O Corinthians elevou o poder do "banguzinho" a níveis jamais imaginados

Lucca comemora: goleada histórica, taça e domingo perfeito
Equipes ganharem clássicos (e até títulos) com seus times mistos ou reservas não chega a ser um novidade. Aqui no Rio Grande do Sul, o título gaúcho do Grêmio de 1995, com meio time reserva, em um clássico contra o Internacional, ficou célebre por isso. Mas ontem o Corinthians elevou o poder do "banguzinho" a nível executivo, já diria Ramón Valdez.

A tarde da entrega da taça não poderia ser melhor. Terminar o ano campeão brasileiro com sobras e ter a taça entregue num 6 a 1 sobre um de seus maiores rivais é algo que nem o mais otimista corintiano imaginava. A fase é tão esplendorosa que até o fraco Ángel Romero se destacou: com dois gols, foi o "cara" do Majestoso de ontem. Fez a alegria de 45 mil pessoas que bateram recorde de público em Itaquera.

Tite escalou basicamente o sistema defensivo titular, para possivelmente evitar uma derrota que colocasse água no chopp corintiano. Cássio, Fagner, Felipe e Ralf foram os quatro homens do time principal em campo. Como ele próprio disse após o jogo, não imaginou nunca que sua equipe chegaria ao nível que apresentou ontem. A vitória teve gol só de reservas: Edu Dracena, Bruno Henrique, Lucca, Romero (2) e Cristian, reserva dos reservas, mas que bateu o pênalti do sexto gol quase que como uma homenagem aos serviços prestados em 2009 ao Timão.

Com 80 pontos, o Timão bate todos os recordes. E o São Paulo (4º, 56), ainda no G-4, sai completamente humilhado. Pegará o desesperado Figueirense e o provavelmente já rebaixado Goiás, mas terá o apoio de sua torcida após este fiasco? Como estará o ânimo do grupo? E agora, que o saldo de gols piorou tanto? Esta era a grande vantagem que o Tricolor possuía sobre o Internacional.

O certo é que merecem a Libertadores, pelo que jogaram no ano, apenas Corinthians, Atlético-MG, Grêmio e Santos. Mas ou Palmeiras, ou São Paulo, ou Inter, entrará sem ter jogado bola para tal. Um deles, porém, obrigatoriamente vai conseguir. Faltam só duas rodadas, mas ainda é difícil saber quem.

Belo Horizonte: é por não se ajudar que o Grêmio (3º, 62) não será o vice-campeão brasileiro. O Atlético-MG (2º, 66) deu clara impressão de estar desmobilizado ontem. Apenas 9 mil pagantes foram ao Horto para ver a equipe não sair de um empate em 2 a 2 com o praticamente rebaixado Goiás (19º, 35).

Curitiba: o Couto Pereira de portões fechados não foi impeditivo para que o Coritiba (15º, 40) obtivesse uma importantíssima vitória de 1 a 0 sobre o Santos (6º, 55). O resultado é ótimo para o Inter (5º, 56) e garantiu o Grêmio na fase de grupos da Libertadores. O Peixe pressionou durante todo o primeiro tempo, mas foi ineficiente, e acabou castigado por isso. A decisão da Copa do Brasil, com o Palmeiras, aumentou ainda mais de importância, pois o G-4 passou a não ser tão provável como era antes.

Recife: deprê total na Ilha do Retiro. Com portões fechados, o Sport (7º, 53) deu praticamente adeus às suas chances de Libertadores ao empatar em 0 a 0 com o já de férias Atlético-PR (12º, 48).

Brasília: com 13 mil pessoas, o Mané Garrincha viu um amistoso entre Flamengo (11º, 49) e Ponte Preta (9º, 51). O empate em 1 a 1 não muda a situação de ninguém na tabela do Brasileiro.

Florianópolis: diante de 10 mil pessoas, o Figueirense (16º, 40) não saiu de um empate sem gols com a já descansada Chapecoense (13º, 47). O resultado mantém o time de Floripa a perigo.

Cariacica: o Fluminense (14º, 46) espantou de vez qualquer risco de rebaixamento. Venceu o Avaí (17º, 38) por 3 a 1 em Cariacica, diante de 9 mil pessoas, e jogou o time catarinense na zona de rebaixamento. Destaque para os golaços de Fred e Léo Gamalho, ambos no fim do jogo.

A média de público da rodada ficou em 18.367. No campeonato, é de apenas razoáveis 18.087. Pelo que prometia o primeiro turno, ficará abaixo das expectativas, de superar 20 mil torcedores por jogo.

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