James marcou na volta à seleção, mas Luis Muriel foi o grande nome da Colômbia diante do Chile
James marcou o gol de empate em sua volta à seleção colombiana |
Ausente nas duas primeiras rodadas das eliminatórias, o craque James Rodríguez era, claro, a grande esperança no time de José Pekerman. Na ficha técnica, que é o que vai para a posteridade, estará lá seu nome como o autor do gol de empate. O que talvez muitos esqueçam no futuro é que o grande nome da partida, na verdade, foi outro: o veloz e insinuante Luis Muriel. Aliando enorme habilidade, objetividade e força física, foi ele o principal responsável por desestabilizar a defesa chilena e por quase todos os ataques perigosos da Colômbia - inclusive o do gol de empate, marcado pela perna direita do canhoto James.
Logo a um minuto de jogo, Alexis Sánchez tentou por cobertura e Ospina salvou de tapinha para escanteio. O prenúncio de um jogo corriqueiro, mas que nunca ocorreu ontem: o do Chile dominando um adversário acuado. Muito bem postada atrás, a Colômbia, ao contrário da derrota para o Uruguai, jogou no erro do adversário. Anulou bem todas as alternativas chilenas e ainda soube explorar os contragolpes, graças à categoria de Muriel. Foi ele quem infernizou a vida da defesa chilena pelo lado esquerdo na melhor chance da etapa inicial, aos 12, quando Jackson Martínez finalizou e Vidal tirou de carrinho, quase sobre a linha do gol.
Torres e Mejía, como volantes abertos, impediam as subidas normalmente perigosas de Isla (que ainda sofria com Muriel às suas costas a noite toda) e Beausejour. Com Valdivia recebendo forte combate de Carlos Sánchez, o Chile penava também pelo meio. Até James marcava, o que dificultava os ingressos-surpresa de Arturo Vidal na área. Restava a bola aérea, algo estranho para um time tão baixo como o chileno. Mas aí Vidal é mortal: sabe se posicionar muito bem e, mesmo não tão alto, leva vantagem com frequência. Aproveitou uma distração na marcação da firme zaga colombiana para, de cabeça, fazer 1 a 0, quase sobre a hora do intervalo, na única chance chilena após aquela de Alexis em toda a etapa inicial.
Se marcou bem no primeiro tempo, a Colômbia teve com mérito a audácia de tomar conta do jogo no segundo. Seguiu com seu esquema seguro, impedindo os alas do Chile de jogar, mas agora com postura mais agressiva. A entrada de Edwin Cardona no lugar de Carlos Sánchez, aos 11, deu ao time de Pekerman a qualidade que faltava para atacar de vez os donos da casa em busca do empate. Com ele coordenando tanto a marcação quanto a criação no meio, James mais projetado e Muriel sempre perigoso, o time visitante martelou tanto que chegou ao empate, aos 22. E terminou o jogo superior, muito mais perto da virada que de sofrer uma derrota injusta.
O resultado é ótimo para os colombianos. Poucos conseguirão arrancar pontos do Chile em Santiago, e a equipe de Pekerman conseguiu este feito logo após ter tomado uma goleada do Uruguai. Pegará a Argentina, em casa, com muito mais confiança e mais bem descansada na terça-feira. Aos chilenos, nenhuma tragédia, embora fique o alerta. O Equador agora é líder isolado, mas a equipe de Sampaoli segue bem, com 7 pontos. Problema será resistir aos uruguaios terça-feira: a Celeste anda sedenta por vingança após o Caso Jara-Cavani e a eliminação polêmica na última Copa América. Depois de perder para os equatorianos, fará certamente uma guerra em busca da vitória no Centenario. As eliminatórias mal começaram, mas já pegam fogo. É muito time bom para pouca vaga na América do Sul.
________________________________________________________
Ficha técnica
Eliminatórias da Copa do Mundo 2018 - América do Sul - 3ª rodada
12/novembro/2015
CHILE 1 x COLÔMBIA 1
Local: Nacional, Santiago (CHI)
Árbitro: Enrique Cáceres (PAR)
Público: 45.000
Gols: Vidal 44 do 1º; James Rodríguez 22 do 2º
Cartão amarelo: Bravo, Vidal, Carlos Sánchez, Zapata e Arias
CHILE: Bravo (6,5), Silva (5) (Rabello, 44 do 2º - sem nota), Medel (5,5) e Jara (5,5); Isla (4), Fernández (6), Vidal (6), Valdivia (5) (Orellana, 33 do 2º - sem nota) e Beausejour (5,5); Vargas (5) (Pinilla, 40 do 2º - sem nota) e Alexis Sánchez (5,5). Técnico: Jorge Sampaoli
COLÔMBIA: Ospina (6,5), Arias (6), Zapata (5,5), Murillo (6,5) e Fabra (5,5); Carlos Sánchez (5,5) (Cardona, 10 do 2º - 7), Torres (6), Mejía (6) e James Rodríguez (6); Jackson Martínez (5,5) (Pardo, 39 do 2º - sem nota) e Muriel (7,5) (Bacca, 26 do 2º - 5,5). Técnico: José Pekerman
Foto: FIFA.com
Comentários