudo absolutamente surpreendente: mesmo campeão brasileiro, o time de Cuca vem fazendo uma temporada irregular. O mau começo no Brasileirão, com apenas 4 pontos em 5 jogos e míseros 26,7% de aproveitamento, chega a assustar seus torcedores. Ontem, mais uma vez, jogou menos do que deve. Perdeu com justiça.

A situação contrasta fortemente com a do Coxa. Mesmo sem grandes nomes, o time de Pachequinho é sólido, bem montado, solidário. Nomes como Kléber, Henrique Almeida, Tiago Real e Rildo são os famosos "refugos" de equipes maiores, mas fazem um quarteto afinado na frente. Campeão paranaense com autoridade em cima de um Atlético cujo elenco é bem mais caro, o Coritiba confirma a boa fase com uma largada excelente no Brasileirão. Com 12 pontos, o triplo do Palmeiras, talvez finalmente, depois de cinco anos de sofrimento, poderá entrar no maior campeonato do país sem temer risco de rebaixamento.

A vitória, justa, veio no segundo tempo. Mais um gol do volante Matheus Galdezani, destaque da equipe coxa-branca. Mas William Matheus fez bela partida na lateral esquerda, o zagueiro Márcio novamente foi bem (foi dele o gol da vitória no último Atle-Tiba)... todos os setores funcionaram. A coesão da equipe também se estendeu às arquibancadas do Couto Pereira, onde 18 mil torcedores empurraram o time rumo à vitória e fizeram justa e enorme festa pelo resultado positivo. O Coxa é vice-líder, ao menos até hoje à noite. Sua melhor largada desde 2013 - e aí vale o alerta: naquele ano, o time caiu vertiginosamente de produção e correu riscos na reta final.

A derrota do Palmeiras foi mais uma dos considerados favoritos. Ontem, dos quatro melhores de 2016, dois perderam. Além do Verdão, o Flamengo levou 2 a 0 do Sport e perdeu a invencibilidade, estacionando nos 6 pontos. Santos e Atlético Mineiro suaram, mas bateram Botafogo e Avaí, respectivamente, por 1 a 0. A maioria segue tropeçando além do previsto. Se nenhum campeão brasileiro esteve abaixo do 11º lugar na 5ª rodada de 2003 para cá, temos um sinal claro de que o dono da taça esse ano pode ser alguém que não está na lista dos mais fortes em teoria. O Santos, 12º, é o melhor dos quatro. Sobrariam da lista inicial Grêmio (5º) e Cruzeiro (7º), que jogam hoje e podem subir na tabela.

E o Corinthians? Difícil não levar em conta a enorme tradição do Timão nos pontos corridos, nem a força que ele adquire quando começa a embalar. O elenco não oferece tantas garantias em longo prazo, mas a largada é excepcional, ainda no embalo do título paulista. E vencer o Vasco em São Januário por 5 a 2, convenhamos, eleva o patamar de qualquer participante no Brasileirão. Olho no ótimo trabalho de Fábio Carille.

Foto: Coritiba/Divulgação.

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