Henrique Almeida chega festejado ao Grêmio. Mas quem sai para que ele entre no time?
Fernandinho marca seu segundo gol pelo Grêmio no Vale |
Henrique tinha uma carreira discretíssima até chegar no ano passado ao Coritiba, onde fez 12 gols em 20 jogos e foi um dos raros destaques da equipe no Campeonato Brasileiro. Mesmo sem ser um jogador de grande força física, mostrou no Couto Pereira que sabe proteger para girar e bater com precisão, seja com força, da entrada da área, ou com jeito, de frente para o goleiro. Porém, também se apresenta para os tabelamentos, e tem versatilidade para alternar com outro atacante entre o flanco e o meio - num ataque onde todos se alternam constantemente de função como esse do Tricolor, pode encaixar como uma luva. É um bom reforço, em suma.
Diante do Aimoré, o Grêmio mais uma vez se ressentiu de um finalizador mais eficiente. Foram várias chances criadas, que poderiam ter transformado o 3 a 1 em goleada histórica se houvesse um pouco mais de precisão. Pedro Rocha, mais uma vez, foi quem mais desperdiçou chances claras. Houve, também, uma ótima jornada do goleiro Alessandro, que impediu vários gols gremistas no Estádio do Vale, quando tentativas de Luan, Everton, Fernandinho e Lincoln tinham o endereço certo.
Ainda assim, não dá para dizer que Henrique Almeida chega e farda no time do Grêmio. Na ausência de Giuliano, sim, ele deve ter lugar certo. Mas e com ele de volta, quem sai? Luan é o titular número 1, e tirá-lo do centro do ataque, onde vem se destacando, pode ser temerário; Everton vem numa fase que lembra o início de Carlos Eduardo em 2007; Giuliano é importante taticamente; e Roger dificilmente abrirá mão da técnica e visão de jogo de Douglas. O que o técnico gremista terá é de administrar o que começa a ser um positivo e salutar excesso de peças lá na frente. Hoje, até mesmo o desacreditado Fernandinho mostrou serviço: além do gol, soltou um tirambaço que lembrou seus melhores dias de São Paulo e Atlético Mineiro, lindamente espalmado pelo goleiro Alessandro. Mantendo este nível, pode ser outra alternativa interessante.
Apesar dos altos e baixos normais para um começo de temporada, o Grêmio novamente deu uma demonstração de que vem forte para 2016, por mais que Brasil e Aimoré não sejam adversários de porte. Mas há algo que vai além de uma análise de resultados ou jogos de campeonato estadual: a manutenção da base, fundamental num país onde os times mudam de cara drasticamente de um ano para o outro. A equipe de Roger, mesmo em fevereiro, tem padrão de jogo consolidado, se conhece como poucas atualmente no Brasil, e isso é uma grande vantagem numa competição tão complicada quanto a Libertadores. Tem, além disso, agregado aos poucos nível a seu grupo para minimizar as fraquezas de 2015, sem perder a mecânica de jogo conquistada no ano passado. E esta é a melhor notícia deste começo de ano.
Foto: Lucas Uebel/Grêmio.
Comentários
Mais uma grande virada do Tricolor.