Para superar o Grêmio, Fluminense terá de quebrar uma série de números positivos do time gaúcho

O golzinho marcado no começo do jogo em Porto Alegre talvez não seja o suficiente: a vitória por 3 a 1 construída na Arena, duas semanas atrás, deixou o Grêmio bem perto das quartas de final da Copa do Brasil. Claro que o confronto não está definido: há um jogo de volta, ele é no Rio de Janeiro, e a grandeza do Tricolor Carioca indica um clássico nacional, onde os tamanhos em mata-mata costumam se equivaler. Mas, para eliminar o Grêmio hoje no Maracanã, o Fluminense não só precisará jogar muito como também contar com uma jornada especialmente infeliz do time visitante.

O primeiro dado que desafia o Flu é a efetividade ofensiva gremista: em 2017, o time titular de Renato Portaluppi marcou gols em todos os 22 jogos nos quais atuou com titulares - foram 46 ao todo, mais de dois por partida em média. Somando o desempenho ao de 2016, os time principal do Grêmio não passa em branco no ataque há incríveis 25 partidas, nas quais foi às redes 51 vezes. E marcar um golzinho que seja hoje já complica muito a tarefa do Fluminense.

A efetividade defensiva do Grêmio também é enorme. Desde que assumiu o comando do Tricolor, em setembro do ano passado, Renato ainda não sabe o que é perder por dois gols de diferença com seus titulares. Foram apenas quatro derrotas num total de 35 jogos, todas por margem mínima, de um golzinho apenas. Portanto, para eliminar os atuais campeões, o Flu teria de conquistar algo verdadeiramente inédito. E mais: com a dupla Geromel e Kannemann, já tida como uma das zagas mais eficientes da história do Grêmio, o time gaúcho sofreu dois gols em apenas três dos 31 jogos que ambos disputaram lado a lado, desde agosto de 2016. E sofreu três apenas duas vezes - uma com time misto, diante do Sport, e outra ainda na Era Roger, contra a Ponte Preta.

Mas o retrospecto não entra em campo: apenas dá indicativos fortes de como as coisas podem se suceder. No caso de hoje, a ótima defesa gremista enfrentará um adversário com poder ofensivo, que virá para cima em busca do resultado. Isso, claro, também tem a contrapartida dos espaços que devem surgir para o ataque gaúcho. Em suma: é difícil o Grêmio sofrer mais do que dois gols hoje; e também é improvável que deixe de marcar ao menos um. Se uma dessas duas hipóteses bem prováveis se confirmar, o time sai do Maracanã classificado. Resta saber se as estatísticas se confirmarão - o Flu, desde 2009, adora desafiá-las.

Guto Ferreira, uma escolha óbvia para o Inter
Nem Marcelo Oliveira, nem Levir Culpi: o Internacional precisa é de um treinador que conheça a Série B e o jogo de atuar nela. Guto Ferreira, além de saber bem as agruras da segunda divisão nacional, tem ainda outro ponto positivo: conhecer o Beira-Rio. Foi com ele no comando que o Inter ganhou seu primeiro título na gloriosa década passada: o Gauchão de 2002. A escolha não poderia ser mais óbvia e acertada. E mostra bem o direcionamento do clube: por mais que hoje haja a chance de eliminar o Palmeiras e seguir adiante na Copa do Brasil, a prioridade colorada precisa ser voltar logo à primeira divisão.

Mais um sombrio renascimento do Caso Victor Ramos
Comprovada por perícia a falsificação dos e-mails, o Internacional se complica ainda mais: fazer uso de documentos adulterados pode trazer consequências graves. A expulsão do Campeonato Brasileiro ou a suspensão das atividades do clube, dependendo do período, podem ocasionar quedas para a Série C ou até mesmo D. Não parece provável, no entanto, mesmo que seja denunciado, que o Inter vá sofrer pena tão grave quanto essas. Caso fosse o próprio clube que tivesse adulterado os e-mails, talvez a história fosse outra. A dor de cabeça, porém, é grande.

Foto: Lucas Uebel/Grêmio.

Comentários