As individualidades salvaram o Galo de novo

Lucas Pratto foi o nome da vitória do Atlético-MG no Beira-Rio
O técnico Marcelo Oliveira está muito próximo de chegar a uma marca impressionante: disputar a quinta final de Copa do Brasil em seis anos, algo que nem Luiz Felipe Scolari conseguiu nos anos 90. No entanto, seu trabalho em 2016 pelo Atlético-MG é duramente criticado em Belo Horizonte, por motivos semelhantes ao do ano passado, quando foi campeão pelo Palmeiras: seu time é desorganizado, mas chega longe por conta das individualidades. Num mata-mata, onde os jogos de ida e volta dependem muitas vezes de detalhes, é possível seguir em frente desta forma.

Que o diga o Internacional. Ontem, no Beira-Rio, o Galo venceu por 2 a 1 jogando um futebol no máximo médio. Acabou dominado na maior parte do tempo. Claro, fez 1 a 0 logo aos dois minutos, o que obrigava naturalmente o time gaúcho a sair para o jogo. Mas o fato é que o Colorado o fez com firmeza, e criou uma infinidade de chances de gol. Parou em uma ótima atuação de Victor e na ineficiência de seus homens de conclusão.

A história não é inédita: contra o Juventude, o Atlético-MG também passou jogando um futebol discutível. Mas enquanto Aylon perdia gols e o lateral William era o homem que chegava de trás com mais frequência para arrematar (bom jogador, mas longe de ser um concluidor eficiente), o Galo precisava de poucos toques para levar perigo. A qualidade técnica da equipe ficou explícita no lance da virada: domínio e condução perfeitos de Cazares, visão de jogo e consciência de Luan, arremate certeiro de Pratto. Cruel pelo que foi o jogo (o Inter estava bem perto da virada), mas um prêmio a quem tem peças superiores.

Praticamente finalista, o Atlético-MG só não irá à final por soberba. Porém, caso siga adiante, precisará mostrar mais consistência tática e coletiva, além do costumeiro brilho individual. É uma tradição dos últimos anos o Galo ter um time fortíssimo, que joga muito, mas que também deixa jogar. É precisamente contra estes times que o Grêmio, o outro provável finalista, costuma se dar bem. O Cruzeiro, ontem, provou deste veneno. E o próprio Atlético-MG, de 2015 para cá, perdeu três vezes e empatou a outra contra o Tricolor Gaúcho. Não por acaso.

Chape imensa, Coxa fora
Os brasileiros viveram noites bem distintas na Copa Sul-Americana. O Coritiba deu esperanças aos seus torcedores, mas acabou frustrando a todos no final: chegou a estar vencendo o poderoso Atlético Nacional em Medellín, mas cedeu a virada, tomou 3 a 1 e caiu fora. Destaque para o golaço de voleio de Borja, o mais fatal artilheiro da América do Sul neste ano.

Já a Chapecoense foi brilhante. Veio à Arena Condá trazendo na bagagem uma desvantagem de 1 a 0 para o também colombiano Junior, mas sobrou em campo. A goleada de 3 a 0 leva pela primeira vez uma equipe catarinense a uma semifinal continental. O adversário sairá hoje, de Palestino x San Lorenzo - na ida, os argentinos ganharam por 2 a 0.

Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG.

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