Quem é de primeira e quem é de terceira?

América-MG não resistiu à pressão do Fortaleza: 4 a 1
Por mais que reunisse um time de Série A e outro de Série C atualmente, o confronto entre Fortaleza e América-MG prometia ser um dos mais parelhos da terceira fase da Copa do Brasil. A campanha de ambos em suas respectivas competições indicava isso: os cearenses sobram na terceira divisão, enquanto os mineiros penam na primeira. E o resultado mostra que, curiosamente, aquele que está no terceiro escalão do futebol nacional tem atualmente melhor time que aquele que disputa a temporada na elite.

O América-MG havia vencido por 1 a 0 em Belo Horizonte, levava uma vantagem para a Arena Castelão, e queria mostrar que a partida relativamente dura que fez contra o Flamengo, segunda, não havia sido só por causa da estreia de Enderson Moreira. Com um posicionamento agressivo, começou em cima do Fortaleza, assustando o time da casa, que foi sempre apoiado por um estádio bastante cheio e barulhento. Se fizesse um gol, traria de volta ao Tricolor todos os fantasmas de mata-mata que têm lhe acometido sempre que ele passa pela fase inicial da Série C.

Mas logo a pressão passou, e o Fortaleza começou a se adonar do jogo. A ideia de fazer um gol cedo cada vez tomava mais forma. Comandado pelo veterano Corrêa e pelo inquieto Daniel Sobralense, chegou ao 1 a 0 já muito merecidamente, embora só com 14 minutos de jogo. Aí, quem bateram foram os fantasmas do América-MG, time que perdera 10 dos últimos 12 confrontos que disputara. Agora, 11 em 13.

Atordoado, o time mineiro viu o Fortaleza abrir 3 a 0 ainda no primeiro tempo, com Sobralense e Anselmo indo às redes. O terceiro gol era particularmente trágico, pois obrigava o time mineiro a fazer dois gols para se classificar no segundo tempo. Sabedor de que manter o ritmo dos 45 iniciais era impossível, Marquinhos Santos posicionou o Tricolor de maneira mais cautelosa no começo da etapa final, esperando um contra-ataque para definir a parada. O América-MG, modificado no intervalo, tinha mais a bola no pé, mas criava pouco. Não parecia que ainda podia incomodar.

Mas a tola expulsão do lateral Felipe Bala, por reclamação, recolocou os mineiros no jogo. Eram 18 da etapa final. Aos 22, Nixon entrou e deu mais fôlego ao ataque americano. Com um a menos e já sem a mesma volúpia ofensiva da igualdade numérica, o Fortaleza sofreu um golaço de falta de Danilo Barcelos, e parecia perto de mais uma tragédia em confronto de ida e volta. Mas Corrêa, sempre ele, saltou livre entre os zagueiros após cobrança de escanteio, aos 35, e fez o quarto gol. O susto durou só três minutos.

Corrêa, aliás, é um símbolo de um Fortaleza que acredita que o seu 2016 vai ser diferente. Que a grande campanha na primeira fase da Série C não acabará em eliminação traumática em casa, como nos últimos anos. Chegar entre os 16 da Copa do Brasil e enfrentar um gigante do futebol nacional nas oitavas já é um sinal de que o Tricolor começa a recuperar a grandeza há tanto tempo esquecida.

Já o América-MG, que parecia dar um sinal de que poderia ao menos ter outra atitude com a chegada de Enderson, fracassa mais uma vez, agora talvez um tropeço mais duro que os demais, por ser contra um adversário que está duas divisões abaixo no escalão nacional (ao menos até dezembro, claro). Ter pela frente o poderoso Grêmio, candidato ao título brasileiro, daqui a menos de 72 horas, em nada contribui para que os ânimos melhorem.

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Copa do Brasil 2016 - Terceira Fase - Jogo de volta
28/julho/2016
FORTALEZA 4 x AMÉRICA-MG 1
Local: Arena Castelão, Fortaleza (CE)
Árbitro: André Luiz Castro (GO)
Público: 41.203
Renda: R$ 494.085,00
Gols: Lima 14, Daniel Sobralense 24 e Anselmo 33 do 1º; Danilo Barcelos 32 e Corrêa 35 do 2º
Cartão amarelo: Daniel Sobralense, Danilo Dias e Osman
Expulsão: Felipe Bala 18 do 2º
FORTALEZA: Ricardo Berna (6,5), Felipe Bala (5), Lima (7), Edimar (6) e Wilian Simões (5,5); Juliano (6), Corrêa (7,5), Everton (6) (Pio, 19 do 2º - 6,5) e Daniel Sobralense (7,5) (Elivélton, 39 do 2º - sem nota); Juninho (6) (Railan, 25 do 2º - 5,5) e Anselmo (6,5). Técnico: Marquinhos Santos
AMÉRICA-MG: João Ricardo (6), Pablo (5), Roger (4,5), Aílson (4) e Bruno Teles (4,5) (Nixon, 22 do 2º - 5,5); Claudinei (4,5), Leandro Guerreiro (5), Alan Mineiro (4) (Danilo Dias, intervalo - 5,5) e Danilo Barcelos (5,5); Osman (4,5) e Victor Rangel (5) (Michael, intervalo - 5). Técnico: Enderson Moreira

Foto: América-MG/Divulgação.

Comentários

"Nixon entrou e deu mais fôlego ao ataque americano"

UHAEUHAEUHAEUHAEUHAEUHAEAEUHAEUHEAUHA

Desculpa, precisava rir. Essa frase foi sensacional.
A Guerra do Vietnã que o diga.
Vicente Fonseca disse…
HAHAHAHA. E foi totalmente involuntário!!!