Retrospectiva 2015: Coritiba

Atle-Tiba de setembro, o melhor momento do Coxa em 2015
Pelo quarto ano consecutivo, o Coritiba acabou a temporada lutando contra o rebaixamento. Pelo quarto ano consecutivo, conseguiu atingir o feito. É pouco para quem subiu de volta para a elite em 2010 e começava a se firmar como um time de chegada, após disputar duas finais seguidas de Copa do Brasil. A perda do estadual de forma vexatória para o Operário de Ponta Grossa até dava indícios de que desta vez a situação era pior, mas no fim das contas o clube conseguiu se segurar por mais um ano na primeira divisão.

JANEIRO
Após mais uma campanha ruim em 2014 e a despedida do ídolo Alex, o Coritiba inicia o ano reformulando completamente seu elenco. Somente entre dezembro e janeiro, 16 jogadores deixaram o Alto da Glória (entre eles, o goleiro Vanderlei e o meia Robinho) e outros 15 foram contratados. O que teria melhor rendimento era um então desconhecido: o centroavante Rafhael Lucas, do Sorocaba, que já marca dois gols logo na estreia do estadual, contra o Nacional. Marquinhos Santos, que livrou o time da queda no ano anterior, começa o ano na casamata.

FEVEREIRO
O centroavante Wellington Paulista chega do Internacional no início do mês e é integrado ao elenco. Como já tem sido hábito nos últimos anos, a política do Atlético-PR de relegar o estadual aos juniores faz o Coxa sobrar na competição. À exceção de uma inesperada derrota para o Foz do Iguaçu, o time alviverde enfileira vitórias, incluindo um Atle-Tiba, por 2 a 0.

MARÇO
Rafhael Lucas e Wellington Paulista conseguem uma rápida afinação, a equipe segue patrolando todo mundo no Campeonato Paranaense e termina a primeira fase na liderança, com 26 pontos e um aproveitamento de 79%. Na Copa do Brasil, o Coxa elimina o Villa Nova-MG na primeira fase sem necessidade do jogo de volta, ao vencer fora de casa na ida por 3 a 0.

ABRIL
Mês dedicado apenas ao mata-mata do estadual. Nas quartas de final, o Coxa passa fácil pelo Cascavel. Nas semifinais, perde para o Londrina por 1 a 0 no Estádio do Café, mas aplica 3 a 0 no Couto Pereira e chega à decisão como favorito diante do Operário. Porém, no jogo de ida, em Ponta Grossa, o time alviverde leva 2 a 0 e fica em situação complicada para tentar conquistar o título.

MAIO
O Coxa inicia seu pior período no ano. Em vez de reverter a vantagem do Operário, a equipe leva 3 a 0 em pleno Couto Pereira e fica com o vice-campeonato paranaense de forma constrangedora, entrando no Brasileirão como candidata ao rebaixamento. No Brasileirão, perde três dos primeiros quatro jogos. Na Copa do Brasil, sofre para eliminar o Fortaleza nos pênaltis, mas inicia a terceira fase fazendo 2 a 1 na Ponte Preta.

JUNHO
A má fase prossegue. Após a derrota por 2 a 0 para o Internacional, Marquinhos Santos é demitido. Para o seu lugar, outro velho conhecido da torcida Coxa-Branca: Ney Franco, que estreia perdendo em casa para o também em crise Flamengo. A seguir, porém, o time esboça uma reação: empata fora de casa com o rival Atlético-PR, que vinha disputando a liderança, e bate o Cruzeiro por 1 a 0 no Couto Pereira. Ainda assim, termina mais um mês entre os rebaixados, no 18º lugar.

JULHO
Mais um mês complicadíssimo para o Coxa, que não vence nenhum dos sete jogos que disputou. Foram quatro empates (entre eles, dois horrorosos 0 a 0 com Joinville e Figueirense) e três derrotas. Ao menos, uma delas garantiu algo positivo: a equipe levou 2 a 1 da Ponte Preta em Campinas, mas venceu nos pênaltis e chegou às oitavas da Copa do Brasil graças a um gol de Evandro nos acréscimos. O menino começava a se tornar o talismã da equipe ao marcar também nos descontos no empate em 1 a 1 com o Corinthians. O baixo astral, porém, é total: após 15 rodadas, o Coritiba é o 19º colocado da Série A.

AGOSTO
Mês que acabou se tornando decisivo para a permanência na Série A. Com a chegada do centroavante Henrique Almeida por empréstimo do Botafogo, a equipe ganha outro nível no ataque e obtém importantes vitórias sobre Chapecoense, Palmeiras e Vasco, passando a respirar no Brasileiro. A reação, porém, fez o clube desistir da Copa do Brasil: nas oitavas de final, dois jogos com time reserva contra o Grêmio, e duas derrotas.

SETEMBRO
Ao ganhar de 2 a 0 do Avaí em Florianópolis, em grande atuação do centroavante Henrique Almeida, o Coritiba enfim deixa a zona de rebaixamento, após 18 rodadas entre os quatro últimos. A equipe ainda entraria no Z-4 nas rodadas seguintes, seguia irregular, mas o desespero já não era tão grande. A vitória por 2 a 0 sobre o então ascendente Flamengo, no Mané Garrincha lotado, e no clássico contra o Atlético-PR, três dias mais tarde, representam o melhor momento do time no Campeonato Brasileiro. O Coxa fecha o mês em 14º.

OUTUBRO
Mês de parada para as eliminatórias, a qual fez mal ao Coritiba. A equipe, é verdade, perdeu os dois jogos antes da pausa no campeonato, mas voltou dela ainda pior: perdeu mais três vezes, chegando a cinco derrotas consecutivas, algumas delas com atuações lamentáveis, como no 3 a 1 para o Joinville e no 3 a 0 para a Ponte Preta. A tranquilidade relativa vai para o ralo, e a equipe volta para o 18º lugar, a cinco rodadas do fim do campeonato.

NOVEMBRO
Três dias após o empate em 1 a 1 com o Figueirense, em 3 de novembro, Ney Franco é demitido. Para as cinco rodadas finais, a aposta é no ídolo do clube Pachequinho. Em sua estreia, o Coxa dá um calor no quase campeão Corinthians, mas perde no fim por 2 a 1. Porém, a reação não tarda: com três vitórias consecutivas (sobre Goiás, Santos e Palmeiras), o time deixa o Z-4 para trás e entra na última rodada em 15º, quase garantido na primeira divisão.

DEZEMBRO
Praticamente livre do rebaixamento, o Coritiba acabou sendo o algoz do Vasco, que ao sair do Couto Pereira com um empate em 0 a 0 voltou para a Série B. Ontem, o clube confirmou o acerto com Gílson Kleina para treinar a equipe em 2016. Uma temporada que, espera sua torcida, seja bem diferente das duas últimas.

O RESUMO DO CORITIBA EM 2015
Campanha: 88 pontos; 62 jogos; 25 vitórias; 13 empates; 24 derrotas; 66 gols marcados; 65 gols sofridos; 47,3% de aproveitamento
Colocações: Campeonato Brasileiro (15º); Copa do Brasil (14º); Campeonato Paranaense (2º)
Artilheiros: Rafhael Lucas (17), Henrique Almeida (12), Wellington Paulista (6)
Destaques: Walisson Maia, Henrique Almeida, Wilson
Decepção: Cáceres
Ponto alto do ano: Coritiba 2 x 0 Atlético-PR (Brasileiro, 20/09/2015)
Ponto baixo do ano: Coritiba 0 x 3 Operário-PR (Paranaense, 03/05/2015)
Ranking Carta na Manga: 14º lugar (593 pontos)

O TIME DE BOTÃO DO CORITIBA EM 2015
Amanhã: como foi o ano do retorno do Botafogo à primeira divisão.

Foto: Coritiba/Divulgação.

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