Retrospectiva 2015: Goiás

Mal das pernas em termos financeiros há algum tempo e enfrentando grave crise interna e de relacionamento com seus torcedores, o Goiás decidiu repetir em 2015 a mesma fórmula do ano passado: trazer jogadores sem custos e apostar na meninada da base. Desta vez, porém, a estratégia cobrou seu preço, e o clube voltará a disputar a segunda divisão, após três anos na elite.

JANEIRO
Técnico Artur Neto teve período curto e complicado no Goiás
As contratações para a nova temporada apontavam desde o início para mais um ano de investimentos quase nulos do Goiás em seu elenco profissional. O principal destaque é o retorno de Felipe Menezes, emprestado pelo Palmeiras. O volante Ygor, do Internacional, é outro nome conhecido que chega por empréstimo. Na estreia do estadual, um frustrante empate em 2 a 2 em casa com o Trindade.

FEVEREIRO
Ao contrário do Atlético-GO, seu principal concorrente naquele momento em termos locais, a equipe começa o estadual com tranquilidade, apesar de experimentar certa irregularidade. Ganhou o clássico contra o Dragão por 2 a 1 e começou a Copa do Brasil vencendo o Santo André, fora de casa, por 1 a 0. Nada espetacular, mas dentro do esperado.

MARÇO
Mês de afirmação da equipe no Campeonato Goiano. O Goiás volta a bater o Atlético-GO, desta vez por 1 a 0, aplica 6 a 1 no Grêmio Anápolis na sequência e embala, encaminhando a liderança geral da primeira fase e garantindo classificação para a semifinal com quatro rodadas de antecedência. O trio Felipe Menezes, Érik e Bruno Henrique começa a ganhar entrosamento e animar os poucos torcedores que vão ao Serra Dourada.

ABRIL
Segue a boa fase. Com o Vila Nova na segunda divisão estadual e o Atlético-GO fora da fase de mata-mata, o Goiás se vê diante dos modestos Trindade, Goianésia e Aparecidense nas semifinais, conquistando o título sobre este último rival, com naturalidade. O meia Felipe Menezes é o grande destaque da decisão, marcando os dois gols no 2 a 0 do jogo de ida, resultado que encaminha o título. A equipe segue em busca de reforços para o Brasileiro, mas traz nomes ainda modestos, especialmente no interior gaúcho, como Rafael Forster (Brasil de Pelotas), Fred (Novo Hamburgo) e Lucas Coelho (Grêmio)

MAIO
Começam as irregularidades: a equipe inicia maio confirmando o título estadual, mas perde uma invencibilidade de 15 jogos ao levar 1 a 0 do Independente, do Pará, pela segunda fase da Copa do Brasil. Porém, segue adiante na competição ao fazer 3 a 0 na volta e começa o Brasileirão com tudo: foram 8 pontos nos quatro primeiros jogos, incluindo uma vitória de 1 a 0 sobre o Palmeiras no Allianz Parque, que mantém a equipe no G-4. No entanto, o Goiás acaba o mês eliminado pelo Ituano na Copa do Brasil.

JUNHO
A dura realidade de encarar o Brasileirão com o time jovem e despreparado do estadual começa a ficar clara. Ao se tornar o primeiro clube da elite a perder para o lanterna Joinville, o Goiás demite Hélio dos Anjos e segue por três jogos com o interino Augusto. A busca por reforços aumenta, e a colocação só piora. Com 1 pontos em 15 disputados, o time sai do G-4 e fecha o mês em 15º, já próximo da zona de rebaixamento.

JULHO
O Goiás começa o mês levando 3 a 1 do Figueirense e entra na zona de rebaixamento, mas Julinho Camargo, o novo técnico, estanca a sangria: empata com o Corinthians e goleia o Santos por 4 a 1, trazendo nova esperança aos esmeraldinos. Porém, a má fase volta, com a equipe perdendo para Inter, Cruzeiro e Flamengo em sequência e fechando o mês novamente entre os rebaixados, no 17º lugar.

AGOSTO
Dono de um dos piores ataques do campeonato, o Goiás traz Zé Love da China como última esperança de melhorar sua produção ofensiva. Antes de sua estreia (3 a 0 sobre o Vasco, na qual marcou gol de bicicleta), porém, o time começa a reagir e chega a ficar seis jogos sem perder. Destaque para a goleada de 3 a 0 sobre o São Paulo, no Morumbi. No fim do mês, porém, nova instabilidade: a equipe é eliminada da Sul-Americana pelo modesto Brasília e leva 3 a 0 do Atlético-PR no Brasileiro, voltando a figurar entre os rebaixados.

SETEMBRO
A queda para o Brasília trouxe o Goiás de volta à instabilidade. A equipe mais perde do que ganha, e não consegue sair da zona de rebaixamento. São três vitórias e quatro derrotas no período. Julinho Camargo não resiste à derrota para a Ponte Preta, em casa, e acaba caindo. Aí, a direção comete o erro fatal: traz o técnico Artur Neto, que começa barrando Zé Love.

OUTUBRO
Artur Neto resiste a quatro jogos. Depois de perder todos (Fluminense, Figueirense, Corinthians e Santos), pede para sair. O zagueiro Fred, logo após queda, elogiou Julinho e criticou Artur, deixando claro o descontentamento do elenco com o técnico que acabava de deixar o cargo. Em vez de trazer um quarto treinador em 2015, o Goiás opta por efetivar o auxiliar Danny Sérgio, que estreia perdendo em casa para o Cruzeiro. O time goiano fecha o mês com cinco derrotas consecutivas e na 18ª posição.

NOVEMBRO
A vitória de virada sobre o Internacional no Serra Dourada reacende um fio de esperança na luta contra a queda, mas logo o Goiás volta ao seu desempenho habitual. Toma uma goleada do Flamengo, perde em casa para o Coritiba e fica muito perto da queda. Nem o surpreendente empate com o vice-líder Atlético-MG e a ótima vitória sobre a Chapecoense, ambos fora de casa, ajudam: em penúltimo lugar, o time de Goiânia só se livra do rebaixamento na última rodada em caso de milagre.

DEZEMBRO
Não deu. Em um jogo no qual deixou evidentes todas as suas deficiências, mesmo diante de 36 mil torcedores, o Goiás pouco ameaçou um São Paulo que só esperava o jogo acabar para confirmar a vaga na Libertadores. A equipe precisava vencer e torcer por tropeços de Avaí, Figueirense e Vasco, mas sequer fez sua parte: perdeu por 1 a 0 e confirmou seu segundo rebaixamento nos últimos seis anos. Reencontrará os rivais Vila Nova e Atlético-GO na Série B de 2016.

O RESUMO DO GOIÁS EM 2015
Campanha: 90 pontos; 64 jogos; 25 vitórias; 15 empates; 24 derrotas; 77 gols marcados; 66 gols sofridos; 46,9% de aproveitamento
Colocações: Copa Sul-Americana (21º); Campeonato Brasileiro (19º); Copa do Brasil (18º); Campeonato Goiano (1º)
Artilheiros: Érik (19), Felipe Menezes (13), Bruno Henrique (12)
Destaques: Bruno Henrique, Felipe Menezes, Fred
Decepção: Liniker
Ponto alto do ano: Palmeiras 0 x 1 Goiás, Brasileiro, 24/05/2015
Ponto baixo do ano: Santos 3 x 1 Goiás, Brasileiro, 18/10/2015
Ranking Carta na Manga: 15º lugar (507,5 pontos)

O TIME DE BOTÃO DO GOIÁS EM 2015

Amanhã: o mês a mês do conturbado 2015 do Coritiba.

Foto: Goiás/Divulgação.

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