Quem é quem nas eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2018?
Estão começando neste exato momento as longas eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo de 2018. Devido ao formato alongado, de dois anos de duração, é difícil cravar quem são as favoritas - embora haja tendências, claro. Como não é do nosso feitio ficar em cima do muro nesse tipo de ocasião, é o que tentaremos fazer agora.
Assim como fizemos antes do Brasileirão deste ano, avaliamos as dez seleções sul-americanas em critérios que julgamos serem os mais importantes na hora de projetar as eliminatórias. O somatório geral da nota (entre parênteses, representa a média de todos os quesitos) é o que indicamos como nossa estimativa de colocação do país nesta eliminatória. Claro, ninguém sabe ao certo como estarão Peru ou Uruguai em outubro de 2017. Nosso objetivo aqui é simplesmente ajudar a desembaralhar um pouco das forças nesta que é a mais competitiva eliminatória de Copa do planeta.
ARGENTINA (9,1 - 1º)
Elenco: ao contrário do Brasil, que andou perdendo a mão nos últimos anos, a Argentina segue sendo uma exportadora de grandes craques em ritmo industrial. Há jogadores de primeira linha que atuam no futebol nacional e não têm sequer chance de convocação devido à alta concorrência. 10
Ataque: para se ter uma ideia do nível, Tevez, Higuaín e Lavezzi, prováveis titulares se pudessem atuar pela Seleção Brasileira, esquentaram o banco na Copa América. Nenhum país no mundo tem tantos grandes atacantes como a Argentina. 10
Defesa: com Sabella, a Argentina estancou a sangria defensiva. Na Copa América deste ano, sofreu apenas três gols em seis jogos. Ainda assim, é o ponto fraco da equipe. A nova aposta de Tata Martino são jogadores que atuam em clubes nacionais, como Casco, Funes Mori, Más e Kranevitter. 8
Técnico: mesmo após a passagem apagada pelo Barcelona e da frustração na Copa América, Tata Martino é inteligente. Seguidor da escola de Marcelo Bielsa, tem condições de levar a Argentina longe. 9
Tradição: bicampeã mundial e três vezes vice, a Argentina disputa todas as Copas do Mundo desde 1974. Em termos de tradição, só perde para o trio de ferro Brasil-Itália-Alemanha no planeta. 9
Últimas eliminatórias: normalmente, nunca tem problemas para se classificar. A exceção recente foi 2010, quando só carimbou a vaga na última rodada. Em 1994, teve de disputar a repescagem. Para 2014, liderou com folga. 10
Momento da seleção: ninguém duvida da força da seleção, mas o jejum de 22 anos sem títulos impõe uma pressão forte nos ombros dos jogadores argentinos. 7
Fator local: o 0 a 5 para a Colômbia de 1993 é passado. Mesmo sem ser um caldeirão, o Monumental de Núñez impõe respeito. Como mandante em eliminatórias, a Argentina só perdeu uma vez (em 2009, em Rosário, para o Brasil) nos últimos 44 jogos que disputou. 10
BOLÍVIA (4,0 - 10º)
Elenco: a base do grupo é formada por atletas que atuam no fraco futebol local. 4
Ataque: Marcelo Moreno, que já não é um craque, é a estrela solitária de um setor ofensivo formado por jogadores de médio para baixo. 4
Defesa: nos últimos quatro jogos, a Bolívia sofreu 17 gols. Nas duas últimas partidas que fez contra a Argentina, levou 5 a 0 e 7 a 0. 3
Técnico: membro da última boa geração boliviana, Julio Cesar Baldivieso é bem mais modesto como técnico. Nunca ficou uma temporada inteira em clube algum e tem como título máximo um vice-campeonato nacional. 4
Tradição: na América do Sul, só tem mais cancha que a Venezuela. Em três Copas, a Bolívia só fez seis jogos: empatou um e perdeu cinco. Marcou só um gol e tomou 22. 3
Últimas eliminatórias: a última campanha ruim foi em 2002, quando acabou em 7º. As últimas três foram péssimas: última em 2006 e penúltima em 2010 e 2014. 2
Momento da seleção: embora tenha perdido nove e ganhado só um dos últimos 15 jogos que disputou, a Bolívia ao menos passou de fase na Copa América, o que dá um certo alento. 4
Fator local: a temida altitude de La Paz já vitimou gigantes como Brasil e Argentina. Em eliminatórias, a invencibilidade lá já soma seis jogos. 8
BRASIL (7,5 - 4º)
Elenco: o fato de estar abaixo do que estamos acostumados a ver não significa que o Brasil não tenha ótimas opções no seu manancial. Mas, para quem foi nota 10 por décadas neste quesito, um oitinho assusta. 8
Ataque: aos 23 anos, Neymar já é o quinto maior artilheiro da história da Seleção. Ainda não tem um companheiro à altura, mas nomes como Willian, Oscar e Philippe Coutinho podem ser auxiliares de bom nível. 8
Defesa: com Dunga, o Brasil sofreu só sete gols em 16 jogos desde o ano passado. Sua especialidade é ajeitar sistemas defensivos sólidos. 9
Técnico: Dunga não representa a renovação que o futebol brasileiro tanto anseia, mas seus números à frente da Seleção são inegavelmente bons. 8
Tradição: único pentacampeão do mundo, único país a disputar todas as Copas do Mundo... Mesmo em má fase, a camisa amarela segue sendo a mais pesada do planeta. 10
Últimas eliminatórias: não disputou a última por ter sido anfitrião. Porém, nas duas anteriores, foi líder geral da América do Sul, sem sobressaltos. 9
Momento da seleção: o fiasco na Copa do Mundo não será esquecido nunca, e talvez um dia seja superado. A péssima campanha na Copa América reacendeu desconfianças que os bons amistosos mascaravam. Nunca o Brasil esteve com autoestima tão baixa no futebol. 3
Fator local: o 7 a 1 dentro de casa afastou ainda mais do torcedor uma seleção que já carecia de identificação antes mesmo do Mundial de 2014. Para readquirir esta confiança, muito tempo será necessário. 5
CHILE (8,3 - 2º)
Elenco: a geração atual é a melhor da história do Chile. Do meio para a frente, há jogadores talentosos e decisivos. Os problemas estão nas opções defensivas e na falta de reposição à altura. 8
Ataque: Vargas e Alexis Sánchez formam uma dupla de respeito. Assessorados por Valdivia e Vidal, além das chegadas-surpresa de Aránguiz, Beausejour e Isla, o potencial ofensivo chileno é muito alto. 9
Defesa: mostrou segurança na Copa América, mas carece de mais sustentação. Os zagueiros são baixos e muitas vezes jogam desprotegidos. 6
Técnico: Jorge Sampaoli é o melhor técnico deste início das eliminatórias. Cogitado para treinar grandes clubes europeus, é um dos profissionais mais valorizados no mundo neste momento. Tem sua filosofia perfeitamente assimilada pelos atletas, e olha que ela é bem complexa. 10
Tradição: semifinalista em 1962, o Chile só disputou nove das 20 Copas do Mundo. Seu primeiro título foi a última Copa América. O momento atual é bem superior à sua trajetória histórica. 6
Últimas eliminatórias: depois de uma má campanha em 2006, foi vice-líder sul-americano nas eliminatórias de 2010 e passou com tranquilidade em 2014 para a Copa. 8
Momento da seleção: atual campeão continental, o Chile vive o momento mais positivo de seu futebol em todos os tempos. 10
Fator local: inicialmente fria, a torcida chilena ajudou a empurrar o time rumo ao título da Copa América. A sintonia nunca esteve tão afinada entre torcedores e jogadores. Jogar em Santiago vai ser pedreira para os adversários. 9
COLÔMBIA (7,3 - 5º)
Elenco: atualmente, a Colômbia só tem menos opções no continente do que a Argentina. Com bons jogadores em todas as funções, muitos em destaque no futebol europeu, não deve nada para equipes como Brasil, Uruguai e Chile neste aspecto. 8
Ataque: decepcionou na Copa América, com apenas um gol marcado em quatro jogos. Mas quem tem James Rodríguez, Falcao García, Cuadrado, Teo Gutiérrez e Jackson Martínez entre os convocados não tem o que temer. 9
Defesa: foi-se o tempo em que seleção colombiana era sinônimo de irresponsabilidade. Além do ótimo goleiro Ospina, Pekerman tem bons zagueiros, laterais e volantes para segurar a onda lá atrás. 8
Técnico: José Pekerman não representa uma grande inovação, mas isso não significa que seja um nome ultrapassado. Foi um dos poucos treinadores a montar uma Colômbia que fosse talentosa e ao mesmo tempo defensivamente equilibrada. 9
Tradição: em 2014, fez sua melhor Copa, chegando às quartas de final. Ao todo, participou de cinco dos 20 Mundiais. É pouco. 5
Últimas eliminatórias: fez uma ótima campanha rumo ao Brasil 2014, mas há 20 anos não disputava uma Copa do Mundo. 6
Momento da seleção: a má Copa América deu uma baixada na bola da Colômbia, que vinha em alta após o ótimo desempenho na Copa de 2014. 6
Fator local: embora mantenha um bom retrospecto em casa, a torcida colombiana não é das que mais pressiona os adversários. Como mandará os jogos em Barranquilla, a altitude de Bogotá não será uma aliada. 7
EQUADOR (6,4 - 6º)
Elenco: a experiência é a principal característica. Embora tenha revelado alguns bons nomes nos últimos anos, o Equador pena para conseguir renovar seu quadro de forma satisfatória. 6
Ataque: além de habilidosos, os atacantes continuam mostrando nos amistosos um bom poder de fogo, especialmente com Jefferson Montero, Enner Valencia e Miller Bolaños. 7
Defesa: desde a ascensão da LDU em termos continentais, o futebol equatoriano tem se notabilizado por defesas seguras. Na última Copa do Mundo, mostrou essa característica mais uma vez. Na Copa América, porém, deixou a desejar. 7
Técnico: Gustavo Quinteros deixou o Emelec como ídolo da torcida, tão vitoriosa foi sua passagem. Não está afirmado em termos internacionais, mas é um nome promissor. 7
Tradição: toda a tradição equatoriana é recente. Disputou três Copas apenas (2002, 2006 e 2014), e chegou só uma vez às oitavas de final. 4
Últimas eliminatórias: o Equador tem tido presença consistente. Classificou-se direto em três das últimas quatro edições, e em outra não foi à Copa por ter ficado em 6º, beliscando a repescagem. 7
Momento da seleção: a Copa América, como sempre, foi péssima. Antes disso, o desempenho já não era dos melhores. Mas há margem para crescimento. 4
Fator local: dos últimos 35 jogos de eliminatórias disputados em casa, o Equador só perdeu três. A altitude de Quito é muito bem utilizada pela seleção há pelo menos 15 anos. 9
PARAGUAI (5,6 - 8º)
Elenco: está bem distante do potencial que tinha há cinco ou dez anos atrás, mas também está longe de ser uma tragédia. O problema é que muitos dos principais jogadores (Barrios, Santa Cruz, Ortigoza) já passaram dos 30 anos. 6
Ataque: há certa qualidade nas opções disponíveis. O técnico Ramón Díaz costuma montar equipes que chegam com volume ao gol adversário. 6
Defesa: os tempos de Chilavert, Arce, Ayala e Gamarra estão no passado. Na Copa América se viu claramente que a defesa paraguaia segue a mesma peneira das eliminatórias de 2014. 4
Técnico: Ramón Díaz montou, em 2013 e 2014, a base do River que ganharia a Libertadores deste ano. Ter levado a limitada seleção guarani às semifinais da última Copa América reforça sua boa capacidade. 7
Tradição: jogou oito Copas do Mundo, sendo quatro delas nos últimos 20 anos. Em termos de clubes, abriga equipes tradicionais, como Olimpia e Cerro Porteño, que dão trabalho na Libertadores. 6
Últimas eliminatórias: depois de se classificar quatro vezes seguidas à Copa do Mundo, deu fiasco em 2014, ficando na lanterna, atrás até da Bolívia. 4
Momento da seleção: ter chegado à semifinal da Copa América é um alento, mesmo com a goleada de 6 a 1 sofrida na semifinal para a Argentina. Ainda assim, o resultado não pode esconder as fragilidades deste Paraguai numa competição longa, como as eliminatórias. 6
Fator local: o alçapão do Defensores del Chaco costuma funcionar, mas a seleção precisa se ajudar também. Na última eliminatória, o aproveitamento em casa foi de apenas 37,5%. 6
PERU (5,9 - 7º)
Elenco: continua sendo fraco. A ótima campanha na Copa América, como em 2011, se deveu muito à boa fase de Paolo Guerrero. 5
Ataque: com Guerrero, é uma história; sem ele, outra, bem diferente. Porém, a equipe ganhou robustez com Ricardo Gareca, técnico que prima por um futebol de boa qualidade ofensiva. 7
Defesa: mesmo que as equipes de Gareca não tenham por característica a solidez lá atrás, a Copa América mostrou um Peru no mínimo ajeitado quando foi atacado pelos rivais. 6
Técnico: a péssima passagem pelo Palmeiras é um ponto fora da curva na trajetória de Ricardo Gareca, técnico muito vitorioso pelo Vélez Sarsfield e de boa campanha logo em seu primeiro desafio frente à seleção peruana. 8
Tradição: quarta força do futebol sul-americano nas décadas de 70 e 80, quando chegou três vezes entre os oito melhores da Copa - só Brasil, Argentina e Uruguai superam o Peru neste aspecto. Apesar disso, disputou apenas quatro vezes o Mundial, e sua última participação foi em 1982. 6
Últimas eliminatórias: o 7º lugar de 2014 foi um pouco melhor que o costume recente do Peru. Há tempos o país sequer belisca uma possibilidade remota de repescagem. 3
Momento da seleção: o terceiro lugar na Copa América anima. Desta vez, há o exemplo de 2011 para trazer o alerta: Copa América não são eliminatórias. Quatro anos atrás, a equipe acabou no pódio também, mas fracassou ao tentar chegar ao Mundial. 7
Fator local: apesar de grande, o Estádio Nacional de Lima não faz pressão. Não há altitude, também. O Peru tem retrospecto comum como mandante. 5
URUGUAI (7,8 - 3º)
Elenco: para um país de apenas 3 milhões de habitantes, é fantástico. Mesmo um pouco abaixo do timaço de 2010 e 2011, o Uruguai consegue se renovar de maneira a não deixar o nível cair tanto. 7
Ataque: Cavani e Suárez formam a dupla de ataque mais afinada das seleções sul-americanas na atualidade. Mesmo sem criatividade no meio, eles dão conta do recado às vezes sozinhos. O que falta é reposição adequada. 8
Defesa: Godín e Giménez jogam juntos (e muito bem) no Atlético de Madrid. Há bons volantes, laterais seguros e reposição de bom nível para todas as funções. O goleiro Muslera, mesmo contestado, costuma ir bem pela seleção. 9
Técnico: treinador mais experiente das eliminatórias, Óscar Tabárez já não goza da unanimidade que tinha anos atrás, mas é um comandante de respeito para a Celeste. 8
Tradição: bicampeão mundial e olímpico e maior vencedor da história da Copa América, o Uruguai não deve nada em termos de peso de camiseta aos gigantes Brasil e Argentina. 9
Últimas eliminatórias: a tradição desde 2002 é ver o Uruguai decidindo vaga na repescagem. Só não conseguiu ir à Copa recentemente em 2006, quando perdeu para a Austrália. 7
Momento da seleção: o Uruguai vive dias complicados devido à ausência de Luis Suárez por suspensão. Ainda assim, os resultados recentes não chegam a ser tão ruins. 6
Fator local: nenhuma seleção no mundo joga há tanto tempo em casa quanto o Uruguai no Centenario. Lá, a Celeste raramente é batida. 8
VENEZUELA (4,1 - 9º)
Elenco: quase metade do elenco convocado para a estreia nas eliminatórias joga na Europa, mas em clubes de médio porte. 5
Ataque: não há jogadores decisivos, nem uma mecânica de jogos envolvente que faça da Venezuela uma seleção temível. Em 2014, teve o ataque mais fraco das eliminatórias, por exemplo. 4
Defesa: foi bem na Copa América, mas tem sido um desastre nos amistosos há pelo menos dois anos. 5
Técnico: Noel Sanvicente é um monstro do futebol local, principal responsável pelo crescimento do Caracas em nível continental. Conhece bem a realidade nacional e pode fazer um bom trabalho, se tiver tempo. 6
Tradição: é tão fraca que muitos ainda acham que é o saco de pancadas da América do Sul, embora esta realidade não seja mais verdadeira há 15 anos. 1
Últimas eliminatórias: a última vez que a Venezuela foi lanterna das eliminatórias foi em 1998. Em 2014, chegou a ocupar lugar no G-4, mas acabou perdendo fôlego e ficou em 6º. Ainda assim, segue sendo a única seleção sul-americana que nunca disputou a Copa. 4
Momento da seleção: segue sua lenta evolução, mas vive uma fase de baixa. Não passou de fase na Copa América e perdeu nove dos últimos 14 jogos que disputou. 4
Fator local: na última eliminatória, chegou a ganhar em casa da Argentina. A torcida participa, mas não chega a impor pressão. E a seleção sofre quando precisa propor jogo. 4
Assim como fizemos antes do Brasileirão deste ano, avaliamos as dez seleções sul-americanas em critérios que julgamos serem os mais importantes na hora de projetar as eliminatórias. O somatório geral da nota (entre parênteses, representa a média de todos os quesitos) é o que indicamos como nossa estimativa de colocação do país nesta eliminatória. Claro, ninguém sabe ao certo como estarão Peru ou Uruguai em outubro de 2017. Nosso objetivo aqui é simplesmente ajudar a desembaralhar um pouco das forças nesta que é a mais competitiva eliminatória de Copa do planeta.
ARGENTINA (9,1 - 1º)
Elenco: ao contrário do Brasil, que andou perdendo a mão nos últimos anos, a Argentina segue sendo uma exportadora de grandes craques em ritmo industrial. Há jogadores de primeira linha que atuam no futebol nacional e não têm sequer chance de convocação devido à alta concorrência. 10
Ataque: para se ter uma ideia do nível, Tevez, Higuaín e Lavezzi, prováveis titulares se pudessem atuar pela Seleção Brasileira, esquentaram o banco na Copa América. Nenhum país no mundo tem tantos grandes atacantes como a Argentina. 10
Defesa: com Sabella, a Argentina estancou a sangria defensiva. Na Copa América deste ano, sofreu apenas três gols em seis jogos. Ainda assim, é o ponto fraco da equipe. A nova aposta de Tata Martino são jogadores que atuam em clubes nacionais, como Casco, Funes Mori, Más e Kranevitter. 8
Técnico: mesmo após a passagem apagada pelo Barcelona e da frustração na Copa América, Tata Martino é inteligente. Seguidor da escola de Marcelo Bielsa, tem condições de levar a Argentina longe. 9
Tradição: bicampeã mundial e três vezes vice, a Argentina disputa todas as Copas do Mundo desde 1974. Em termos de tradição, só perde para o trio de ferro Brasil-Itália-Alemanha no planeta. 9
Últimas eliminatórias: normalmente, nunca tem problemas para se classificar. A exceção recente foi 2010, quando só carimbou a vaga na última rodada. Em 1994, teve de disputar a repescagem. Para 2014, liderou com folga. 10
Momento da seleção: ninguém duvida da força da seleção, mas o jejum de 22 anos sem títulos impõe uma pressão forte nos ombros dos jogadores argentinos. 7
Fator local: o 0 a 5 para a Colômbia de 1993 é passado. Mesmo sem ser um caldeirão, o Monumental de Núñez impõe respeito. Como mandante em eliminatórias, a Argentina só perdeu uma vez (em 2009, em Rosário, para o Brasil) nos últimos 44 jogos que disputou. 10
BOLÍVIA (4,0 - 10º)
Elenco: a base do grupo é formada por atletas que atuam no fraco futebol local. 4
Ataque: Marcelo Moreno, que já não é um craque, é a estrela solitária de um setor ofensivo formado por jogadores de médio para baixo. 4
Defesa: nos últimos quatro jogos, a Bolívia sofreu 17 gols. Nas duas últimas partidas que fez contra a Argentina, levou 5 a 0 e 7 a 0. 3
Técnico: membro da última boa geração boliviana, Julio Cesar Baldivieso é bem mais modesto como técnico. Nunca ficou uma temporada inteira em clube algum e tem como título máximo um vice-campeonato nacional. 4
Tradição: na América do Sul, só tem mais cancha que a Venezuela. Em três Copas, a Bolívia só fez seis jogos: empatou um e perdeu cinco. Marcou só um gol e tomou 22. 3
Últimas eliminatórias: a última campanha ruim foi em 2002, quando acabou em 7º. As últimas três foram péssimas: última em 2006 e penúltima em 2010 e 2014. 2
Momento da seleção: embora tenha perdido nove e ganhado só um dos últimos 15 jogos que disputou, a Bolívia ao menos passou de fase na Copa América, o que dá um certo alento. 4
Fator local: a temida altitude de La Paz já vitimou gigantes como Brasil e Argentina. Em eliminatórias, a invencibilidade lá já soma seis jogos. 8
BRASIL (7,5 - 4º)
Elenco: o fato de estar abaixo do que estamos acostumados a ver não significa que o Brasil não tenha ótimas opções no seu manancial. Mas, para quem foi nota 10 por décadas neste quesito, um oitinho assusta. 8
Ataque: aos 23 anos, Neymar já é o quinto maior artilheiro da história da Seleção. Ainda não tem um companheiro à altura, mas nomes como Willian, Oscar e Philippe Coutinho podem ser auxiliares de bom nível. 8
Defesa: com Dunga, o Brasil sofreu só sete gols em 16 jogos desde o ano passado. Sua especialidade é ajeitar sistemas defensivos sólidos. 9
Técnico: Dunga não representa a renovação que o futebol brasileiro tanto anseia, mas seus números à frente da Seleção são inegavelmente bons. 8
Tradição: único pentacampeão do mundo, único país a disputar todas as Copas do Mundo... Mesmo em má fase, a camisa amarela segue sendo a mais pesada do planeta. 10
Últimas eliminatórias: não disputou a última por ter sido anfitrião. Porém, nas duas anteriores, foi líder geral da América do Sul, sem sobressaltos. 9
Momento da seleção: o fiasco na Copa do Mundo não será esquecido nunca, e talvez um dia seja superado. A péssima campanha na Copa América reacendeu desconfianças que os bons amistosos mascaravam. Nunca o Brasil esteve com autoestima tão baixa no futebol. 3
Fator local: o 7 a 1 dentro de casa afastou ainda mais do torcedor uma seleção que já carecia de identificação antes mesmo do Mundial de 2014. Para readquirir esta confiança, muito tempo será necessário. 5
CHILE (8,3 - 2º)
Elenco: a geração atual é a melhor da história do Chile. Do meio para a frente, há jogadores talentosos e decisivos. Os problemas estão nas opções defensivas e na falta de reposição à altura. 8
Ataque: Vargas e Alexis Sánchez formam uma dupla de respeito. Assessorados por Valdivia e Vidal, além das chegadas-surpresa de Aránguiz, Beausejour e Isla, o potencial ofensivo chileno é muito alto. 9
Defesa: mostrou segurança na Copa América, mas carece de mais sustentação. Os zagueiros são baixos e muitas vezes jogam desprotegidos. 6
Técnico: Jorge Sampaoli é o melhor técnico deste início das eliminatórias. Cogitado para treinar grandes clubes europeus, é um dos profissionais mais valorizados no mundo neste momento. Tem sua filosofia perfeitamente assimilada pelos atletas, e olha que ela é bem complexa. 10
Tradição: semifinalista em 1962, o Chile só disputou nove das 20 Copas do Mundo. Seu primeiro título foi a última Copa América. O momento atual é bem superior à sua trajetória histórica. 6
Últimas eliminatórias: depois de uma má campanha em 2006, foi vice-líder sul-americano nas eliminatórias de 2010 e passou com tranquilidade em 2014 para a Copa. 8
Momento da seleção: atual campeão continental, o Chile vive o momento mais positivo de seu futebol em todos os tempos. 10
Fator local: inicialmente fria, a torcida chilena ajudou a empurrar o time rumo ao título da Copa América. A sintonia nunca esteve tão afinada entre torcedores e jogadores. Jogar em Santiago vai ser pedreira para os adversários. 9
COLÔMBIA (7,3 - 5º)
Elenco: atualmente, a Colômbia só tem menos opções no continente do que a Argentina. Com bons jogadores em todas as funções, muitos em destaque no futebol europeu, não deve nada para equipes como Brasil, Uruguai e Chile neste aspecto. 8
Ataque: decepcionou na Copa América, com apenas um gol marcado em quatro jogos. Mas quem tem James Rodríguez, Falcao García, Cuadrado, Teo Gutiérrez e Jackson Martínez entre os convocados não tem o que temer. 9
Defesa: foi-se o tempo em que seleção colombiana era sinônimo de irresponsabilidade. Além do ótimo goleiro Ospina, Pekerman tem bons zagueiros, laterais e volantes para segurar a onda lá atrás. 8
Técnico: José Pekerman não representa uma grande inovação, mas isso não significa que seja um nome ultrapassado. Foi um dos poucos treinadores a montar uma Colômbia que fosse talentosa e ao mesmo tempo defensivamente equilibrada. 9
Tradição: em 2014, fez sua melhor Copa, chegando às quartas de final. Ao todo, participou de cinco dos 20 Mundiais. É pouco. 5
Últimas eliminatórias: fez uma ótima campanha rumo ao Brasil 2014, mas há 20 anos não disputava uma Copa do Mundo. 6
Momento da seleção: a má Copa América deu uma baixada na bola da Colômbia, que vinha em alta após o ótimo desempenho na Copa de 2014. 6
Fator local: embora mantenha um bom retrospecto em casa, a torcida colombiana não é das que mais pressiona os adversários. Como mandará os jogos em Barranquilla, a altitude de Bogotá não será uma aliada. 7
EQUADOR (6,4 - 6º)
Elenco: a experiência é a principal característica. Embora tenha revelado alguns bons nomes nos últimos anos, o Equador pena para conseguir renovar seu quadro de forma satisfatória. 6
Ataque: além de habilidosos, os atacantes continuam mostrando nos amistosos um bom poder de fogo, especialmente com Jefferson Montero, Enner Valencia e Miller Bolaños. 7
Defesa: desde a ascensão da LDU em termos continentais, o futebol equatoriano tem se notabilizado por defesas seguras. Na última Copa do Mundo, mostrou essa característica mais uma vez. Na Copa América, porém, deixou a desejar. 7
Técnico: Gustavo Quinteros deixou o Emelec como ídolo da torcida, tão vitoriosa foi sua passagem. Não está afirmado em termos internacionais, mas é um nome promissor. 7
Tradição: toda a tradição equatoriana é recente. Disputou três Copas apenas (2002, 2006 e 2014), e chegou só uma vez às oitavas de final. 4
Últimas eliminatórias: o Equador tem tido presença consistente. Classificou-se direto em três das últimas quatro edições, e em outra não foi à Copa por ter ficado em 6º, beliscando a repescagem. 7
Momento da seleção: a Copa América, como sempre, foi péssima. Antes disso, o desempenho já não era dos melhores. Mas há margem para crescimento. 4
Fator local: dos últimos 35 jogos de eliminatórias disputados em casa, o Equador só perdeu três. A altitude de Quito é muito bem utilizada pela seleção há pelo menos 15 anos. 9
PARAGUAI (5,6 - 8º)
Elenco: está bem distante do potencial que tinha há cinco ou dez anos atrás, mas também está longe de ser uma tragédia. O problema é que muitos dos principais jogadores (Barrios, Santa Cruz, Ortigoza) já passaram dos 30 anos. 6
Ataque: há certa qualidade nas opções disponíveis. O técnico Ramón Díaz costuma montar equipes que chegam com volume ao gol adversário. 6
Defesa: os tempos de Chilavert, Arce, Ayala e Gamarra estão no passado. Na Copa América se viu claramente que a defesa paraguaia segue a mesma peneira das eliminatórias de 2014. 4
Técnico: Ramón Díaz montou, em 2013 e 2014, a base do River que ganharia a Libertadores deste ano. Ter levado a limitada seleção guarani às semifinais da última Copa América reforça sua boa capacidade. 7
Tradição: jogou oito Copas do Mundo, sendo quatro delas nos últimos 20 anos. Em termos de clubes, abriga equipes tradicionais, como Olimpia e Cerro Porteño, que dão trabalho na Libertadores. 6
Últimas eliminatórias: depois de se classificar quatro vezes seguidas à Copa do Mundo, deu fiasco em 2014, ficando na lanterna, atrás até da Bolívia. 4
Momento da seleção: ter chegado à semifinal da Copa América é um alento, mesmo com a goleada de 6 a 1 sofrida na semifinal para a Argentina. Ainda assim, o resultado não pode esconder as fragilidades deste Paraguai numa competição longa, como as eliminatórias. 6
Fator local: o alçapão do Defensores del Chaco costuma funcionar, mas a seleção precisa se ajudar também. Na última eliminatória, o aproveitamento em casa foi de apenas 37,5%. 6
PERU (5,9 - 7º)
Elenco: continua sendo fraco. A ótima campanha na Copa América, como em 2011, se deveu muito à boa fase de Paolo Guerrero. 5
Ataque: com Guerrero, é uma história; sem ele, outra, bem diferente. Porém, a equipe ganhou robustez com Ricardo Gareca, técnico que prima por um futebol de boa qualidade ofensiva. 7
Defesa: mesmo que as equipes de Gareca não tenham por característica a solidez lá atrás, a Copa América mostrou um Peru no mínimo ajeitado quando foi atacado pelos rivais. 6
Técnico: a péssima passagem pelo Palmeiras é um ponto fora da curva na trajetória de Ricardo Gareca, técnico muito vitorioso pelo Vélez Sarsfield e de boa campanha logo em seu primeiro desafio frente à seleção peruana. 8
Tradição: quarta força do futebol sul-americano nas décadas de 70 e 80, quando chegou três vezes entre os oito melhores da Copa - só Brasil, Argentina e Uruguai superam o Peru neste aspecto. Apesar disso, disputou apenas quatro vezes o Mundial, e sua última participação foi em 1982. 6
Últimas eliminatórias: o 7º lugar de 2014 foi um pouco melhor que o costume recente do Peru. Há tempos o país sequer belisca uma possibilidade remota de repescagem. 3
Momento da seleção: o terceiro lugar na Copa América anima. Desta vez, há o exemplo de 2011 para trazer o alerta: Copa América não são eliminatórias. Quatro anos atrás, a equipe acabou no pódio também, mas fracassou ao tentar chegar ao Mundial. 7
Fator local: apesar de grande, o Estádio Nacional de Lima não faz pressão. Não há altitude, também. O Peru tem retrospecto comum como mandante. 5
URUGUAI (7,8 - 3º)
Elenco: para um país de apenas 3 milhões de habitantes, é fantástico. Mesmo um pouco abaixo do timaço de 2010 e 2011, o Uruguai consegue se renovar de maneira a não deixar o nível cair tanto. 7
Ataque: Cavani e Suárez formam a dupla de ataque mais afinada das seleções sul-americanas na atualidade. Mesmo sem criatividade no meio, eles dão conta do recado às vezes sozinhos. O que falta é reposição adequada. 8
Defesa: Godín e Giménez jogam juntos (e muito bem) no Atlético de Madrid. Há bons volantes, laterais seguros e reposição de bom nível para todas as funções. O goleiro Muslera, mesmo contestado, costuma ir bem pela seleção. 9
Técnico: treinador mais experiente das eliminatórias, Óscar Tabárez já não goza da unanimidade que tinha anos atrás, mas é um comandante de respeito para a Celeste. 8
Tradição: bicampeão mundial e olímpico e maior vencedor da história da Copa América, o Uruguai não deve nada em termos de peso de camiseta aos gigantes Brasil e Argentina. 9
Últimas eliminatórias: a tradição desde 2002 é ver o Uruguai decidindo vaga na repescagem. Só não conseguiu ir à Copa recentemente em 2006, quando perdeu para a Austrália. 7
Momento da seleção: o Uruguai vive dias complicados devido à ausência de Luis Suárez por suspensão. Ainda assim, os resultados recentes não chegam a ser tão ruins. 6
Fator local: nenhuma seleção no mundo joga há tanto tempo em casa quanto o Uruguai no Centenario. Lá, a Celeste raramente é batida. 8
VENEZUELA (4,1 - 9º)
Elenco: quase metade do elenco convocado para a estreia nas eliminatórias joga na Europa, mas em clubes de médio porte. 5
Ataque: não há jogadores decisivos, nem uma mecânica de jogos envolvente que faça da Venezuela uma seleção temível. Em 2014, teve o ataque mais fraco das eliminatórias, por exemplo. 4
Defesa: foi bem na Copa América, mas tem sido um desastre nos amistosos há pelo menos dois anos. 5
Técnico: Noel Sanvicente é um monstro do futebol local, principal responsável pelo crescimento do Caracas em nível continental. Conhece bem a realidade nacional e pode fazer um bom trabalho, se tiver tempo. 6
Tradição: é tão fraca que muitos ainda acham que é o saco de pancadas da América do Sul, embora esta realidade não seja mais verdadeira há 15 anos. 1
Últimas eliminatórias: a última vez que a Venezuela foi lanterna das eliminatórias foi em 1998. Em 2014, chegou a ocupar lugar no G-4, mas acabou perdendo fôlego e ficou em 6º. Ainda assim, segue sendo a única seleção sul-americana que nunca disputou a Copa. 4
Momento da seleção: segue sua lenta evolução, mas vive uma fase de baixa. Não passou de fase na Copa América e perdeu nove dos últimos 14 jogos que disputou. 4
Fator local: na última eliminatória, chegou a ganhar em casa da Argentina. A torcida participa, mas não chega a impor pressão. E a seleção sofre quando precisa propor jogo. 4
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