O melhor da Libertadores à beira do Rio Paraná

Rosario Central derrubou o último invicto da Libertadores
São Paulo x Atlético Mineiro e Nacional x Boca Juniors, embora não tenham sido jogos monótonos, foram tecnicamente pobres. Primaram pelo lado místico, da Libertadores brigada, pegada, de muitas faltas e pouco futebol de fato. Mas isso não significa que as quartas de final estejam se resumindo a isso. No Gigante de Arroyito, vimos ontem o que de melhor a América do Sul tem oferecido em seu principal torneio.

Rosario Central e Atlético Nacional cumpriram as melhores expectativas. À beira do Rio Paraná, fizeram um jogaço entre aquele que é o time de desempenho mais forte até agora da competição contra o que vive o melhor momento. Um jogo de qualidade técnica, muita competitividade, dominações alternadas e com um placar que não define nada, mas deixa os argentinos mais próximos das semifinais.

O único gol da noite saiu cedo, numa das principais afirmações do time de Coudet de 2015 para cá: o meia-direita Montoya, que ganhou mais liberdade este ano pelo lado para avançar. O golaço por cobertura veio do modo como o Central gosta: pressionando a saída de bola e provocando o erro rival - no caso, do zagueiro Sánchez, que forçou um passe desnecessário. A vantagem animou ainda mais o time da casa e sua torcida. O caldeirão formado indicava que o segundo gol poderia sair a qualquer momento. 

Aos poucos, porém, o Atlético Nacional passou a fazer o que tão bem sabe desde os tempos de Juan Carlos Osorio: ocupar o campo adversário, trocar passes e envolvê-lo até conseguir a conclusão - tudo o que o Grêmio fazia, deveria ter feito e não fez na semana passada. Com personalidade, dominou os últimos 20 minutos da etapa inicial e poderia ter empatado. Não sucumbiu à pressão do ambiente desfavorável e retomou o controle dos nervos e do jogo, como só os grandes conjuntos são capazes.

Por tudo isso é que reinava enorme expectativa sobre este confronto: dois times agressivos, de características parecidas, tentando se sobrepujar um ao outro na base da qualidade e postura. Ao contrário das oitavas, quando não foi incomodado, o Central foi encarado de frente pelos colombianos ontem, mesmo em sua casa. Na etapa final, o cenário permaneceu parecido, em geral com vantagem para os argentinos. O resultado foi merecido - e quase foi maior, não fosse uma sequência de milagres de Armani nos minutos finais.

Se o Atlético Nacional é reconhecidamente uma das maiores forças da Libertadores 2016, a vitória (muito comemorada) credencia o Central novamente como um dos candidatos ao título da competição. Foi o primeiro time a superar os colombianos neste ano, e com autoridade. O Atanasio Girardot será mais um teste fortíssimo. Em geral, a equipe de Coudet não se acanha fora de casa, o que sugere mais um partidaço na semana que vem.

Mais velocidade
Roger Machado tem como uma das melhores características não ser tão teimoso quanto outros treinadores. Quem não vem bem, costuma deixar o time. Para enfrentar o Corinthians, domingo, Douglas dará lugar ao veloz Everton. Giuliano deve atuar centralizado - embora talvez Luan fizesse isso melhor, pois esse posicionamento poderia aproximá-lo de Miller Bolaños, numa alternância de ambos entre ponta de lança e falso nove. No terreno das contratações, cogitar a volta de Edílson não é reforçar, de fato, a lateral direita.

Fim de ciclo
Após quatro anos de muitas conquistas e gols, Ibrahimovic deixa o Paris Saint-Germain. Ainda não se sabe qual será seu próximo clube, mas o craque deixa clara a intenção de retornar ao clube francês no futuro como dirigente. Deixará enormes saudades: foram 11 títulos (podem ser 12 com a Copa da França) e 152 gols, que o tornam o maior artilheiro da história do PSG.

Foto: Rosario Central/Divulgação.

Comentários

Franke disse…
Que baita jogo. Ficou clara a qualidade do Central. Atlético reagiu ao gol e foi pra cima, inclusive com algumas chances, mas os argentinos me pareceram amplamente superiores. Tivesse acabado 2 x 0, não teria sido injusto a o que foi o jogo.

Em tempo: que gol demoníaco.
Vine disse…
Tinha certeza que seria um baita jogo. Pena não ter conseguido acompanhar.
Sai daí o campeão desse ano.