Em meio à má notícia, derrota dos reservas

Colombiano Berrío estreou marcando gol pelo Flamengo

A lesão no ligamento do joelho de Douglas tomou conta do noticiário gremista desta quarta-feira. A perda do camisa 10 de Renato por seis meses praticamente obriga o clube a buscar uma reposição. Não será nada fácil: Douglas é um jogador em extinção, que tem o toque diferenciado, e também sabe fazer a função dupla entre articulação e conclusão de surpresa na área. Referência criativa do Grêmio há dois anos, fará bastante falta. Para sorte do Tricolor, deve voltar justamente quando a fase quente da Libertadores, os mata-matas, estiverem iniciando.

A reposição imediata que Renato deve testar é Miller Bolaños. O equatoriano mal atuou nesta função desde que chegou a Porto Alegre, mas é assim que normalmente se destaca. Em sua seleção, a partida atrás armando, tabelando e batendo forte na bola, como no lance do gol que marcou em Caxias do Sul, é rotina. É um jogador de característica completamente diferente, mas é o melhor que o elenco oferece. E não é uma reposição ruim, longe disso: apenas alterará a característica do time, mas dificilmente um jogador contratado especificamente para suprir a ausência de Douglas não mudaria o modo de a equipe jogar. O Grêmio terá de aprender a não ter o "maestro".

A bomba da tarde e o fato de sequer Renato ter viajado a Brasília esvaziaram o interesse gremista na estreia da Primeira Liga. No Mané Garrincha, a missão do time suplente era ingrata: encarar o ótimo time titular do Flamengo, cuja base que brigou pelo título brasileiro foi mantida quase que intacta. Houve bons e maus momentos: tanto no primeiro quanto no segundo tempo, o Grêmio sofreu os gols justamente quando parecia melhor no jogo.

A equipe cresceu de produção após o intervalo, quando o esquema habitual do time principal foi implantado. Deixou o campo Michel, de razoável atuação, e entrou Jael - mas não foi pelo centroavante, novamente mal, que o time melhorou. Foi justamente pelo novo posicionamento de Miller, recuando do centro do ataque para a criação. A equipe ficou mais dinâmica e movediça, como na derrota para o Caxias. O caminho para o Grêmio a partir de agora deve mesmo ser este.

Em geral, claro, o Flamengo mereceu vencer, porque é muito mais time. Esboçou uma pressão inicial, caiu no jogo, mas soube resolvê-lo a partir da qualidade de seus jogadores - em especial Diego, imparável, em todos os lugares importantes do setor criativo. Destaque também para Berrío: entrou no segundo tempo, errou tudo o que tentou, mas mostrou estrela ao aparar rebote do inseguro Bruno Grassi para definir o jogo. Vale lembrar que Diego, no ano passado, também estreou marcando gol sobre o Grêmio em Brasília.

Em tempo:
- Além da participação de bom nível de Michel, os laterais Léo Moura e Cortez, outros estreantes da noite, também tiveram participação apenas razoável.
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Primeira Liga 2017 - Grupo B - 1ª rodada
8/fevereiro/2017
FLAMENGO 2 x GRÊMIO 0
Local: Mané Garrincha, Brasília (DF)
Árbitro: Bráulio da Silva Machado (SC)
Público: 20.222
Renda: R$ 940.362,00
Gols: Everton (FLA) 42 do 1º; Berrío 32 do 2º
Cartão amarelo: Diego e Bressan
FLAMENGO: Alex Muralha (6,5), Pará (5,5), Réver (6,5), Rafael Vaz (6) e Trauco (6,5); Rômulo (6), Willian Arão (7) e Diego (7) (Márcio Araújo, 44 do 2º - sem nota); Everton (7) (Gabriel, 25 do 2º - 5,5), Guerrero (5,5) e Mancuello (5,5) (Berrío, 16 do 2º - 6). Técnico: Zé Ricardo
GRÊMIO: Bruno Grassi (4,5), Léo Moura (5,5), Rafael Thyere (6), Bressan (5,5) e Cortez (5,5); Arthur (5), Michel (5,5) (Jael, 10 do 2º - 4,5) e Kaio (4,5); Fernandinho (5,5), Miller Bolaños (5,5) e Everton (5,5) (Maxi Rodríguez, 37 do 2º - sem nota). Técnico: Alexandre Mendes

Foto: Flamengo/Divulgação.