Vitória na Vila Belmiro mostra que o Cruzeiro já deixou o princípio de crise para trás

Depois de um ótimo começo de ano, o Cruzeiro balançou 20 dias atrás. A perda do título estadual para o Atlético e a eliminação precoce na Sul-Americana para o Nacional paraguaio jogaram o time de Mano Menezes num mar de incertezas. A desconfiança a respeito do potencial demonstrado pela equipe nos primeiros meses do ano foi grande - e com ela, também, um medo de que os frustrantes anos de 2015 e 2016 se repetissem. Mas bastou o Brasileirão começar para que o céu azul estrelado voltasse a clarear.

O Cruzeiro venceu o São Paulo com dificuldades na estreia e empatou com o Sport em crise na Ilha do Retiro. Dois bons resultados, mas que ainda não convenciam. O jogo de ontem, sim: vencer o Santos na Vila Belmiro é tarefa que pouca gente consegue cumprir. A equipe mineira não apenas fez isso como mereceu o resultado. Foi mais consistente a tarde toda e usou seu bom banco de reservas para ganhar o jogo nos minutos finais.

A partida se assemelhou, em termos, à vitória sobre o São Paulo, no Morumbi, pela Copa do Brasil. Um jogo disputado, intenso, mas de poucas chances de gol. Mais bem postado, o Cruzeiro controlou o primeiro tempo, mas raramente chegava com perigo. O Santos mostrava as dificuldades habituais que tem apresentado em 2017: criava pouquíssimo - desta vez, sem Lucas Lima, beirou o zero. Apenas algumas iniciativas individuais tinham relativo sucesso no campo de ataque.

Na etapa final, Mano Menezes tirou do banco dois jogadores que, para muitos, deveriam ser titulares: Thiago Neves e Ábila. E foram eles que construíram a jogada do gol: o argentino entrou bem pelo centro da área e teve a consciência de olhar para trás e ver Thiago livre para marcar. Um resultado que empolga: os mais eufóricos já lembram que na campanha do bicampeonato de 2013/14 o Cruzeiro também venceu o Santos por 1 a 0 na Vila, em ambas oportunidades.

Ainda é cedo para cravar que o Cruzeiro vai repetir a dose e ganhar o Brasileirão. As derrotas do início de maio mostram que a Raposa ainda precisa de ajustes e maturidade enquanto conjunto. Ainda assim, o elenco é bom, o time é organizado e a arrancada é ótima: com 7 pontos, o Cruzeiro divide a liderança com o Corinthians em absolutamente todos os critérios. Hoje, aliás, se a Chapecoense vencer o Avaí em casa por 1 a 0 se junta aos dois e forma uma trinca de campanha idêntica na liderança do Brasileiro.

Uma inesperada frustração
Ao ver a escalação do Grêmio para o jogo deste domingo, o torcedor já esperava pela derrota. O que era inesperado é que ela seria frustrante: aproveitando o péssimo momento do Sport, o time reserva do Tricolor abriu 2 a 0 com enorme facilidade antes dos 20 minutos. Ceder a virada no segundo tempo não estava nos planos - especialmente pelo fato de a equipe ter sentido o gostinho da liderança isolada do Brasileiro por cerca de 55 minutos de jogo. Destaque para André, que fez três. Jogando por Santos, Atlético Mineiro, Vasco e Sport, o centroavante já fez nove gols em cima do Grêmio desde 2010.

Favoritos fracassam
Os quatro melhores times do Brasileirão 2016 se deram mal nesta rodada. Palmeiras e Santos perderam, o Flamengo ficou só no empate (ainda que com o Atlético Paranaense, fora de casa, ele não chegue a ser ruim) e o Atlético Mineiro por pouco não perdeu em casa para a Ponte Preta. O equilíbrio é a cara deste começo de campeonato: do líder para o 9º colocado, a diferença é de apenas dois pontos. Ninguém mais tem 100% e só o Atlético Goianiense perdeu todas.

A despedida de Totti
Depois de 786 jogos e 307 gols, Francesco Totti encerra a carreira no único clube pelo qual atuou: a Roma. Só os números já bastavam para falar de sua importância, mas a campanha do título italiano de 2001, que tirou o time de uma fila de 18 anos, é seu momento mais inesquecível. Pela Itália, foi campeão mundial em 2006 na Alemanha. Um mito que se despede dos gramados.

Foto: Cruzeiro/Divulgação.

Comentários

CHICO disse…
Não tem surpresa nenhuma. O Tricolor seguiu rigorosamente o planejamento. Montou um time com uma escalação esdrúxula pra perder e perdeu. Depois diz que tem grande elenco e não manda nem os reservas. Uma vergonha. Depois não sabe porque faltou uns "pontinhos" no final.