Seis meses após a tragédia em Medellín, a Chapecoense termina uma rodada na liderança do Brasileirão

Os tropeços de vários dos líderes na rodada deste fim de semana do Campeonato Brasileiro proporcionaram uma situação inesperada e simbólica: caso vencesse o Avaí, por qualquer resultado, a Chapecoense assumiria a liderança do certame. Tudo acabou dando certo: Grêmio e Fluminense perderam, o Flamengo só empatou e a Chape, com autoridade, venceu seu rival estadual por 2 a 0 e garantiu a festa da ponta na Arena Condá.

A liderança da Chapecoense seria já inusitada pelo ineditismo: nunca na história o clube do oeste catarinense ostentou posição tão alta na classificação do Brasileirão. E a façanha, mesmo que ocorra cedo, na 3ª rodada, ganha dimensões muito maiores devido à tragédia que abateu a agremiação e a cidade de Chapecó em 29 de novembro do ano passado. Perceberam a coincidência? O feito de ontem ocorreu exatos seis meses após a perda de quase todo o elenco no avião da Lamia.

É claro que o título brasileiro é algo muito improvável, e que a tragédia obriga a Chapecoense a pensar sempre primeiro em evitar a queda para a segunda divisão. Mas trata-se de uma história deliciosa, por beirar o irreal: vale lembrar que, ainda em meio à comoção mundial do episódio, vários clubes da Série A propuseram à CBF uma cláusula que impedisse a Chape de ser rebaixada por até três temporadas, para que ela pudesse se reerguer com a calma e o tempo que fossem necessários. Pois é, é bem possível que a tal cláusula nem seja necessária. Em meio ano, um sexto do tempo previsto, a equipe já se tornou campeã catarinense e atingiu a liderança do Brasileirão pela primeira vez.

Fechou todas
Vanderlei Luxemburgo no Sport junta a fome e a vontade de comer num só negócio. Para o treinador, trata-se talvez de uma de suas últimas oportunidades na Série A, após uma série de maus trabalhos em clubes dos principais centros do país. Para o clube pernambucano, é a oportunidade de buscar voos mais altos com um técnico de reconhecida experiência e capacidade, mas que há tempos não consegue mais engatar um grande trabalho. A recepção calorosa que Luxa teve em Recife dá o tom da parceria. Seria legal demais se desse certo.

Foto: Sirli Freitas/Chapecoense.