O primeiro passo foi dado

Fluminense que conquistou o título da liga em Juiz de Fora
A Primeira Liga só foi disputada pela primeira vez em 2016, mas o Fluminense honrou uma tradição: algum clube do último lugar adicionado à competição é o seu campeão. Iniciando como Copa Sul, em 1999, teve um clube da região (o Grêmio) campeão. A seguir, entre 2000 e 2002, disputada com o nome de Sul-Minas, ganhou os mineiros como novos integrantes. América (2000) e Cruzeiro (2001/02) ganharam o torneio nestes três anos. Agora, com a inclusão da Dupla Fla-Flu, um deles, o Tricolor, levou a taça.

Curiosidades à parte, a vitória por 1 a 0 sobre o Atlético Paranaense confirma o crescimento do Fluminense nas mãos de Levir Culpi. Depois de perder o simbólico título da Taça Guanabara para o Vasco no último domingo, o Tricolor Carioca se recupera conquistando uma taça inédita. Este tipo de resultado ajuda a dar corpo para um trabalho que, como todos sabemos, visa bem mais ao segundo semestre, com o desenrolar da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro.

De todo modo, como dizíamos desde o ano passado, mais importante que ser campeão da Primeira Liga era que o torneio de fato acontecesse. Para o ano que vem, a própria Federação Gaúcha de Futebol, uma das que mais se opôs à realização do torneio, já admite diminuir pela metade as datas do campeonato estadual para que a liga possa transcorrer de forma mais consolidada. O mesmo poderá ocorrer em outros estados. Eis a grande vitória. Tudo porque, apesar de divergências internas, das federações e  da CBF jogar contra o tempo todo, a Primeira Liga foi até o final. Isso sim era o fundamental no processo todo.

O torneio, claro, teve seus problemas, ainda com ares improvisados aqui e ali. Mesmo assim, contou com uma média de público muito superior a qualquer um dos maiores campeonatos estaduais: foram 11.236 torcedores por jogo, número que só será inferior no futebol nacional em 2016 ao Campeonato Brasileiro e à Copa do Brasil (a Copa do Nordeste, tão justamente festejada, deve bater em 6 mil, a metade). E nada mais simbólico que um dos times que mais peitou sua federação local ganhar a taça. O Fluminense não é do sul nem de Minas, e justamente por isso está de parabéns pela postura adotada, tanto quanto pelo que obteve dentro dos quatro linhas.

Que todo esse sucesso, apesar dos pesares, seja a largada para um torneio ainda melhor em 2017.

Uma dúzia de favoritismo
O time reserva do Corinthians gosta de ganhar de seis: depois de enfiar 6 a 1 no São Paulo na reta final do Brasileirão do ano passado, meteu 6 a 0 no Cobresal e fez o time ultrapassar o Atlético Mineiro na classificação geral da Libertadores. Pelo mesmo grupo, o Cerro Porteño fez 1 a 0 no duelo direto em Assunção e eliminou o badalado Santa Fe, campeão da Copa Sul-Americana.

Quem também fez seis é outro time que, como o Grêmio, vem crescendo na entrada dos mata-matas: o Boca Juniors, que chegou a estar perdendo para o decepcionante Deportivo Cali na Bombonera, mas aplicou 6 a 2. Em La Paz, o Racing segurou o Bolívar, ficou no 1 a 1 e carimbou sua vaga.

O caminho dos brasileiros
Faltando apenas o Grupo 1 a ser disputado, a tendência aponta o Racing no caminho do Atlético Mineiro, uma enorme pedreira. Ao Corinthians, o destino deve reservar os uruguaios do Nacional. O São Paulo, caso passe hoje, enfrentará o Toluca caso empate em La Paz com o Strongest. Se vencer, pega o Rosario Central. Caso termine na liderança (vencendo e o River tropeçando para o Trujillanos, altamente improvável), fará um duelo brasileiro com o Grêmio.

Central ou River (ou, por milagre, Strongest ou São Paulo)
Um destes três será o adversário do Grêmio nas oitavas de final. O time de Rosário ainda é o favorito: encarará o Tricolor caso o River Plate vença o Trujillanos e o Strongest não perca para o São Paulo em La Paz, ou caso o River empate (muito improvável) e os paulistas ganham na altitude. O atual campeão da América vai encarar o time gaúcho caso vença seu jogo e o São Paulo também ganhe na Bolívia. O Strongest só enfrenta o Grêmio se for o campeão do grupo (ganhe do São Paulo e o River empate em casa com os venezuelanos) - o mesmo vale para o São Paulo. 

Mas Roger Machado e os gremistas mal terão como acompanhar o desenrolar da rodada decisiva: hoje à noite, no mesmo horário, o time já entra em campo novamente, com time misto frio, para enfrentar o Juventude na abertura das semifinais do Gauchão. Dos prováveis titulares, devem jogar apenas Marcelo Grohe e Fred. Mas nomes como Pedro Rocha, Lincoln e Everton têm condições de dar conta do recado.

Copa do Brasil
Sem dificuldades, o Flamengo confirmou o favoritismo, fez 3 a 0 e passou pelo Confiança. A decepção da noite na Copa do Brasil foi o Cruzeiro, mas já alertávamos para a pedreira que seria o Campinense. O 0 a 0 obriga os mineiros a vencerem em Belo Horizonte, quarta que vem, para seguirem adiante.

Foto: Fluminense/Divulgação.

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