Noite para pontuar

Everton terá papel importante no Grêmio hoje em Buenos Aires
Jogo fora de casa na Argentina pela Libertadores normalmente é ordem para o visitante robustecer a defesa e jogar no contra-ataque, seja ele brasileiro ou não. No caso do Grêmio hoje, porém, não é exatamente a possibilidade do cobertor curto o problema: a questão é encarar o San Lorenzo sem se fechar demais. Por mais que a defesa seja uma deficiência visível do Tricolor Gaúcho neste começo de temporada, jogar atrás no Nuevo Gasómetro é o primeiro passo para uma derrota. E perder é tudo o que não pode acontecer hoje.

A noite é para pontuar, obrigatoriamente. Claro, uma vitória seria espetacular: deixaria o time de Roger Machado bem encaminhado para se classificar às oitavas de final, neste grupo tão complicado. Mas mesmo um empate é bom resultado, por um motivo simples: impediria o San Lorenzo de fazer três pontos. O Grêmio se manteria à frente dos argentinos, portanto. A igualdade hoje só se tornará um mau resultado se a LDU surpreender o Toluca no México - aí, uma derrota gremista em Quito complicaria tudo. Mas não é a tendência.

Para não passar pelos mesmos problemas da semana passada, o Grêmio não precisará se fechar mais: precisará é ter outra postura. Ficar atrás diante do ofensivo San Lorenzo de Pablo Guede é o primeiro passo para perder. Será fundamental um maior empenho de todos: Everton necessariamente precisará acompanhar as subidas de Buffarini, algo que não fez na Arena, e ainda dar a opção do contragolpe o jogo todo. Ramiro, pela lateral direita, nunca rendeu tão bem, mas pode ser um antídoto eficaz contra as combinações de Blanco e Más. Além de todo esse controle, será preciso jogar: ocupar o campo adversário, acuar o San Lorenzo de vez em quando. O time de Guede sofre quando atacado, mas reina soberano quando pouco acossado.

A tarefa é das complicadas, portanto. Mas vale lembrar: se o jogo é decisivo para o Grêmio, para o San Lorenzo é questão de sobrevivência. Tropeçar hoje em casa significará para os argentinos ter de vencer seus dois últimos jogos e ainda torcer por combinações de resultados. Ou seja: a pressão do lado de lá é ainda maior. O Tricolor precisa ter inteligência para jogar com isso a seu favor. Segurar a pressão inicial e, a seguir, incomodar o rival. Jamais se enclausurar atrás: isso só dará coragem ao time mandante, que terá certamente um estádio inflamado jogando junto.

É um confronto decisivo, entre dois times parecidos e que vivem momentos semelhantes: potencial grande, especialmente ofensivo, mas que ainda não mostraram o que sabem em 2016. Como o grupo é forte e parelho, não podem mais tropeçar. Ingredientes que tornam a partida no Nuevo Gasómetro a mais aguardada de toda a Libertadores até aqui.

Em tempo:
- Hoje é dia de Santa Fe x Cobresal, em Bogotá. A provável vitória colombiana, se confirmada, joga pressão extra sobre o Corinthians amanhã. Caso vença, o atual campeão da Sul-Americana obriga o Timão a derrotar o Cerro Porteño amanhã - a próxima partida é Santa Fe x Corinthians, no El Campín, jogo que poderia eliminar o campeão brasileiro em caso de novo tropeço.

- Pela Liga dos Campeões, dia de o Manchester City confirmar o favoritismo sobre o Dinamo Kiev e, principalmente, do confronto nada definido entre Atlético de Madrid e PSV - a partida de ida, na Holanda, acabou em 0 a 0.

Foto: Lucas Uebel/Grêmio.

Comentários

Chico disse…
Hoje não podemos perder as oportunidades de marcar o gol como aconteceu no último jogo. E a defesa também não pode errar mais.