Ninguém esperava, mas o jogo que não valia nada foi o mais quente da quarta-feira

Otávio passa por Amaral: jogaço inesperado em Curitiba
Atlético-PR e Palmeiras tinham tudo para fazer uma partida chata. Para começar, ninguém disputa mais nada no Brasileirão. A narração televisiva, para forçar a barra e tentar tornar o jogo interessante, afirmou que ele era uma "disputa direta pelo 10º lugar". Nem precisava apelar para esses artifícios.

O jogo já começou elétrico, com o gol de Marcos Guilherme logo a 1 minuto. E foram várias nuances que o tornaram picante: o empate palmeirense veio com Robinho, ex-Coxa, grande rival do Atlético-PR. Jackson virou o jogo e não pôde comemorar, pois bateu a cabeça e ficou tonto. Já é tão raro zagueiro fazer gol, quando o cara faz ainda acontece isso...

Aí o técnico Cristóvão Borges resolveu colocar em campo o atacante Ewerton, que vem sendo conhecido por entrar no segundo tempo e marcar gols. Foi o que ocorreu, e em dose dupla: empatou o jogo dois minutos depois de entrar e, incrivelmente, virou o jogo três minutos mais tarde. Um gol polêmico, que acendeu de vez a pilha em todos em campo - o Atlético-PR bateu falta rápido, mas os palmeirenses alegam que o árbitro autorizou formação de barreira.

Muitas outras confusões entre atletas dos dois lados ocorreram. Jackson foi expulso aos 48, e, com um a menos, o Palmeiras chegou ao empate aos 49, com Alecsandro - aí foi a vez de o Furacão reclamar, já que Dewson Freitas Silva havia dado apenas três minutos de acréscimos (deu mais dois por conta da expulsão, sinalizados apenas após o gol de Alecsandro). Robinho, indignado com o lance do terceiro gol paranaense, vibrou junto ao árbitro em tom de protesto e também foi expulso.

Um 3 a 3 fervilhante, mas que não muda em nada a situação dos dois times. Atlético-PR (12º, 47) e Palmeiras (10º, 49) seguem sem ter o que disputar no Brasileirão. Aos paulistas, claro, há a final da Copa do Brasil pela frente. E uma necessidade de melhora bem grande, e rápida, pois o time só involuiu nos últimos dois meses.

Rodada de desesperar vascaíno
Absolutamente todos os demais resultados da rodada de ontem desfavoreceram o Vasco (19º, 33). Às 19h30, o Coritiba (17º, 37) fez 3 a 1 no Goiás (18º, 34) e chegou a sair da zona de rebaixamento, mas acabou voltando uma hora e meia mais tarde. Tudo porque o Avaí (16º, 38) fez 2 a 1 no Joinville (20º, 31) e o Figueirense (15º, 39) surpreendeu a Ponte Preta (9º, 50) em Campinas por 1 a 0.

Os resultados obrigam a equipe carioca a vencer hoje. O detalhe é que o adversário é o Corinthians (1º, 76), que deve ser campeão brasileiro nesta quinta. Basta vencer o Vasco em São Januário ou o Atlético-MG (2º, 65) não ganhar do São Paulo (5º, 53) no Morumbi.

Antes do Gre-Nal, obrigação de vencer
Ninguém fala em Gre-Nal ainda porque os jogos de hoje são importantíssimos para os dois grandes gaúchos. O Grêmio (3º, 59), se vencer o Fluminense (13º, 43) na Arena, praticamente confirma sua classificação para a Libertadores - e, se não vencer, pode começar a complicar uma situação que ainda é tranquila. O Inter (6º, 53), se derrotar a Chapecoense (14º, 43) fora de casa, ao menos termina o jogo no G-4, e aí passa a secar Santos e São Paulo na rodada das 22h. Tropeços complicam a vida dos dois hoje. Em especial, claro, a colorada, já que aí haverá uma obrigação ainda maior de vencer o clássico do final de semana - ao Grêmio, um empate no Beira-Rio já será bem-vindo, seja qual for o resultado desta quinta, pois segurará um potencial concorrente direto.

Foto: Gustavo Oliveira/Atlético-PR.

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