De milagre em milagre, o Independiente del Valle vai derrubando favoritos

Time equatoriano suportou a pressão no Monumental de Núñez
A história do pequeno Independiente del Valle na Libertadores já começou com drama. Depois de pressionar e fazer valer pela primeira vez seu forte fator local para ganhar por 1 a 0 do Guaraní, semifinalista de 2015, a equipe foi a Assunção disposta a segurar a pressão dos paraguaios a todo custo. O 2 a 1 classificava os equatorianos pelo saldo qualificado, até que um pênalti no último lance parecia pôr tudo a perder ainda na fase preliminar. O centroavante Rodrigo López, porém, chutou por cima. Era o primeiro de uma série de milagres que levaria o time de Sanguilouí, pequena cidade ao sul da região metropolitana de Quito, adiante.

Na fase de grupos, a provação final ficou para o Chile. Depois de vencer o favorito Atlético Mineiro por 3 a 2, o Independiente chegou à última rodada à frente do Colo-Colo, mas teria de empatar em Santiago para chegar às oitavas pela primeira vez em sua história. Fez um enfrentamento razoavelmente parelho por 70 dos 90 minutos, mas sofreu uma pressão terrível nos 20 finais. Quando o ótimo zagueiro Arturo Mina não afastava ou o goleiro Azcona, o melhor desta Libertadores, não salvava de forma incrível, a bola batia na trave, no travessão, saía raspando. E assim o time levou o 0 a 0 e a vaga para casa.

O destino reservou então o campeão continental River Plate ao pequeno time equatoriano. Muitos comentaram de uma suposta sorte dos argentinos, mas o fato é que Gallardo e seus comandados teriam pela frente um time difícil de ser batido, por saber resistir fortes pressões como poucos. E o primeiro jogo já mostrou as dificuldades: em mais uma atuação impecável, desta vez no Estadio Atahualpa de Quito, o Independiente venceu por 2 a 0 e ficou muito perto da vaga. Classificação confirmada uma semana mais tarde, minutos atrás, com a receita de sempre: os milagres de Azcona e a sorte de ver o adversário perder chances demais.

Mas é injusto resumir o Independiente del Valle a um time sortudo com um grande goleiro. Primeiramente, é uma equipe que sabe aproveitar seu fator local como poucas. Em cinco jogos disputados em casa, foram quatro vitórias e um empate - três destas vitórias foram sem sofrer gols, algo importantíssimo no mata-mata com saldo qualificado. Contra o River, na semana passada, o 2 a 0 ficou barato para o time de Gallardo, que poderia ter saído goleado como o Toluca deixou o Morumbi, por exemplo.

Fora de seus domínios, o Independiente só venceu o fraco Melgar. Ainda assim, toma poucos gols, e de vez em quando marca, o que também é importante no atual regulamento da Libertadores. A forma como o time se fecha pelas mãos do técnico uruguaio Pablo Repetto é comovente, digna de nota. Mina e Azcona são o último recurso - muitas vezes utilizado quando a pressão aperta, claro, mas todos colaboram o tempo todo. O trabalho coletivo é impecável. Uma estratégia simples, embora difícil de ser executada, mas que já derrubou dois dos quatro melhores times da edição de 2015, eliminou um ex-campeão e foi o suficiente para vencer outro, tido como candidato ao título. O Pumas que se cuide nas quartas de final.

Foto: River Plate/Divulgação.

Comentários

Vine disse…
Independiente x Atlético de Madrid: eu acredito!