O Inter não tinha o direito de não jogar com a corda esticada
Vitinho, o personagem da noite: empate frustrante para o Inter no Maracanã |
A tarde já havia começado estranha com a frustração do Morumbi. Quando o Figueirense parecia à beira de dar uma enorme mão ao Colorado, cede a derrota com dois gols nos acréscimos. Mas o começo no Maracanã foi animador: Vitinho, sempre ele, fez o seu cedinho, aos três minutos. E o Inter era dono do jogo. Vitinho participava de quase todos os lances ofensivos perigosos, e tinha em Lisandro López um bom parceiro de frente. O Fluminense? Cheio de meninos, mal passava do meio-campo.
Os primeiros 20 minutos foram de controle total do jogo, e o 1 a 0 parecia já barato para os cariocas, que escaparam de levar o segundo num chute na trave de Lisandro. O argentino deixou o campo lesionado aos 28, para a entrada de Taiberson, mas o Inter seguia melhor, sempre tendo em Vitinho seu nome mais agudo. O Flu até quis pôr as manguinhas de fora nos minutos finais, mas a expulsão de Osvaldo era quase a garantia de que a reação pararia por aí. Quase.
Foi aí que faltou postura para o time de Argel Fucks. Claro, tendo um a mais, a cartilha manda valorizar a posse de bola. Mas não dá para confundir isso com tocar a pelota de forma improdutiva e enfadonha de um lado para o outro, esperando o jogo acabar, ainda mais com 45 minutos pela frente. Foi exatamente isso que o Inter fez. Sentindo que dava para arriscar mesmo com inferioridade numérica, diante do marasmo colorado, o time da casa quase empatou numa falta de Gustavo Scarpa e numa cabeçada de Marcos Júnior salva por Muriel. A resposta rubra foi seguir desacelerando o jogo, mas sem objetividade. Para piorar, concedendo espaços. Num deles é que Magno Alves recebeu por trás da zaga em contra-ataque e Vitinho o derrubou, cometendo o pênalti convertido por Cícero.
O Inter ainda tinha 20 minutos para tentar o gol, mas aí faltou qualidade. Com Bruno Baio em campo, basicamente a única alternativa tentada pelo time de Argel foi o chuveirinho. Deu certo em dois lances, mas a bola não entrou. Era pouco: o próprio Fluminense chegou mais vezes com perigo após o 1 a 1 (três). Uma delas aos 49, já nos acréscimos. Quase conseguiu virar o jogo, portanto.
Se por volta das 18h30 de hoje os colorados pareciam mais perto do que nunca da Libertadores, agora a vaga ficou bem distante. Não impossível porque é preciso vencer o Cruzeiro e torcer para que o São Paulo perca para o Goiás - este segundo, em especial, um resultado improvável. Contra os mineiros, terá Alisson de volta, mas não D'Alessandro (suspenso) e possivelmente Lisandro, fora todos os demais. A vaga se complicou de vez, e o próprio discurso de Ernando e Paulão após o jogo sinaliza esse sentimento nos atletas também. Há tempos que ela vem se complicando (o time nunca esteve no G-4, é bom lembrar), mas hoje pode ter sido definitivo.
Depois da derrota em Chapecó, o Inter só poderia chegar à Libertadores com três vitórias, até manter a conta dos sete triunfos em dez jogos proposta por Argel. Para um time só médio, que está onde está por falta de concorrência mais qualificada, nem contra os reservas de um Fluminense quase de férias é possível se dar luxo de baixar a guarda. Ainda mais depois de tantos tropeços ao longo da temporada.
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Ficha técnica
Campeonato Brasileiro 2015 - 37ª rodada
28/novembro/2015
FLUMINENSE 1 x INTERNACIONAL 1
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Marielson Alves Silva (BA)
Público: 7.691
Renda: R$ 231.990,00
Gols: Vitinho 3 do 1º; Cícero (pênalti) 28 do 2º
Cartão amarelo: Ayrton, Cícero, Artur, D'Alessandro, Nico Freitas e Vitinho
Expulsão: Osvaldo 45 do 1º
FLUMINENSE: Diego Cavalieri (6), Wellington Silva (6), Marlon (5,5), Nogueira (6) e Ayrton (5) (Léo Pelé, intervalo - 5,5); Edson (5,5), Cícero (6,5) e Gustavo Scarpa (6,5); Marcos Júnior (5,5) (Lucas Gomes, 34 do 2º - sem nota), Wellington Paulista (4,5) (Magno Alves, 16 do 2º - 6) e Osvaldo (4). Técnico: Eduardo Baptista
INTERNACIONAL: Muriel (6), William (6,5), Paulão (6), Ernando (5,5) e Artur (5); Rodrigo Dourado (6), Nico Freitas (5) (Bertotto, 18 do 2º - 5), Anderson (6) (Bruno Baio, 34 do 2º - 6) e D'Alessandro (5,5); Vitinho (6,5) e Lisandro López (6) (Taiberson, 27 do 1º - 5). Técnico: Argel Fucks
Foto: Nelson Perez/Fluminense.
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