O Brasil não convenceu na estreia, mas pode estar começando a encontrar sua formação

Coutinho fez um bom primeiro tempo, mas caiu no segundo
Dois terços dos gols da Copa América até agora foram anotados pela seleção colombiana. E isso não é um elogio ao time de José Pekerman, embora ele tenha começado de fato muito bem a competição. Depois de marcar 2 a 0 nos anfitriões Estados Unidos no jogo de abertura, a Colômbia descansou para ver três partidas fraquíssimas. Apenas um gol foi marcado desde então (Guerrero, em Peru 1 x 0 Haiti), com dois empates em zero que simbolizam bem o começo travado e insosso da competição até agora.

Se em Costa Rica x Paraguai ninguém esperava muita coisa mesmo, em Brasil x Equador a história era diferente. Os equatorianos normalmente vão mal em Copas América, mas são os vice-líderes das eliminatórias. Já os brasileiros vivem provavelmente a pior fase de sua história em termos de seleção, mas Dunga armou um time mais leve e propositivo, buscando mudar a ideia de jogo sisuda e pouco criativa que temos visto na caminhada até a Rússia 2018.

O primeiro tempo brasileiro foi bom. Nada empolgante, mas bom. Com Willian e Coutinho mais abertos, Elias e Renato Augusto usaram o entrosamento dos tempos de Corinthians para revezar a equipe entre um 4-1-4-1 e um 4-2-3-1 no Rose Bowl. Uma mecânica mais móvel, permitida pelo ótimo trabalho defensivo Casemiro, peça-chave no Real Madrid campeão europeu e melhor volante brasileiro da atualidade, disparado (e há algum tempo), mas que estranhamente não vinha recebendo chances na Seleção. Não foi algo empolgante, até porque era o primeiro jogo deste time, mas o fato é que o Brasil mandou na etapa inicial e apresentou soluções interessantes, mesmo sem Neymar e Douglas Costa em campo.

No segundo tempo, a história foi outra. Mais bem postado em campo, o Equador tratou de neutralizar as alternativas brasileiras pelos lados, encurtou o gramado em Pasadena e equilibrou o jogo, que se tornou chato como os anteriores da Copa América. Merecia, inclusive, ter vencido a partida. Não por ter criado oportunidades ou sufocado o Brasil, mas por ter tido um gol mal anulado de Miller Bolaños, em um frangaço difícil de explicar de Alisson.

O Brasil não empolgou, não venceu, não fez gol. Mas a Copa América Centenário não está aí para ser vencida pela Seleção: ela serve como um tempo de preparação importantíssimo para o que realmente interessa, as eliminatórias, onde hoje o time canarinho sequer estaria se classificando para a repescagem. Se não dá para dizer que a equipe de Dunga começou bem, ao menos se viu algum norte na Califórnia: Casemiro postado, guarnecendo um time mais leve à frente. O caminho deve ser este. Agora, é dar sequência - Haiti e Peru, rivais mais fracos, são testes mais acessíveis para que o resultado comece a aparecer.

Foto: Rafael Ribeiro/CBF.

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