Diego Souza: o melhor jogador do Brasil no momento está em Recife

Ninguém no futebol brasileiro está jogando mais que Diego Souza. E não é de hoje, longe disso. Desde o fim de 2014, quando chegou ao Sport, o hoje centroavante de 31 anos acumula grandes atuações e, principalmente, muitos e lindos gols. Tirando a breve passagem pelo Fluminense, no começo de 2016 (onde, apesar de tudo, teve uma bem razoável média de quatro gols em nove jogos), seus últimos dois anos e meio foram de puro sucesso: 144 jogos e 49 gols marcados.

Neste período todo, porém, a última semana foi absolutamente especial. Primeiro, domingo, diante do Campinense, ele só faltou fazer chover na Ilha do Retiro. Com dois golaços, o último e decisivo deles de bicicleta, ajudou o Sport a devolver o 3 a 1 sofrido na Paraíba e levar a melhor nos pênaltis, seguindo adiante na Copa do Nordeste. Hoje, diante do Danubio, comandou a vitória por 3 a 0 que encaminhou a classificação para a segunda fase da Copa Sul-Americana com mais um show: assistência de bicicleta para Rithely abrir o placar e um voleio espetacular para marcar o segundo gol da noite.

É interessante notar a evolução deste jogador ao longo de sua carreira. Começou como um meia habilidoso, mas pouco efetivo, na Dupla Fla-Flu. Foi ao Benfica, onde voltou ao Brasil como segundo volante. No Grêmio vice-campeão da América de dez anos atrás, firmou-se como um meia de grande qualidade, confirmada após dois bons anos no Palmeiras. Viveu, então, cinco temporadas de altos e baixos, chegando a ser dado como ex-jogador pelos mais precipitados. Isso até voltar ao Sport e se firmar como último meia do 4-2-3-1 num primeiro momento, e centroavante desde a metade do ano passado - e um centroavante dos bons, que sabe fazer o falso nove por ser meia de origem, mas tem o faro de gol e a força física exigida para o corpo a corpo duro com os zagueiros adversários. Um jogador completo e talhado para a função, portanto - tanto que, mesmo com a volta de André ao clube, é para esta posição que Tite o chamou nos jogos recentes das eliminatórias, contra Uruguai e Paraguai.

Diego Souza pode não ter tido a carreira cheia do glamour europeu de Robinho e Fred, pode não ser titular de sua seleção, como Lucas Pratto ou Miller Bolaños, pode não ser promissor como Luan, pode não ser referência de um time campeão brasileiro como Dudu. Mas nenhum destes grandes jogadores está, no momento, jogando mais do que ele. O brilho de suas atuações pelo Sport é tanto que hoje ninguém contesta o fato de ser ele um dos reservas do ataque da seleção brasileira - algo raríssimo para jogadores que atuam por clubes nordestinos. Pela sequência em alto nível, por ser o dono do time e pelos inúmeros lances plásticos e decisivos, é um dos poucos jogadores que atualmente fazem o torcedor sair de casa e ir ao estádio apenas para vê-lo. E como tem valido a pena.

Foto: Williams Aguiar/Sport.

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