A virada que enche o Inter de esperança

Sasha e Vitinho, os heróis da épica virada sobre o Flamengo
As chances de o Internacional vencer o Flamengo, mesmo no Beira-Rio, não eram grandes. O nível das atuações dos últimos quatro meses não recomendava, nem mesmo nas vitórias recentes em casa, contra Coritiba e Figueirense. Para sair vitorioso contra o time que vive melhor fase no Brasileirão, seria preciso jogar mais que em qualquer uma das últimas 25 partidas. Pois foi exatamente o que aconteceu.

O Inter tem um time fraco, mas não um dos quatro piores em termos técnicos do campeonato. Está ameaçado há tanto tempo porque, além de frágil, é coletivamente ruim e, principalmente, joga sempre pressionado. O que aconteceu hoje à tarde foi uma virada psicológica importante: a bola que queimava no pé diante de Figueira e Coxa fluía mais naturalmente diante do Flamengo, principalmente após o gol de empate, de Eduardo Sasha. E pode servir de paradigma para de agora em diante: se o Inter ganhou ontem, pode ganhar outras partidas. Esse tipo de resultado e de atuação traz, além de pontos na tabela, muita força em termos anímicos.

Por isso é que foi o gol de Sasha, e não o de Vitinho, o lance mais importante da tarde. Naquele instante da partida, o Inter perdia de novo em casa e jogava pressionadíssimo por vaias de torcedores que (com razão) não concebiam a saída de Seijas para a entrada de Valdívia no time, quando Celso Roth tinha opções melhores para efetuar a troca. O empate tirou totalmente o foco da mexida equivocada, foi um balde gelado no Flamengo e trouxe o Inter para dentro do vice-líder do campeonato como time grande deve fazer, e como o Colorado raramente fez nesta temporada. A virada parecia questão de tempo, e realmente ocorreu.

O fim de semana começou com cara total de segunda divisão: derrota no fim para o Botafogo, briga a socos de dois jogadores no treino e ter de enfrentar o vice-líder era um cenário quase desesperador. Mas o Internacional soube, mais uma vez, superar seus problemas com enorme dedicação. Fora de casa perde quase todas, mas as três vitórias consecutivas em casa sugerem que o Beira-Rio talvez seja a tábua de salvação deste time em 2016. Para quem não via saída alguma, é um enorme alento. E ganhar estes nove pontos que há em disputa em casa provavelmente será suficiente para escapar.

Outra virada importante no psicológico: pela primeira vez em sete rodadas, o Colorado não termina entre os quatro últimos colocados. Mas, claro, pés no chão, pois a situação segue delicada: hoje, o Internacional já pode cair para o 16º lugar, limiar da zona, só um pontinho à frente do Vitória. Há um Gre-Nal fora de casa pela frente e uma tabela cheia de outros jogos dificílimos fora de casa na reta final. Mas, além das enormes dificuldades, agora há também esperança. E ela pode fazer toda a diferença nesta saga contra a segunda divisão.

A mais palmeirense das rodadas
O Flamengo, quando fez 1 a 0, chegou a assumir a liderança do Brasileirão. Mal esperava que terminaria a rodada quatro pontos atrás do Palmeiras. Além de sofrer a virada, viu os paulistas baterem o Figueirense por 2 a 1 em Florianópolis. A diferença é a maior deste returno: quatro pontos, 64 a 60, faltando só sete jogos. O passo dado pelo Verdão hoje foi imenso.

A rodada mais palmeirense do Brasileirão teve ainda o adicional de o Atlético Mineiro praticamente deixar a briga pelo título. Ao levar 3 a 2 do Botafogo, o Galo fica agora oito pontos atrás do líder. Mesmo recebendo Palmeiras e Flamengo em Belo Horizonte, as chances de chegar próximo ficaram extremamente reduzidas.

Empate na Vila e titulares descansados
Tendo pela frente uma semana com decisão diante do Palmeiras e um Gre-Nal pelo Brasileiro, Renato Portaluppi virou tudo do avesso: deu prioridade total ao mata-mata do meio de semana e surpreendeu escalando um time totalmente reserva na Vila Belmiro, diante do Santos. O discurso de que o Grêmio quer mesmo a vaga no G-6 caiu por terra por algumas horas.

Mas tudo saiu bem melhor que do que o previsto. O empate em 1 a 1, ótima atuação de Everton, Jaílson e Bruno Grassi, talvez nem os titulares conquistariam diante do Peixe fora de casa, tal a dificuldade de obtenção deste resultado em condições normais. Mesmo terminando a rodada fora do G-6 e caindo de 7º para 8º (ou até 9º, dependendo de Flu x São Paulo), o Grêmio conquista um ponto valioso e se mantém na briga com todos os seus rivais de tabela. De quebra, o time principal descansou e entrará 100% na decisão de quarta-feira. Renato tem estrela.

Foto: Ricardo Duarte/Internacional.

Comentários

Chico disse…
O Tricolor empatou graças ao Everton.

Foi só o Fred entrar o o time levou um golo de cabeça. Tem que mandar embora de uma vez essa ferida.

Não gostei nem um pouco dessa história de time reserva contra os peixinhos. Tinha que entrar para ganhar.