Entre altos e baixos, um ótimo Flu x Figueira
Renato Chaves faz 2 a 0: jogo parecia fácil, mas encrespou |
Mas não parecia que seria difícil. Ainda abalado pela queda traumática na Sul-Americana para o Flamengo, o Figueirense começou acuado e foi amplamente dominado nos primeiros 20 minutos de jogo. Com Gustavo Scarpa e Wellington levando enorme vantagem sobre os desprotegidos laterais catarinenses, o time de Levir Culpi precisou de apenas 19 minutos para abrir 2 a 0. Scarpa fez como centroavante o primeiro, de cabeça, e bateu o escanteio que resultou no segundo, marcado também de cabeça por Renato Chaves na pequena área.
Sentindo que tinha as alas expostas, Tuca Guimarães mexeu bem, e cedo. Aos 27, retirou o volante Renato Augusto e colocou em seu lugar Jefferson, que entrou como uma espécie de bengala para Ayrton. É verdade que a enorme vantagem fez o Flu diminuir naturalmente de ritmo, mas a equipe catarinense melhorou com a mexida e equilibrou o jogo. Faltava, porém, confiança para agredir os tricolores e tentar mudar o rumo da partida.
Nada levava a crer que isso aconteceria, mas aconteceu, após o intervalo. Primeiro, Carlos Alberto resolveu deixar as provocações com Wellington Silva de lado e tratou de jogar, o que sabe muito, embora há anos não ocorra de fato. Aos três minutos da etapa final, acertou um chutaço em curva que venceu Diego Cavalieri e recolocou o Figueira no jogo. O Flu não esperava o golpe, tanto que Levir voltou do intervalo ainda mais aberto, dando a entender que queria a goleada, com Marquinho no lugar do amarelado Pierre.
Cheio de confiança, mais bem postado e enfrentando um adversário assustado e menos pegador, o Figueirense tomou conta do jogo. O filme de quarta, quando foi bem no primeiro tempo e cedeu campo ao Corinthians no segundo, certamente passou na cabeça de todos no Giulite Coutinho. Parecia questão de tempo o empate, e ele veio, com o zagueiro Nirley aproveitando cruzamento perfeito de Ayrton em falta cobrada da intermediária. Levir pôs em campo Magno Alves e Marcos Júnior, indo para o tudo ou nada. Por sua vez, o Figueirense não baixou o ritmo, não recuou: seguiu atacando e buscando a virada, o que tornou o jogo ótimo.
Rafael Silva quase virou em chute rasteiro da entrada da área, mas foi o Magnata quem pôs o Flu de novo em vantagem, para delírio dos torcedores, que tanto o pediram quando a coisa andava ruim. No fim, o árbitro brasiliense Rodrigo Raposo deu gol e voltou atrás, aos 49, anotando corretamente falta de Nirley em Diego Cavalieri. Uma lambança completa, mas a decisão foi correta.
A vitória aproxima o Fluminense do G-4. São 34 pontos, três atrás do Corinthians. A distância pode aumentar para cinco amanhã, caso o Grêmio vença o Botafogo, mas a hora de se aproximar é agora: o Flu tem três jogos seguidos no Rio, contra Botafogo, Atlético-MG e Chapecoense. Já o Figueira segue com 24, em 18º, mas vem mostrando bom futebol com Tuca Guimarães. Como a briga para não cair é extremamente equilibrada, não convém se desesperar, pois há tempo e margem para crescer e sair dessa.
Em tempo:
- Com o gol de hoje, Magno Alves chegou a 124 e se iguala a Washington, campeão brasileiro em 1984, como o 9º maior artilheiro da história do Fluminense.
- Quem no ataque do Figueirense deixou menos saudade na Dupla Gre-Nal?
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Campeonato Brasileiro 2016 - 18ª rodada (jogo atrasado)
3/setembro/2016
FLUMINENSE 3 x FIGUEIRENSE 2
Local: Giulite Coutinho, Mesquita (RJ)
Árbitro: Rodrigo Raposo (DF)
Público: 6.136
Renda: R$ 140.940,00
Gols: Gustavo Scarpa 13 e Renato Chaves 19 do 1º; Carlos Alberto 3, Nirley 15 e Magno Alves 33 do 2º
Cartão amarelo: Pierre, Renato Chaves, Wellington Silva, Bruno Alves e Carlos Alberto
FLUMINENSE: Diego Cavalieri (5), Wellington Silva (6,5), Renato Chaves (6,5), Henrique (5) e William Matheus (5,5); Pierre (5,5) (Marquinho, intervalo - 5), Douglas (5,5) (Marcos Júnior, 30 do 2º - 5) e Cícero (5,5); Gustavo Scarpa (7), Henrique Dourado (4,5) (Magno Alves, 16 do 2º - 6,5) e Wellington (6,5). Técnico: Levir Culpi
FIGUEIRENSE: Fernández (6,5), Ayrton (5,5), Bruno Alves (6), Nirley (6) e Morassi (4,5); Renato Augusto (4,5) (Jefferson, 27 do 1º - 5,5), Jackson Caucaia (5,5) e Élvis (4,5) (Rafael Silva, intervalo - 5); Carlos Alberto (6) (Ortega, 35 do 2º - sem nota), Rafael Moura (5,5) e Lins (4,5). Técnico: Tuca Guimarães
Foto: Nelson Perez/Fluminense.
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