Pinta de favorito, pelos pés do maestro Diego

Diego comemora o gol que abriu a goleada do Flamengo
Nenhum time no país vive momento tão bom em termos de desempenho como o Flamengo. É verdade que a equipe de Zé Ricardo não conquistou nenhum título em 2016, perdeu o vice-campeonato nacional para o Santos e, apesar de invicta desde outubro, viu a Taça Guanabara escapar nos pênaltis para o Fluminense. Mas a frustração de domingo passado já ficou para trás: comandado por Diego, o Rubro-Negro precisou só dos 45 minutos finais para massacrar o San Lorenzo e estrear na Libertadores com pinta de favorito. Um 4 a 0 para não deixar dúvidas e enlouquecer o Maracanã lotado por 61 mil pessoas.

Não foi uma vitória qualquer: além de representar mais um dos tantos retornos do Maracanã ao convívio do público carioca, o jogo de ontem era contra um adversário de qualidade. Terceiro colocado no Campeonato Argentino, o San Lorenzo mantém há anos uma base sólida. Do time campeão da América em 2014, restam o goleiro Torrico, os volantes Mussis e Ortigoza e o atacante Blandi, mas a transição foi gradual e bem feita nestes três anos. O primeiro tempo foi equilibrado: com Diego controlado, o Fla penava para criar pelo meio e não tinha saída pelos lados, já que Mancuello devia diante de Botta e Montoya.

Na segunda etapa, dois fatores pesaram para o massacre. O primeiro é a falta de ritmo do time argentino, que não jogava uma partida oficial desde dezembro. Em greve, o campeonato por lá só retornará neste final de semana, o que certamente colaborou para a queda de rendimento na etapa final.

O principal, porém, foi a entrada de Diego de fato no jogo. Tendo em Berrío um parceiro mais liso e superior a Mancuello, o camisa 10 fez chover: distribuiu o jogo, abriu espaços, conduziu contra-ataques, fez golaço, assistência e até cedeu a marca da cal para Guerrero bater (e errar) pênalti. Uma atuação de luxo, de alguém que parece realmente disposto a deixar de lado a frustração de 2003, quando perdeu a final pelo Santos, e ganhar desta vez a Libertadores. O cartão de visitas não poderia ser melhor.

Com o gol de falta marcado logo cedo, Diego conduziu o Flamengo à goleada de maneira brilhante. A entrada de Gabriel na vaga de Everton, vale ressaltar, também funcionou maravilhosamente: é verdade que o jogo já estava decidido, mas o reserva, em poucos minutos, sofreu pênalti e fez o golaço que deu números finais ao placar. Um resultado que chama a atenção do continente inteiro, e que serve para impor respeito em um grupo que é sem dúvida o mais difícil de todos os oito desta fase de grupos. Não baixando a guarda nem caindo em euforia, o Flamengo mostrou ontem que tem tudo para ir bem longe. Estreia melhor ninguém vai ter. 

Empates com gostos diferentes
Palmeiras e Atlético Mineiro estrearam de forma bem semelhante: foram à Argentina enfrentar equipes não tão tradicionais e voltam com um empate de 1 a 1 na bagagem. A diferença é a forma como os resultados foram obtidos: os paulistas, mesmo com um a menos, jogaram melhor e poderiam ter vencido. Já os mineiros ficaram devendo em termos de desempenho. Mas um ponto longe do Brasil é quase sempre um bom negócio - ainda mais quando este é obtido em solo argentino.

Meio time campeão fora na estreia
O Grêmio agiu rápido, trazendo o bom zagueiro Bruno Rodrigo para repor a lacuna de Geromel. Na verdade, repôs apenas uma vaga que precisava ser preenchida no elenco: o titularíssimo volta dentro de apenas 15 dias, e Rafael Thyere é quem jogará hoje diante do Zamora. Do time pentacampeão da Copa do Brasil, além de Geromel, estarão fora Edílson, Walace, Maicon e Douglas, basicamente a espinha dorsal. A esperança principal reside no equatoriano Miller Bolaños, principal jogador deste começo de temporada. É jogo para vencer, mesmo com estas dificuldades de escalação e sendo o Zamora o atual vice-líder na Venezuela.

Quem segura o Barça agora?
Se o qualificado Paris Saint-Germain enfiou 4 a 0 e ainda assim não conseguiu passar de fase, quem conseguirá eliminar o Barcelona da Liga dos Campeões? Esta é a questão que paira sobre a Europa neste momento. A histórica reversão na goleada de 6 a 1 é de meter medo nos mais fortes times do mundo, incluindo o rival Real Madrid. O pênalti sobre Suárez não existiu, vendo e revendo por diversos ângulos, mas a fibra apresentada pelos catalães e o acovardamento dos franceses são inquestionáveis. Os últimos oito minutos de Neymar também.

Mais dois de Brenner
Ninguém sabe até onde irá Brenner, mas o seu começo no Internacional é tão animador quanto o de Gílson "Cabeção" no Grêmio de 1993 ou Leandro Damião no próprio Colorado, em 2011. A goleada de 4 a 1 sobre o Sampaio Corrêa em São Luís praticamente define a classificação para a quarta fase da Copa do Brasil. O artilheiro deixou mais dois: agora já são nove gols em dez jogos em 2017.

Foto: Flamengo/Divulgação.

Comentários

Chico disse…
PSG x Barça foi a maior fraude que eu já vi. Que palhaçada