Ganhou quem não perdeu clássico

Último bicampeonato carioca do Vasco havia sido em 1993
Nunca um time chegou tão tranquilo para a disputa da Série B quanto o Vasco de 2016. Nem o Corinthians de 2008 começou o campeonato tão credenciado a ser seu campeão. Naquele ano, Mano Menezes amargou o 5º lugar no Paulistão, embora todos soubessem que subiria, pois tinha time de nível de Série A. É o caso vascaíno de agora, com uma diferença: a equipe de Jorginho é bicampeã carioca, não perdeu nenhum dos oito clássicos que disputou e está invicta há seis meses.

A conquista teve boas doses de sofrimento. Diante de exatos 60.000 torcedores no Maracanã, o Vasco mais uma vez sofreu diante do Botafogo, o rival que mais lhe deu trabalho no estadual deste ano. Saiu perdendo, com Leandrinho fazendo de cabeça, mas Rafael Vaz empatou da mesma forma, uma reação surgida apenas sete minutos após o gol sofrido. Com mais experiência e qualidade que seu adversário o time cruz-maltino mereceu o bi.

Se o Vasco é um time de Série A que disputará a B, o Botafogo tem dias mais duros pela frente. O elenco é modesto para disputar a elite, e, por mais que Ricardo Gomes faça um ótimo trabalho, será preciso contratar para ir além de apenas evitar um novo descenso e não repetir o fracasso do próprio Vasco, que caiu em 2015 logo após subir.

Em Belo Horizonte, o outro time que não perdeu nenhum clássico em 2016 foi campeão. Em tempos onde Cruzeiro e Atlético-MG têm acumulado grandes campanhas Brasil e América do Sul afora, o América-MG correu por fora e surpreendeu, levando para casa um título que não vinha há 15 anos. Depois de eliminar a Raposa nas semifinais, passou pelo Galo na decisão com um enorme drama: o gol do título, de Danilo, foi marcado aos 38 minutos do segundo tempo, calando o Mineirão. Ao todo, o América-MG disputou sete clássicos em 2016: ganhou dois e empatou cinco. Chega ao Brasileirão credenciado a desta ficar nele, e não fazer o bate-volta de 1993, 1998 e 2011.

Foi o 16º título mineiro do América-MG e o 16º também de Givanildo de Oliveira, esta entidade dos estaduais pelo Brasil.

Paraná: é verdade que o Coritiba fez a melhor campanha, mas o Atlético-PR é campeão com total justiça, pois sobrou nas finais. Os 2 a 0 no Couto Pereira foram para não deixar dúvidas. O Furacão encerra um jejum que vinha desde 2009. Já Paulo Autuori não vencia nada no futebol brasileiro desde o Mundial de 2005, pelo São Paulo.

Santa Catarina: depois de vencer em Joinville, a Chapecoense saiu perdendo, mas empatou em 1 a 1 e conquistou o Campeonato Catarinense pela 5ª vez em sua história.

Pernambuco: ao segurar um 0 a 0 na Ilha do Retiro, o Santa Cruz conquista o bi pernambucano. É o quinto título do clube tricolor em seis anos.

Bahia: mesmo perdendo por 1 a 0 para o Bahia, o Vitória encerrou o jejum de três anos e reconquistou a hegemonia na Boa Terra.

Públicos das principais finais
Vasco 1 x 1 Botafogo - 60.000 (Maracanã)
Atlético-MG 1 x 1 América-MG - 47.928 (Mineirão)
Internacional 3 x 0 Juventude - 42.065 (Beira-Rio)
Sport 0 x 0 Santa Cruz - 27.493 (Ilha do Retiro)
Coritiba 0 x 2 Atlético-PR - 22.939 (Couto Pereira)
Bahia 1 x 0 Vitória - 20.804 (Fonte Nova)
Santos 1 x 0 Audax - 16.018 (Vila Belmiro)
Chapecoense 1 x 1 Joinville - 15.279 (Arena Condá)

Foto: Paulo Fernandes/Vasco.

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