O fim da invencibilidade acende o alerta em Santiago

Derrota no Chile joga Flamengo para o 3º lugar do grupo
O Flamengo mostrou mais futebol que a Universidad Católica, mesmo em Santiago. Isso pode ser bom em longo prazo, mas não funcionou ontem à noite: a eficiência demonstrada na hora de finalizar contra o San Lorenzo não foi vista no Chile, e custou caro. A derrota de 1 a 0 não representa com perfeição o que foi o jogo, mas tira do time de Zé Ricardo uma invencibilidade de 19 jogos e o joga para o terceiro lugar do grupo, o que momentaneamente eliminaria a equipe da Libertadores.

O maior mérito da Católica foi o respeito ao adversário. A equipe pode até ser bicampeã chilena, mas começou o ano com dificuldades, e sabe que hoje é menos time que o Flamengo. Ainda assim, não dá para dizer que uma equipe com Kalinski, Noir, Buonanotte e Santiago Silva seja exatamente fraca, pelo contrário: bem treinado por Mario Salas, o time chileno mostrou-se sempre organizado e ciente de suas potencialidades e limitações.

Era até surpreendente que a equipe da casa não partisse para cima, como costumam os bons times sul-americanos. A ideia era evitar o que passou o San Lorenzo semana passada: quando tentou se abrir, a equipe argentina foi massacrada no Maracanã. A marcação firme dava poucos espaços, mas ainda assim o Flamengo levava perigo na base da qualidade. Diego, com a boa movimentação de sempre, Guerrero, com extrema confiança nos arremates e os volantes Willian Arão e Rômulo, com boas saídas de trás, eram os nomes que melhor apareciam no ataque.

Autor do gol, Santiago Silva perdeu uma chance de ouro no começo do jogo, após recuo irresponsável e errado de Rafael Vaz que caiu em seus pés. O arremate fraco facilitou a defesa de Alex Muralha e era tudo o que a Católica não podia fazer: perder a chance de matar o jogo. O "tanque" compensaria aos 29 da etapa final, cumprimentando falta bem levantada por Fuenzalida. Um gol que não dizia o que era o segundo tempo (Berrío, que entrara pouco antes, fez um carnaval na defesa adversária aos 18, e Diego bateu falta no travessão aos 25), mas castigava a imperícia rubro-negra na hora de definir e premiava a eficiência chilena.

O resultado não chega a ser preocupante, mas a situação já inspira cuidados. O Flamengo jogará daqui a um mês no Maracanã contra o Atlético Paranaense com a mais absoluta necessidade de vitória. Um ponto atrás do Furacão, o time carioca não pode terminar o turno no qual tem dois dos três jogos em casa fora da zona de classificação. Embalada por dois bons resultados contra os brasileiros, a Católica receberá o lanterna San Lorenzo na próxima rodada, o que pode fazê-la até disparar. O grupo é complicado, e a necessidade de pontuar é imperiosa a cada jogo. Um tropeço passa; mais que um, começa a estreitar as possibilidades.

Vitória no fim em São Paulo
Após golear o São Paulo no clássico, o Palmeiras tinha sobre si uma enorme expectativa de grande atuação. Não foi o que aconteceu: o Jorge Wilstermann, depois de massacrar o Peñarol na estreia, impôs grandes dificuldades aos paulistas no Allianz Parque. Sem imaginação, o campeão brasileiro ganhou na base da insistência, com um gol do zagueiro Mina no fim do jogo. O grupo palmeirense não é tão complicado quanto o do Flamengo, e por isso o desafio de passar de fase não deve ser tão intenso. Mas a equipe de Eduardo Baptista, bom resultado à parte, segue devendo em termos de desempenho na Libertadores.

A ótima estreia do River
Com gols de Alario, Driussi e Martínez, o River Plate deu de ombros para o fato de nenhum argentino até então ter vencido na fase de grupos. Jogando no Atanasio Girardot, passou por cima do Independiente Medellín com uma vitória por 3 a 1 cheia de autoridade. Uma estreia excelente.

Jogo duro e liderança mais longe
O Grêmio só empatou, mas fez por merecer a vitória em Pelotas. Dominou o Brasil em quase a totalidade do jogo no Bento Freitas, mas perdeu gols demais e falhou na bola parada, num escanteio cedido de graça por Marcelo Oliveira e numa falha de Jaílson (por que ele seguindo o centroavante?) na marcação a Gustavo Papa. O resultado de 1 a 1 não é bom porque deixa o time de Renato Portaluppi mais longe da liderança, mas está longe de ser inédito: autor do gol gremista hoje, Ramiro tinha apenas um ano de idade na última vez em que o Grêmio venceu o Xavante na Baixada. A vitória por 3 a 1 em 1994 (dois gols de Nildo e um de Cláudio Freitas) foi a última do Tricolor lá. Desde então, em sete jogos, foram duas vitórias do Brasil e cinco empates - quatro deles por 1 a 1.

A força do Monaco
Vice-campeão europeu em 2004, o Monaco faz agora sua melhor temporada desde então. A vitória por 3 a 1 sobre o Manchester City é simbólica por ser sobre o time de Pep Guardiola, e credencia os franceses a sonharem ir mais longe. Mesmo menos badalado que o já eliminado PSG, não deve ser desprezado: o Monaco é o atual líder do Campeonato Francês, liderou seu grupo na Champions e agora passa por um rival forte. Tem credenciais de sobra para seguir indo adiante.

Foto: Staff Images/Flamengo.

Comentários

Chico disse…
Impressionou-me o time do Mônaco. Time muito rápido e comum ataque muito forte. Joga muito o meia Bernardo Silva. Mereceu a classificação.

Mais uma vez o Tricolor joga bem, mas não mata o jogo. Ramiro e Leo Moura cada vez melhores. Oliveira e Jaílson cada vez piores. O que houve com Bruno Grassi?

E o flamerda? Não fez e acabou penalizado por isso. Contudo, continua sendo a equipe mais forte do grupo