Alario decide um clássico discreto

Alario desloca Rodríguez: River vence antes de pegar o Boca
Semana de superclasico em Buenos Aires é como semana de Gre-Nal em Porto Alegre: mesmo que haja outros compromissos futebolísticos, a expectativa pelo jogo do próximo domingo é sempre especial e latente. Somando este fator à absurda e precipitada demissão de Rodolfo Arruabarrena do Boca após a derrota para o Racing (e antes de outro jogo com a Academia e do próprio clássico do final de semana), o clássico entre River e Independiente ficou em segundo plano nas manchetes e no interesse do torcedor argentino.

Com um público não mais que razoável no Monumental de Núñez (cerca de 20 mil pessoas), também devido à chuva que abateu a capital argentina, o jogo também deixou a desejar. A expectativa era de uma partida franca, já que ambos começaram mal o Campeonato Argentino e precisavam vencer para seguirem sonhando com algo mais na competição. Mas não foi isso o que aconteceu: na maior parte do tempo, os dois rivais se estudaram muito e jogaram pouco. Mais preocupados em anular o adversário que em construir jogadas interessantes, sobreviviam de iniciativas individuais para levar perigo ao gol adversário.

Tentando explorar a velocidade de Fernández, o Independiente começou melhor, tendo no dinâmico Rigoni a fonte de sua criatividade. O River, porém, não demorou a equilibrar, através da segurança da dupla de zaga e da ótima partida do lateral Vangioni pela esquerda. Faltava, porém, mais ousadia de lado a lado. A saída de Pisculichi, lesionado, prejudicou bastante o time de Gallardo neste sentido. Já pelo lado vermelho, a má fase de Benítez o deixou no banco, o que compromete uma criação que já não rende o mesmo sem o agora flamenguista Mancuello.

Na etapa final, foi Gallardo o primeiro a abrir seu time, colocando Fernández no lugar do volante Arzura. Martínez passou a cair pela esquerda e dar trabalho ao exposto lateral direito Toledo. A resposta do Independiente veio na entrada de Vera no lugar do pouco abastecido Denis. O ataque ganhou em mobilidade, mas, mesmo com Benítez já em campo, seguia pouco presente na área millonaria. Só com a entrada de Cristian Rodríguez é que foi levar algum perigo ao gol de Barovero.

Foi só nos 15 minutos finais que os times decidiram arriscar de vez. Temia-se que o River, por ter atuado na Venezuela no meio de semana, fosse não ter fôlego, mas aconteceu o contrário: o time da casa mostrou mais pernas que o Independiente. Chegou ao gol, porém, não no cansaço, mas na qualidade: um cruzamento perfeito de Vangioni, uma cabeçada forte de Alario, que o goleiro Ruso Rodríguez largou nos pés do próprio Alario, que o encobriu com categoria.

Para o River, três pontos importantíssimos. Não apenas porque a equipe volta a entrar em contato com quem está mais à frente na tabela, mas também porque o gol tardio, de certa forma, compensa os dois pontos quase ganhos que a equipe deixou escapar em Rosário, domingo passado. Antes de uma semana de clássico com o Boca, e que terá o São Paulo pela Libertadores na sequência, iniciar os trabalhos ganhando de um rival é ótimo. O Independiente, por sua vez, segue sem repetir o bom futebol da temporada passada. Pellegrino perdeu muitos nomes importantes do time de 2015, e isso tem se refletido na irregularidade apresentada nos primeiros meses deste ano.

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Campeonato Argentino 2016 - 5ª rodada
29/fevereiro/2016
RIVER PLATE 1 x INDEPENDIENTE 0
Local: Monumental de Núñez, Buenos Aires (ARG)
Árbitro: Néstor Pitana (ARG)
Público: não divulgado
Gol: Alario 39 do 2º
Cartão amarelo: Arzura, Mercado e Torito Rodríguez
RIVER PLATE: Barovero (6,5), Mercado (5,5), Maidana (6,5), Mammana (6) e Vangioni (7); Arzura (5,5) (Fernández, intervalo - 5,5), Ponzio (6), Pisculichi (sem nota) (Mayada, 18 do 1º - 6) e Martínez (6) (Alonso, 24 do 2º - 5,5); Mora (6) e Alario (7). Técnico: Marcelo Gallardo
INDEPENDIENTE: Ruso Rodríguez (5), Toledo (4,5), Pellerano (5,5), Cuesta (7) e Tagliafico (6); Torito Rodríguez (5), Ortíz (5,5), Rigoni (6) e Aquino (5,5) (Benítez, 18 do 2º - 5); Denis (4,5) (Vera, 11 do 2º - 5,5) e Fernández (4,5) (Cristian Rodríguez, 29 do 2º - 5,5). Técnico: Mauricio Pellegrino

Foto: River Plate/Divulgação.

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