Em um clássico pobre, prevaleceu a maior qualidade individual da Juventus contra o Milan

Brasileiro Alex Sandro deu o passe para o gol da vitória da Juve
Para quem acompanhou o clássico espanhol no meio da tarde, ver a seguir o duelo entre Juventus e Milan foi certamente motivo de desânimo. De grande no duelo italiano, somente a história dos dois clubes: mesmo para um campeonato que acabou perdendo força nos últimos anos, o futebol apresentado por ambos os gigantes tem sido insuficiente para brigar pela ponta. O Milan há tempos vem sendo uma tristeza, mas mesmo a Juve, que é atual tetracampeã nacional e vice europeia, precisa melhorar bastante.

A Juventus venceu por conta de suas individualidades melhores. Mesmo sem Vidal, Pirlo e Tevez, que eram pelo menos 60% do timaço do ano passado, a equipe de Turim é individualmente bem superior ao irreconhecível Milan das últimas temporadas. Porém, como as perdas foram gravíssimas e repentinas, a equipe ainda busca ajustes. Começou o campeonato muito mal. Até vem se recuperando, mas a qualidade do futebol segue sofrível.

O primeiro tempo foi fraquíssimo. Sem criatividade no meio, a Juve dependia de alguns bons movimentos de Hernanes e Sturaro pelos lados, enquanto Pogba tentava voltar para armar jogo desde os zagueiros, mas era bem marcado. O Milan, por sua vez, se contentava em segurar o empate. Marcava razoavelmente bem, tinha em Bonaventura uma boa saída pela esquerda, mas um ataque nulo.

Na etapa final, Massimiliano Allegri retirou Hernanes para colocar Bonucci em campo. A ideia era liberar os laterais para avançarem pelos lados e diminuir o número de defensores atrás, já que o Milan pouco ameaçava a meta de Buffon. Se a Juve já tinha dificuldades no esquema habitual, a mudança trouxe ainda mais problemas: o Milan controlou os minutos iniciais e parecia mais perto do gol, mas faltava qualidade técnica para criar e definir as jogadas de ataque.

Quando a partida parecia se arrastar para um constrangedor 0 a 0, a maior qualidade técnica da equipe de Turim prevaleceu, numa jogada iniciada por Pogba, que passou pelo lateral brasileiro Alex Sandro e foi finalizada pelo liso argentino Dybala. No fim, a aposta de Allegri deu resultado: o gol surgiu justamente num avanço de um ala pelos lados, algo que a equipe não teve no primeiro tempo. Ainda assim, é bem mais fácil explicar o resultado pela maior qualidade individual da Juventus que por uma suposta superioridade tática.

Apesar do futebol pobre, a Juventus tem espaço e deve crescer. Com 21 pontos, está já a seis da Roma, que ficou no 2 a 2 com o Bologna e pode ver a Fiorentina abrir mais três de vantagem amanhã. A tendência é que, à medida que a equipe for se acertando, o futebol melhore. Os resultados já têm sido bons. Quanto ao Milan, é equipe para o meio de tabela. O atual 7º lugar já está de bom tamanho pelo time atual - um sacrilégio para a história de um dos únicos clubes tetracampeões do mundo, e que brindou várias gerações com timaços inesquecíveis. O já ótimo goleiro Donnarumma, de apenas 16 anos, é, quem sabe, a esperança de que dias melhores possam vir.
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Ficha técnica
Campeonato Italiano 2015/16 - 13ª rodada
21/novembro/2015
JUVENTUS 1 x MILAN 0
Local: Juventus Stadium, Turim (ITA)
Árbitro: Paolo Mazzoleni (ITA)
Público: 40.000
Gol: Dybala 19 do 2º
Cartão amarelo: Sturaro, Lichtsteiner, Kucka e Alex
JUVENTUS: Buffon (5,5), Lichtsteiner (5,5), Barzagli (6), Chiellini (6) e Evra (5,5) (Alex Sandro, 28 do 1º - 6,5); Marchisio (6), Sturaro (6), Pogba (6) e Hernanes (6) (Bonucci, intervalo - 5,5); Dybala (6,5) (Morata, 35 do 2º - sem nota) e Mandzukic (4,5). Técnico: Massimiliano Allegri
MILAN: Donnarumma (6), Abate (5), Alex (6), Romagnoli (5,5) e Antonelli (5,5); Montolivo (5,5), Kucka (5,5) (Luiz Adriano, 28 do 2º - 5) e Bonaventura (6); Cerci (5), Bacca (4,5) e Niang (4,5) (Honda, 39 do 2º - sem nota). Técnico: Sinisa Mihajlovic

Foto: Juventus/Divulgação.

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