Cueva rege a revanche são-paulina
O clássico da "cuevadinha": peruano sobrou na goleada de 4 a 0 |
O grande nome da noite foi o peruano Cueva. Autor do gol de pênalti do São Paulo no empate em 1 a 1 em Itaquera, no primeiro turno, o meia abriu o placar cedo, aos 13 minutos, e do mesmo modo. Bateu com enorme categoria, de cavadinha, um pênalti discutível de Fagner em Kelvin. O gol trouxe tranquilidade ao time da casa, mais propositivo no começo do jogo, e passou ao Corinthians a obrigação de sair para o jogo. Até porque quem mais precisava do resultado, em termos de tabela, era o Timão, em sua renhida disputa por um lugar no G-6.
Mas faltou articulação ao Corinthians. Previsível e pouco compactado em campo, o Timão abusou da posse de bola estéril. Ela chegou a 57% no primeiro tempo, mas era quase toda no campo de defesa. Ao passar da linha do meio de campo, o São Paulo já mordia com voracidade. A equipe mandante era sempre mais perigosa, mais bem postada, mais vibrante. Ganhava rebotes, divididas, duelos pessoais. Merecia o placar.
O melhor momento corintiano foi a reta final do primeiro tempo. Uendel, um pouco mais solto, levou perigo em dois cruzamentos - num deles, Romero perdeu de cabeça, sozinho, na pequena área. Para azar de Oswaldo de Oliveira, porém, o lateral deixou o campo no intervalo, lesionado. Entrou em seu lugar Guilherme Arana, que falhou no lance do segundo gol do São Paulo: não percebendo David Neres às suas costas, permitiu que o atacante são-paulino aproveitasse ótimo passe de Cueva para ampliar o placar e encaminhar de vez a vitória.
O gol de Neres fez justiça: o São Paulo voltou ainda melhor para o segundo tempo. Disposto a matar o jogo, encurralou o Corinthians e empilhou chances claras. Com uma marcação forte e adiantada, aproveitava com enorme facilidade os inúmeros erros na saída de bola do time visitante. Vílson, Willians e Balbuena cometiam erros bobos. Até Chávez saiu da seca: aos 22, recebeu passe de Cueva (claaaro) e bateu sem chances para Cássio. Foi o fim de um longo jejum de dez jogos do centroavante argentino, que minutos antes perdeu um gol cara a cara na pequena área. Após passe de... bem, vocês sabem.
Cueva ainda deu o passe para o quarto gol, de Luiz Araújo, num contra-ataque de cinco contra dois. Além da desorganização evidente, o Corinthians a essa altura mostrava total destempero: Rodriguinho se estranhou mais de uma vez com jogadores adversários, chutou Wesley na beira do campo e ainda assim não foi expulso. Foi ele o maior exemplo de uma noite em que tudo deu errado para o lado alvinegro. Com o andar da rodada, o Timão ainda pode perder duas posições na tabela, caindo para o 9º lugar se Grêmio e Fluminense vencerem. A Libertadores ficou ainda mais longe.
Já os são-paulinos, enfim, estão vingados dos desastres recentes em clássicos. E Cueva entra para a história do Majestoso com uma atuação de gala. A provável melhor noite do decepcioante ano são-paulino teve a marca dele, com um golaço (mesmo de pênalti), três assistências, muita raça e outros tantos passes que não resultaram em gol porque seus companheiros desperdiçaram. Uma das melhores atuações individuais da temporada brasileira, em um jogo de tamanho enorme.
Em tempo:
- São Paulo e Corinthians fecham o ano com retrospecto negativo diante de seus rivais. O Tricolor venceu dois clássicos em 2016, empatou outros dois e perdeu cinco. O Timão foi ainda pior: ganhou dois, empatou um e perdeu seis.
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Campeonato Brasileiro 2016 - 34ª rodada
5/novembro/2016
SÃO PAULO 4 x CORINTHIANS 0
Local: Morumbi, São Paulo (SP)
Árbitro: Cláudio Francisco Lima e Silva (SE)
Público: 53.781
Renda: R$ 723.844,00
Gols: Cueva (pênalti) 13 do 1º; David Neres 15, Chávez 21 e Luiz Araújo 46 do 2º
Cartão amarelo: João Schmidt, Wesley, Luiz Araújo, Vílson, Ángel Romero, Rodriguinho e Balbuena
SÃO PAULO: Dênis (6), Buffarini (6,5), Maicon (6,5), Rodrigo Caio (7) e Mena (6); João Schmidt (6,5), Thiago Mendes (6,5) e Cueva (9); David Neres (7) (Wesley, 37 do 2º - sem nota), Chávez (6,5) (Pedro Bortoluzo, 35 do 2º - sem nota) e Kelvin (6) (Luiz Araújo, 40 do 1º - 7). Técnico: Ricardo Gomes
CORINTHIANS: Cássio (5), Fagner (4,5), Vílson (4), Balbuena (4) e Uendel (5,5) (Guilherme Arana, intervalo - 4); Willians (4), Giovanni Augusto (4,5) e Rodriguinho (4); Ángel Romero (5,5), Guilherme (4) (Camacho, 26 do 2º - 5) e Marquinhos Gabriel (4,5) (Rildo, 16 do 2º - 4,5). Técnico: Oswaldo de Oliveira
Foto: São Paulo/Divulgação.
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