Grêmio perdeu quando podia, mas é preciso recuperar o foco antes da final
Wallace Oliveira foi um dos piores do Grêmio, mais uma vez |
A partida de ontem deixou clara que a prioridade gremista é 100% o título da Copa do Brasil. E nem poderia ser diferente: mais do que uma vaga na Libertadores, algo que o Grêmio obteve em oito das 15 temporadas em que está em jejum, o clube precisa mais do que nunca de um título de grande expressão. Afastar-se do G-6 não parece ser um problema, nem sequer aumenta a pressão. Só se pensa nos jogos contra o Atlético-MG no Humaitá - e isso inclui a torcida, que ontem, num horário convidativo, tempo bom e de bem com o time foi em número reduzido à Arena (12.444 pessoas, segundo pior público gremista na competição).
A questão é não desfocar nem destreinar o time. Antes da partida de ida da final, marcada para o próximo dia 23, o Grêmio terá dois jogos pelo Brasileiro: São Paulo, dia 17, fora de casa, e América-MG, dia 20, em Porto Alegre. Em um dos dois jogos, de preferência o primeiro, é importante que Renato Portaluppi escale titulares, e que eles entrem com fome em campo. Ficar 20 dias se poupando entre um jogo e outro da Copa não será positivo: o time perderia o embalo, o ritmo competitivo. Repetir o erro do Inter na Libertadores de 2015 é o primeiro passo para perder o título. O Atlético-MG, vale lembrar, segue a 100% no Brasileirão. Poderá chegar mais cansado, é verdade, mas certamente não destreinado.
As consequências do resultado de ontem, diante das prioridades gremistas, não são grandes. A equipe gaúcha perde a chance de entrar no G-6, mas parece pouco ligar para isso. Para o Sport, sim, foi um triunfo decisivo: com 43 pontos, os pernambucanos abrem cinco do Internacional. Tendo ainda Figueirense e América-MG nas últimas duas rodadas, estão praticamente livres do risco de queda. A briga ficará mesmo entre o Colorado e o Vitória.
Em tempo:
- Mais um grande ano de Diego Souza, jogador que, aliás, cairia como uma luva no Grêmio. Sabe jogar na de Douglas e na de Luan, duas peças para as quais o clube não tem reposição atualmente. Ou até mesmo ao lado deles, por que não?
- Alguém lembra da última vez que o Grêmio foi goleado em casa? Em 30 de julho de 2003, numa profunda crise, o Tricolor levou 4 a 0 dos reservas do São Paulo, no Olímpico, pela Copa Sul-Americana. Há 13 anos a equipe gaúcha não perdia por diferença superior a dois gols em seus próprios domínios.
Foto: Lucas Uebel/Grêmio.
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