Menino com bagagem de veterano, Nico López fez um golaço na vitória do Nacional sobre o Peñarol

Nico reestreou no Nacional com gol e vitória no clássico: 3 a 1
Com apenas 22 anos de idade, o meia uruguaio Nico López já rodou mais que muito veterano. De jovem promessa do Nacional, deixou o país cedo para se transferir à Roma, e depois à Udinese, ambas na Itália. Foi emprestado ao Granada por dois anos e voltou ao clube de origem, sem jamais ter se firmado de fato na Europa. Mas talento há de sobra, e sua reestreia pelo Bolso deixa isso muito claro.

O episódio não poderia ser mais simbólico. A Copa Antel é daqueles quadrangulares internacionais de semifinal e final, simples, comuns nos anos 80 e 90, e que, com uma pré-temporada um pouco mais longa, parecem estar voltando à realidade por aqui. Depois de ver o Palmeiras bater o Libertad por 2 a 0, o Estadio Centenario testemunhou o segundo clássico entre Nacional e Peñarol em um intervalo de apenas uma semana. Ao contrário da que quinta-feira passada, quando os carboneros levaram a melhor nos pênaltis, desta vez o time tricolor sobrou.

À base de muita juventude mesclada com nomes experientes, como Nacho González e Sebastián Fernández, o Nacional foi quase sempre superior ao Peñarol. Até demorou a abrir o placar, levando 39 minutos para tal, e o gol de empate sofrido no último lance do primeiro tempo foi um duro castigo (Fucile fez contra, após boa jogada de Aguiar e Albarracín). Porque a diferença era grande: com um meio mais dinâmico, mesmo tendo teoricamente um jogador a menos no setor (4-3-3 contra 4-4-2), o Nacional tinha na coordenação de González com os movediços (e mais jovens) Barcia e Ramírez um trunfo para criar perigo quase sempre. O Peñarol, por sua vez, via Forlán e Ifrán completamente isolados na frente, sem apoio na criação, com um time acuado atrás de sua intermediária e de pouca criatividade, que em nada lembrava a equipe campeã uruguaia de dois meses atrás.

Na etapa final, a expulsão do zagueiro Mac Eachen abriu caminho de vez para a vitória tricolor. O jogo, que era até equilibrado nos minutos iniciais, passou a ser inteiro do Bolso depois disso. Foi num espaço que normalmente não surgiria no 11 contra 11 que Romero acertou um lindo tirambaço no ângulo de Guruceaga e fez 2 a 1. E foi numa espetacular jogada individual de Nico López, passando no meio de três adversários, que veio o gol do 3 a 1 definitivo. Há oito jogos o Peñarol não bate o maior rival dentro dos 90 minutos. Mesmo com um time mais experiente, sucumbiu de novo ontem.

A final de sábado, entre Nacional e Palmeiras, já é um bom teste para a Libertadores - vale lembrar que os dois clubes vão se encarar na fase de grupos do torneio. É difícil saber até onde essa meninada do Nacional poderá chegar, pois o time é em geral bastante jovem, bem como o técnico Gustavo Munúa, de apenas 37 anos. Mais difícil ainda é saber onde enquadrar Nico López: tem só 22, com fôlego de jovem, mas bagagem de veterano. Talvez esteja mais para a turma de Nacho González que para a de Ramírez, mas o certo é que dará trabalho ao Palmeiras e a todos que enfrentarem os uruguaios no certame continental.

Comentários

Lourenço disse…
El Diente Lopez teria sido um bom nome para o Grêmio neste início de ano. Que brilhe e reescreva sua história no Bolso após sua polêmica saída, na primeira passagem.