Com a saída de Alex, somente Ceará é peça remanescente de 2006 no Inter

Melhor momento de Alex no Inter foi em 2008, na Copa Sul-Americana
Sem mágoas, sem falta de respeito, mas com total profissionalismo e gratidão: eis o tom da saída de Alex do Internacional. Se gestões anteriores muitas vezes conduziram mal a saída de alguns ídolos colorados, agora o processo foi bem mais saudável. Alex tem uma enorme lista de serviços prestados, foi brilhante em várias das maiores conquistas dos últimos dez anos e merecia deixar o clube assim. Profissional como poucos, entendeu a situação e aceitou o distrato com naturalidade, embora também com tristeza por deixar sua casa mais querida. Consciente, ele sabe que já não conseguia há tempos render o mesmo que em outras temporadas.

E o clube também. Marcelo Medeiros começa bem sua gestão ao tratar Alex com o devido respeito, mas ele precisa pensar em 2017, um ano que promete uma série de dificuldades. O mau rendimento em 2015 e 2016 já não comportava o histórico meia no elenco principal do Inter. Depois de uma boa temporada em 2014, Alex foi um reserva discreto no ano seguinte. No ano da queda, alternou titularidade e reserva em um time fraco, o que já diz muito sobre o seu desempenho. Nem na hora de salvar o time do rebaixamento, apelando para o seu histórico, conseguiu corresponder. A saída vem no momento adequado, talvez até tenha vindo tarde.

O Internacional, de fato, precisa mudar de figura esse ano. Se peças como Vitinho e William deixarão o Beira-Rio de maneira alheia à vontade da diretoria, outros nomes, como o próprio Alex, além de jogadores desgastados como Anderson, não podem mesmo ficar para 2017. O retorno de D'Alessandro aos 36 anos já estoura, e muito, a cota de volta ao passado de um clube que precisa olhar para a frente o quanto antes, pois há seis anos não consegue mais fazer isso.

Medeiros esteve envolvido na vinda de Alex, em 2013, já dirigiu o futebol colorado na gestão de Luigi, e sabe que esse processo é necessário. Tanto que está bem próximo de algo que já deveria ter sido implantado há mais tempo: formar um elenco no Beira-Rio sem nenhum nome das conquistas de 2006. Com Alex deixando o clube, apenas o lateral Ceará é daquele tempo. De 2007 para cá, sempre ao menos dois jogadores do grupo colorado haviam feito parte daquela equipe histórica, muitos deles com rendimento aquém do esperado.

D'Alessandro não fez parte dos títulos de 2006, e não pode ser incluído nesta conta, embora sua volta tenha muito de "retorno ao passado vitorioso". É natural que assim seja com quem ganhou muito em tempos recentes. Porém, ainda assim, o retorno ao passado do Inter foi exagerado nestes últimos anos: para ficar apenas no exemplo do maior rival, o primeiro elenco do Grêmio sem nenhuma peça campeã mundial de 1983 foi o do Brasileiro de 1990; do time de 1995/96, as últimas peças a sair do Olímpico haviam sido Roger e Danrlei, no fim de 2003. Em ambos os casos, os ciclos se encerraram em sete anos. O Inter já vai para o 11º com Ceará, o último dos remanescentes do maior ano da história colorada.

Foto: Internacional/Divulgação.

Comentários

Vine disse…
Então não teremos Nilmar esse ano no Beira rio? (Risos)
Vicente Fonseca disse…
Hahaha... Pode ser, pois ele não estava em 2006!