Uma tarde épica e uma péssima rodada: o Vasco chega vivo, mas a permanência é complicada

Nenê desloca o goleiro: Vasco vivo, mas em situação complicada
O temporal que desabou sobre o Rio de Janeiro por volta das 15h30 de ontem parecia anunciar o cenário do rebaixamento antecipado do Vasco. Com o gramado de São Januário comparável ao do Monumental de Núñez no dia do cancelamento do recente Argentina x Brasil, ruas totalmente alagadas, raios e trovões pareciam indicar que ali estava o "inferno da segunda divisão", mais uma vez, a terceira em oito anos para o clube carioca. Mas ainda não foi desta vez. E quantas vezes o Vasco resistiu à queda em 2015?

Ontem pode ter sido a última delas. O time de Jorginho fez sua parte: com o gramado pesado, mas apenas molhado, já sem poças, sofreu terrivelmente (chances perdidas em profusão no primeiro tempo, tensão incrível para segurar a vitória no segundo), mas ganhou por 1 a 0, gol de pênalti de Nenê, cenário comum deste returno, para alívio dos 12 mil torcedores presentes. O clima angustiante da cancha vascaína aparecia em rede nacional estampado no rosto de cada um que enfrentou o temporal para ver o dramático duelo com os reservas do Santos (7º, 55), agora já eliminado de qualquer chance de G-4. Tudo porque qualquer gol do Peixe rebaixaria o Vasco ontem mesmo. Mas ficou tudo para o domingo que vem, o derradeiro deste tenso 2015.

A situação permanece muito complicada. Para não cair, o Vasco (18º, 40) precisa vencer o Coritiba (15º, 43) no Couto Pereira e torcer para que Avaí (16º, 41) e Figueirense (17º, 40) não vençam seus compromissos. O Leão visita o campeoníssimo Corinthians (1º, 80), tarefa complicadíssima, mas o Figueira recebe os reservas do Fluminense (13º, 47), rival vascaíno que já antecipou férias para muitos de seus principais jogadores. Para piorar a situação, o próprio adversário cruz-maltino, o Coxa, entra na última rodada relativamente ameaçado: pode cair se perder seu jogo, o Avaí derrotar o Corinthians e o Figueirense vencer o Flu tirando quatro gols de distância no saldo. Improvável, mas possível. Para quem luta contra o abismo, é sempre melhor não arriscar nesses casos.

Matemáticos estimam em 88% as possibilidades de rebaixamento. Mas quem "resolveu acreditar", como diz o bordão do 2015 vascaíno, se agarra nos 12% restantes. Para quem já ficou 13 pontos longe da saída do Z-4, acreditar é mesmo um dever para o domingo que vem.

São Lourenço da Mata: o Sport (6º, 56) entrou em campo eliminado, mas relaxado. Fez 2 a 0 no mistão do Corinthians e terminou seu bom 2015 de forma positiva para os 19 mil torcedores que foram à Arena Pernambuco. Matheus Ferraz e André decretaram a vitória.

Belo Horizonte: em grande fase, o Cruzeiro (8º, 55) mostra que será páreo duro para o Inter no domingo que vem. Fez 3 a 0 no Joinville (20º, 31) no Mineirão (25 mil) e assumiu a vice-liderança do returno. Willian, Charles e Alisson fizeram os tentos do time de Mano Menezes.

Curitiba: o fim de ano melancólico do Flamengo (12º, 49) teve mais um capítulo sofrível ontem. Diante de um Atlético-PR (9º, 51) empenhado em terminar o ano dentro de casa com uma boa atuação, levou 3 a 0 na Arena da Baixada, que recebeu quase 26 mil pessoas. Roberto e Cléberson (2) marcaram para o Furacão.

São Paulo: pensando na Copa do Brasil, os reservas do Palmeiras (11º, 50) não foram páreo para o desesperado Coritiba (15º, 43), que fez 2 a 0 e ficou muito perto de garantir sua permanência na Série A. Os gols foram de Juan e Henrique Almeida. O Allianz Parque recebeu seu menor público na história: pouco mais de 17 mil torcedores. Quarta-feira é o que interessa.

Chapecó: com dois golaços de falta do ex-zagueiro do Novo Hamburgo Fred e outro de Érik, o Goiás (19º, 38) fez 3 a 1 na Chapecoense (14º, 47) em plena Arena Condá (9 mil) e se manteve vivo na luta para não cair. Porém, só um milagre salva: será preciso vencer o São Paulo e torcer por derrota do Avaí e para que Figueirense e Vasco não vençam seus jogos na última rodada.

A penúltima rodada do Brasileirão apresentou média de 18.307 torcedores por partida. O maior público foi o da Arena do Grêmio, quando 39.662 viram a vitória gremista sobre o Atlético-MG. O menor, no Maracanã, quando apenas 7.691 acompanharam o empate entre Fluminense e Inter. A média geral do campeonato é de 18.093, um pouco superior aos 17.771 do ano passado.

Foto: Paulo Fernandes/Vasco.

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