A volta de Maicon à sua função tornou o primeiro Grêmio de 2016 melhor que o último de 2015
Maicon deu duas assistências na vitória do Grêmio sobre o Brasil |
Ontem, em Caxias do Sul, isso ficou bem evidente. Para um primeiro jogo do ano com seus titulares, o começo gremista foi promissor. A vitória por 3 a 1 sobre o Brasil, melhor time do interior gaúcho, veio com clara superioridade. Apesar do susto inicial e de meia hora de instabilidade a seguir, o Grêmio soube impor sua maior categoria e chegou à virada com maturidade e naturalidade. A etapa final foi tranquila, em nada lembrando que o resultado começara adverso.
A análise óbvia da mudança que melhorou o rendimento tricolor foi a troca de posição do próprio Maicon do primeiro para o segundo tempo. E com total razão: talvez por não confiar em Pedro Rocha, ou talvez para testar o capitão em outra função, Roger Machado escalou o volante como meia pela direita, fazendo a função de Giuliano. Opção contestável, mas é simplismo afirmar que ela foi decisiva para o primeiro tempo de altos e baixos.
Na verdade, em nenhum momento o Grêmio jogou com três centromédios, como muitos se apressaram em dizer, mas com um volante improvisado na meia. Isso só foi possível porque Maicon é um jogador com desenvoltura. O problema do primeiro tempo não foi ele, mas a dificuldade na saída de bola com Edinho e Walace, dois jogadores de desarme (o segundo até com boa arrancada), mas de pouca saída e distribuição. Diante de um adversário fechado como o Brasil, esta lentidão na transição dificultava as ações ofensivas - problema idêntico ao de quase todo o returno de 2015, quando estes dois jogadores compunham o setor. O gol xavante, entretanto, não se deu por problemas de esquema: apenas reforçou a estratégia do time de Pelotas, dificultando a vida do Grêmio, que começara o jogo bem, em cima, trocando passes em alta velocidade e no terço final do campo.
Tanto Maicon aberto não foi um problema que surgiu dele, por ali, dentro da área, o passe para o gol de Luan. A questão, porém, é outra: com Pedro Rocha naquele setor, Edinho deixou o time no intervalo e o capitão voltou para jogar na sua, a segunda do meio-campo. Aí, a coisa mudou de figura: o jogo gremista fluiu como nos melhores dias de julho e agosto do ano passado, o auge da campanha com Roger. Everton virou em jogadaça de Luan, e Pedro Rocha fez o terceiro em passe lindo do próprio Maicon. Sempre em chegadas muito bem trabalhadas, envolventes. O placar só não foi mais elástico porque o próprio time da capital tirou o pé e passou a administrar a vantagem.
Os testes de começo de ano são importantes, e o Campeonato Gaúcho, na prática, serve mais para isso do que qualquer outra coisa, no caso gremista, cuja prioridade é a Libertadores. Por isso, não dá para condenar Roger por tentar escalar Maicon aberto, até porque ele não se saiu mal ali. A questão é que colocar o capitão na sua, na segunda do meio, é fundamental para toda a mecânica da meia-cancha gremista. O que o returno do Brasileirão 2015 já deixara claro ficou ainda mais nítido ontem. Basta comparar o primeiro com o segundo tempo no Centenário, e um retrato do que é o Grêmio com e sem Maicon na distribuição de jogo virá com total clareza.
Foto: Lucas Uebel/Grêmio.
A análise óbvia da mudança que melhorou o rendimento tricolor foi a troca de posição do próprio Maicon do primeiro para o segundo tempo. E com total razão: talvez por não confiar em Pedro Rocha, ou talvez para testar o capitão em outra função, Roger Machado escalou o volante como meia pela direita, fazendo a função de Giuliano. Opção contestável, mas é simplismo afirmar que ela foi decisiva para o primeiro tempo de altos e baixos.
Na verdade, em nenhum momento o Grêmio jogou com três centromédios, como muitos se apressaram em dizer, mas com um volante improvisado na meia. Isso só foi possível porque Maicon é um jogador com desenvoltura. O problema do primeiro tempo não foi ele, mas a dificuldade na saída de bola com Edinho e Walace, dois jogadores de desarme (o segundo até com boa arrancada), mas de pouca saída e distribuição. Diante de um adversário fechado como o Brasil, esta lentidão na transição dificultava as ações ofensivas - problema idêntico ao de quase todo o returno de 2015, quando estes dois jogadores compunham o setor. O gol xavante, entretanto, não se deu por problemas de esquema: apenas reforçou a estratégia do time de Pelotas, dificultando a vida do Grêmio, que começara o jogo bem, em cima, trocando passes em alta velocidade e no terço final do campo.
Tanto Maicon aberto não foi um problema que surgiu dele, por ali, dentro da área, o passe para o gol de Luan. A questão, porém, é outra: com Pedro Rocha naquele setor, Edinho deixou o time no intervalo e o capitão voltou para jogar na sua, a segunda do meio-campo. Aí, a coisa mudou de figura: o jogo gremista fluiu como nos melhores dias de julho e agosto do ano passado, o auge da campanha com Roger. Everton virou em jogadaça de Luan, e Pedro Rocha fez o terceiro em passe lindo do próprio Maicon. Sempre em chegadas muito bem trabalhadas, envolventes. O placar só não foi mais elástico porque o próprio time da capital tirou o pé e passou a administrar a vantagem.
Os testes de começo de ano são importantes, e o Campeonato Gaúcho, na prática, serve mais para isso do que qualquer outra coisa, no caso gremista, cuja prioridade é a Libertadores. Por isso, não dá para condenar Roger por tentar escalar Maicon aberto, até porque ele não se saiu mal ali. A questão é que colocar o capitão na sua, na segunda do meio, é fundamental para toda a mecânica da meia-cancha gremista. O que o returno do Brasileirão 2015 já deixara claro ficou ainda mais nítido ontem. Basta comparar o primeiro com o segundo tempo no Centenário, e um retrato do que é o Grêmio com e sem Maicon na distribuição de jogo virá com total clareza.
Foto: Lucas Uebel/Grêmio.
Comentários
Era só o período mesmo.
Não está nos meus planos, cara, fica tranquilo. :)