Times mistos, desta vez, em prol do Brasileiro

Desde a adoção dos pontos corridos como fórmula do Campeonato Brasileiro, em todos os anos há clubes que colocam reservas nas rodadas finais pelos mais variados motivos. O mais comum deles é a priorização de uma competição paralela de mata-mata, normalmente a única na qual o clube em questão ainda tem alguma chance de título. Desde que a Copa do Brasil passou a correr paralelamente ao Brasileirão, de 2013 para cá, essa situação tem se tornado cada vez mais comum.

Em 2016, porém, a lógica tem sido diferente. Esqueça o que o Grêmio fez diante do Santos, no domingo: a escalação de suplentes no Brasileiro por Renato Portaluppi foi uma exceção. Na atual temporada, curiosamente, temos visto bem mais o inverso: clubes que, por priorizarem o campeonato nacional, deixam de lado a titularidade em mata-matas de fases avançadas de torneios paralelos. O acirramento das disputas dentro do equilibrado Campeonato Brasileiro é, talvez, o principal fator para esta mudança de prioridades dos clubes em 2016. Mas muito, também, se deve à abertura de mais vagas para a Libertadores.

Isso não é melhor, nem pior: é uma pena, tão somente - única coincidência com anos anteriores. Amanhã, o Palmeiras deverá entrar com time quase reserva diante do Grêmio. Gabriel Jesus será um dos poucos titulares, mas a equipe será igualmente forte: Cleiton Xavier, Edu Dracena, Egídio, Arouca, Rafael Marques e Barrios formam um banco de reservas tão qualificado quanto o onze inicial. Mesmo diante de uma equipe quase suplente e em vantagem construída na ida, os gaúchos estão bem longe de poder se considerarem classificados.

Mas o Palmeiras também é exceção, por ter um grupo enorme e de alto nível. No Beira-Rio, por exemplo, o cenário será bem menos animador. Correndo risco de cair, o Internacional deverá poupar vários de seus já contestáveis titulares diante de um Santos que, por sua vez, também cogita poupar peças. O que tinha tudo para ser um jogão pelas quartas de final poderá se tornar um mero entrave de meio de semana diante de prioridades como escapar de um rebaixamento ou garantir vaga na Libertadores.

Dez posições, três posições
Enquanto vencia o São Paulo por 1 a 0, o Fluminense ocupava o 6º lugar, dentro da zona da Libertadores, e o Tricolor Paulista o 16º, à beira do rebaixamento. A virada são-paulina no segundo tempo diminuiu de dez para três colocações a distância entre os dois clubes. O Flu agora é 9º, e o time de Ricardo Gomes o 12º, com uma folga de quatro pontos do Z-4.

A vitória foi merecida. Muito superior durante todo o segundo tempo, o São Paulo enfim jogou um futebol próximo daquilo que dele se esperava nesta temporada. Foi um dos raros ótimos jogos desta equipe em 2016, por sinal. E que dá tranquilidade não só para seu treinador, mas para todos no Morumbi respirarem com um pouco mais de calma.

STJD, como sempre
Além dos times reservas, o STJD é outro personagem indigesto que sempre aparece nesta época do ano. Como em 2013, o protagonista da vez é o Fluminense: o Tricolor conseguiu na justiça desportiva a não homologação por parte da CBF do resultado do último Fla-Flu devido ao polêmico gol anulado por Sandro Meira Ricci. A questão é bem controversa: a anulação foi correta, mas usar a TV para isso, como parece ter sido o caso, é proibido. Como não se julga o mérito do lance, e sim a legalidade da decisão da arbitragem, talvez o Flu acabe levando a melhor nesse tapetão - como três anos atrás.

Noite decisiva para o Xavante
Com a volta de Felipe Garcia, artilheiro isolado da Série B (13 gols), o Brasil de Pelotas precisa vencer de qualquer maneira o Londrina para manter vivas suas já pequenas chances de chegar à primeira divisão em 2017. No outro jogo desta noite, vale uma secada no Avaí, que visita o Vila Nova, em Goiânia.

Dois pesos...
Se William começou a briga, qual o motivo racional para que seja apenas advertido, enquanto Anderson recebe multa?

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