O Inter tem o direito de reclamar da arbitragem, mas sua atuação e campanha são indefensáveis

Marlone comemora: pênalti polêmico na 17ª derrota do Inter
Arbitragens ruins muitas vezes encobrem más atuações, mas mesmo equipes que jogam mal têm direito à justiça. Dar a Rodolpho Toski Marques a possibilidade de apitar um jogo do Corinthians ainda em 2016 era uma insensibilidade que a CBF não poderia ter cometido, principalmente após sua atuação no mínimo muito polêmica na vitória do Timão sobre o Fluminense, em setembro, pela Copa do Brasil. Ontem, mais uma vez, o paranaense beneficiou a equipe paulista em Itaquera. O Internacional tem o direito de reclamar o pênalti mal marcado de Ernando sobre Ángel Romero, que decretou a vitória corintiana por 1 a 0.

Ponto.

Ter o direito de reclamar não significa que seja o mais sensato colocar a culpa do resultado toda nas costas do árbitro. Ao menos não neste momento: o presidente Vitório Piffero tem razão quando diz que o jogo mudou de figura após a marcação da penalidade, mas resumir suas explicações a isso certamente mais revolta que conforta o torcedor colorado. Principalmente porque não surpreende: a falta de autocrítica da diretoria vermelha foi a tônica destes dois anos em que Piffero ajudou a levar um time da Libertadores para a beira da segunda divisão.

Danilo Fernandes que o diga. Bem mais sensato que o mandatário colorado, esbravejou contra a falta de brios dos companheiros. Expor os pensamentos publicamente quase nunca é o mais recomendável, mas na hora do desespero isso é o de menos. Por mais que o jogo tenha mudado, não fosse por ele o Corinthians golearia em Itaquera. Aliás, não fosse pelas defesas milagrosas de Danilo em várias rodadas, o Inter provavelmente já estaria rebaixado. Lembram da vitória sobre o Coritiba? Ele pegou um pênalti decisivo. Por sinal, naquele jogo Valdívia cavou um pênalti que ele próprio admitiu não ter ocorrido. O discurso daquela noite, claro, exaltou um falso heroísmo. Não reconheceu erros, menos ainda falou de arbitragem.

Fernando Carvalho se saiu até melhor: se disse sem condições de falar nada após o jogo. É preferível mesmo calar que falar bobagem. Ninguém mais compra o discurso de Piffero, por mais que o Inter tenha sido prejudicado, por mais que tenha sido novamente contra o Corinthians. Porque o merecimento deste time em ser rebaixado é evidente, cristalino. Só a cúpula do clube e a antiga comissão técnica seguiam sustentando que o time vinha tendo boas atuações nos últimos jogos, quando não ganhou de mais ninguém. Isso muito mais irrita que mobiliza. Aliás, nem Carvalho conseguiu mobilizar o torcedor para o jogo de domingo, contra o Cruzeiro.

Talvez seja até mais prudente. As consequências do que poderá ocorrer domingo em caso de novo fracasso sugerem o ambiente mais tenso já vivido pelo Internacional. Em 2002, um jogo contra a Raposa, na penúltima rodada, praticamente selou a queda colorada para a Série B, revertida no histórico confronto diante do Paysandu, em Belém. Justo o Cruzeiro, que foi o antagonista de um dos momentos mais lindos e célebres da história do Beira-Rio, em 1975.

Foto: Corinthians/Divulgação.

Comentários

CHICO disse…
MAIS UMA PRO DVB.

CHORA, PÍFFERO
Lique disse…
danilo fernandes não é mal goleiro, mas é normal que goleiro de time rebaixado se destaque: é executado o jogo inteiro. lembro muito do JEAN, do corinthians, que já foi contratado por ser goleiro de time ruim (ponte preta). goleiro e artilheiro (josiel, renaldo, dimba, finazzi) de time ruim, sempre fico com um pé atrás.
Vicente Fonseca disse…
Existe um exagero que já ouvi (no Sportv) de que ele seria um goleiro em nível de seleção. Acho que não é pra tanto, mas é bom, sim. A boa temporada no Sport ano passado, a melhor do clube desde o título de 1987, é uma boa prova da capacidade dele.