A atuação em Belo Horizonte mostra que o Grêmio não veio para ser coadjuvante no Brasileiro
Como centroavante, Luan foi o destaque mais uma vez |
O começo de campeonato é realmente ótimo, também diante das circunstâncias. Depois da vexatória eliminação para o Rosario Central, e presenteado uma tabela complicada nas primeiras rodadas, seria até normal que o Grêmio não largasse tão bem no Brasileiro. Não é o caso: após o empate com o Corinthians, que ajudou a estancar a crise, veio a necessária e sofrida vitória contra o Flamengo na Arena. Na partida contra o Galo, não perder já seria um bom resultado, muito porque o time mineiro é um potencial concorrente direto na ponta de cima. Mas a equipe sobrou no Horto.
Com tantos problemas, a maioria deles anímicos, o Grêmio começou o Brasileirão arrasador porque soube aproveitar os traumas dos adversários. Corinthians, Flamengo e Atlético também vivem momentos complicados, é sempre bom lembrar. O Galo ontem veio com oito desfalques, entre eles a zaga titular, além de Robinho e Lucas Pratto. O Tricolor também tinha seus problemas (Miller Bolaños, Bobô), perdeu três jogadores por lesão ainda no primeiro tempo, mas não baixou a cabeça nem usou a desculpa útil, como tantas vezes já fez nos últimos anos. Tratou de jogar futebol e passou por cima do vice-campeão nacional.
Antes mesmo de abrir o placar, o Grêmio já tinha criado duas boas chances de marcar na Arena Independência. Marcelo Oliveira fez 1 a 0 após ótima parede de Henrique Almeida, enervando o ansioso time da casa, que estreava o seu Marcelo Oliveira (técnico), mas, além de desfalcado, ainda remoía a eliminação na Libertadores para o São Paulo. O time gaúcho perdeu os dois autores da jogada do primeiro gol ainda na etapa inicial, mas seguiu muito melhor, aproveitando os erros do time da casa, em especial do zagueiro Edcarlos, em péssima jornada. Luan, adiantado para último homem do ataque com a saída de Henrique Almeida, brilhou como no passado, fazendo mais dois e decretando o 3 a 0 ainda no primeiro tempo.
A mudança tática de Roger foi sutil. No segundo tempo contra o Flamengo, Luan saiu da ponta direita e virou uma espécie de centroavante recuado, jogando logo atrás de Bolaños, pelo meio. O time cresceu muito de produção com a mexida e venceu por 1 a 0. Sem o equatoriano, convocado, e os lesionados Bobô e Henrique, tudo indica que Luan será o centroavante diante do Coritiba. Nada mal: é justamente ali, ou próximo dali, que ele mais rende. Desde a saída do camisa 91, o Grêmio jogou como no ano passado, o mesmo esquema. Funcionou muito bem em 2015, e ontem também, embora o esquema inicial também tenha sido de ótimo rendimento. O Tricolor começa o Brasileiro recuperando a confiança, apresentando variações táticas e conquistando grandes resultados diante de adversários fortes. Melhor que isso, impossível.
Foto: Washington Alves/Grêmio.
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Patrola Tricolor contra a galinha alvinegra
Quanto mais o Luan bebe mais ele joga