O empate amargo na estreia do Palmeiras: um ponto ganho fora de casa ou dois perdidos?

Alecsandro entrou e deu passe de peito para o segundo gol
É difícil cravar se o resultado trazido pelo Palmeiras de Maldonado foi bom ou ruim. O 2 a 2 com o River Plate uruguaio é um ponto conquistado fora de casa, algo normalmente importante numa Libertadores, ainda mais num grupo tão equilibrado. Porém, a equipe de Juan Ramón Carrasco é tida como a mais acessível desta chave, que ainda tem o tradicional Nacional (que jogará quase que de mandante diante do River) e o forte Rosario Central. Mesmo diante de um adversário que surpreendeu a Universidad de Chile na fase preliminar, a exigência era de vitória.

E o gostinho amargo do resultado de ontem fica justamente por conta disso. Era jogo para ganhar, e o Palmeiras teve a vitória na mão duas vezes. O curioso é que, enquanto o time esteve escalado de forma errada, jogou mal, mas venceu. No primeiro tempo, com Dudu centralizado na criação, a equipe pouco produziu, embora também não tenha sofrido muito com o River. O jogo foi morno. Numa rara enfiada de Dudu como armador, Jean se projetou e fez 1 a 0. Dos três volantes de Marcelo Oliveira, dois (Jean e Arouca) saíam bastante pelos lados. Jamais foi uma retranca.

Mesmo vencendo, o técnico palmeirense mudou no intervalo. Trocou seis por meia dúzia, retirando o apagado Érik e colocando Gabriel Jesus. O mais correto seria retirar o ex-Goiás para colocar Robinho, o que daria mais criatividade no meio e faria Dudu jogar na sua, aberto pela esquerda. Mas deu muito certo, pois o substituto entrou bem demais. O River empatou no comecinho, mas foi dele o segundo gol, em passe magistral de Alecsandro - outro que em tese não deveria ter entrado, pois colocar Robinho era a prioridade. Brilhou a estrela de Marcelo Oliveira nas duas substituições.

Ainda assim, seu time não conseguiu vencer. Arma principal do Palmeiras em 2015, a bola parada aérea foi o que tirou da equipe a vitória na estreia. Tal qual Vítor Hugo fez várias vezes no ano passado, o meia Montelongo subiu mais que todo mundo após batida de escanteio do bom atacante Michael Santos e testou para o fundo do gol. Robinho enfim entrou, o time paulista passou a dominar o jogo a partir disso (era de fato um acerto sua entrada), mas não conseguiu chegar à vitória.

É claro que a vitória seria o ideal, mas é só no desenrolar do grupo que se terá ideia de quanto esses dois pontos perdidos farão falta ao Palmeiras. O River é de fato o mais fraco dos três adversários, mas nem de longe deve trazer facilidades a Nacional e Central, e pode sim incomodar nessa briga. E, pegando o retrospecto recente da equipe paulista neste começo de ano, com uma derrota recente para o Linense e um empate em cima da hora com o São Bento, ambos em casa, chega-se à conclusão de que este 2 a 2 em Maldonado, se não foi maravilhoso pela tabela e pelas circunstâncias do jogo, foi o lógico pela bola que o time vem jogando e, principalmente, deixando de jogar. É preciso evoluir.

Foto: Palmeiras/Divulgação.

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