Real Madrid encaminhado, mas não classificado
Benzema empata: francês jogou muito na virada do Real Madrid |
Isso não é demérito algum do Real Madrid, pelo contrário: são as dificuldades de um mata-mata contra um adversário atrevido e bem treinado. O fato de o Napoli ter aberto o placar tão cedo, numa falha do goleiro Navas, poderia ter abalado o time e o Santiago Bernabéu. Mas não: o que houve foi uma demora do time de Zinedine Zidane em entender a mecânica de jogo dos italianos. Quando a marcação encaixou, a equipe da casa passou a dominar as ações.
Extremamente compacto e bem treinado, o Napoli postava seus homens de linha em um intervalo de não mais do que 20 metros em campo. Assim, com todos os atletas muito próximos, era possível sincronizar movimentos complexos, capazes de furar a marcação do Real Madrid e neutralizá-lo com vigor. As trocas rapidíssimas de passes de nomes como Hamsik, Ghoulam, Insigne e Mertens confundia os volantes espanhóis; a marcação adiantada feroz promovida pelo técnico Maurizio Sarri não deixava o time da casa respirar.
Foi na base da qualidade técnica individual que o Real Madrid se impôs. Ainda em meio ao controle napolitano, empatou num golaço de cabeça de Benzema, originado de uma trivela maravilhosa de Carvajal no cruzamento. Empurrada pela torcida e mais confiante, a equipe começou a tomar conta do meio e, num acerto de posicionamento de Casemiro, Modric e Kroos, passou a impedir que as trocas de passe velozes do Napoli surtissem efeito. Assim, passou a pressionar os italianos em seu campo e martelar em busca da virada. Ela parecia questão de tempo.
E foi mesmo: logo no comecinho do segundo tempo, em ótima jogada de Cristiano Ronaldo, Kroos virou o jogo. Era a pior notícia possível para o Napoli, começar a etapa final tomando gol. E logo veio o terceiro, um sem pulo lindo de Casemiro, novamente um monstro na cabeça de área. E foi aí que o Real Madrid deixou de definir a vaga: havia ainda 40 minutos para tentar um golzinho que configurasse a goleada e deixasse a missão napolitana beirar o impossível. O tal gol não chegou - e quase virou um nervoso 3 a 2, se Mertens não tivesse chutado 10 centímetros mais alto do que deveria após preciosa assistência de Callejón.
O Real Madrid está perto, mas ainda não definiu sua vida nas oitavas de final. O Bayern München, a exemplo do PSG, conseguiu: enfiou 5 a 1 no Arsenal com facilidade até surpreendente. Ao lado do Paris Saint-Germain, só não entra entre os oito melhores por um absurdo que o futebol às vezes nos proporciona.
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Liga dos Campeões da Europa 2016/17 - Oitavas de final - Jogo de ida
15/fevereiro/2017
REAL MADRID 3 x NAPOLI 1
Local: Santiago Bernabéu, Madrid (ESP)
Árbitro: Damir Skomina (EVN)
Público: 78.000
Gols: Insigne 7 e Benzema 17 do 1º; Kroos 3 e Casemiro 8 do 2º
Cartão amarelo: Sergio Ramos, Modric, Zielinski e Mertens
REAL MADRID: Navas (4,5), Carvajal (7,5), Varane (6), Sergio Ramos (5,5) (Pepe, 25 do 2º - 5,5) e Marcelo (6); Casemiro (8), Modric (7) e Kroos (7); James Rodríguez (6) (Vázquez, 30 do 2º - 5,5), Benzema (7,5) (Morata, 36 do 2º - sem nota) e Cristiano Ronaldo (7). Técnico: Zinedine Zidane
NAPOLI: Reina (5), Hysaj (5), Albiol (6), Koulibaly (5) e Ghoulam (6); Diawara (5,5), Zielinski (4,5) (Allan, 29 do 2º - 5) e Hamsik (5,5) (Milik, 38 do 2º - sem nota); Callejón (5), Mertens (5,5) e Insigne (6,5). Técnico: Maurizio Sarri
Foto: UEFA/Divulgação.
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