Show antes da revanche

Zagueiro Marquinhos também deixou o seu: Brasil 6 x 0 Honduras
Brasil e Alemanha decidirão os Jogos Olímpicos no futebol masculino. Nada mais natural tendo em conta o peso das duas camisetas, mas o simbolismo do confronto é imenso, por tudo o que ocorreu dois anos atrás, por ser uma ocasião especial e por ser diante da torcida brasileira, no Maracanã. O futebol normalmente é coadjuvante em olimpíadas, mas este jogo talvez seja o evento mais aguardado de todo o Rio 2016.

Ao contrário de dois anos atrás, o Brasil não chega capengando diante de uma equipe claramente mais forte. A seleção é forte, e vem praticando um futebol de altíssimo nível. Teve dois tropeços no começo da campanha, exatamente como os alemães, vale ressaltar. Mas desde a entrada de Luan e a mudança do sistema ofensivo diante da Dinamarca, porém, a história passou a ser outra.

Contra Honduras, boa parte do 6 a 0 se deve às circunstâncias atípicas da partida, especialmente o gol de Neymar, que entrou para a história por ser o mais rápido de todos os tempos nos Jogos Olímpicos. Para os hondurenhos, sair levando 1 a 0 logo na saída de bola foi um golpe irreversível, pois obrigava a uma mudança completa de estratégia e da lógica do que deveria ser a partida. Perdida desde o início, a equipe centro-americana foi batida ao natural no "3 vira, 6 acaba".

Nada disso, porém, invalida a ótima partida feita pelo Brasil, em especial de seus quatro homens de frente. A seleção fez o que deveria fazer, e exibiu um alto nível de exibição, chegando com credenciais à decisão da medalha de ouro. Enfrentará a Alemanha, certamente, em condições bem diferentes do fatídico jogo de 25 meses atrás. O esquema colocado por Rogério Micale desde a goleada sobre a Dinamarca se consolidou com três boas atuações, todas contra rivais de certo nível. A Alemanha, claro, será a maior exigência de toda a campanha. E tudo o que o confronto com ela carrega consigo em termos de peso também, lógico.

Seja como for, a conquista da medalha de ouro no sábado, se confirmada, poderá trazer consigo uma reversão no desânimo que toma conta de todos quando o assunto é a seleção brasileira. Seria um título inédito, conquistado em casa, e diante da equipe que lhe impôs o maior fiasco em todos os tempos - são times bem diferentes daqueles de 2014, é certo, mas a ferida recém aberta e o simbolismo pesam muito.

Sábado veremos uma final enorme. Absolutamente imperdível.

Foto: Lucas Figueiredo/Mowa Press/CBF.

Comentários

Lique disse…
as bolas que o luan tem lançado me fazem pensar que falta parceria no grêmio. o cara só pifa os outros quando tem bons jogadores em volta.
Vicente Fonseca disse…
Parceria no nível dele é realmente difícil de encontrar. Jogador bem acima da média.