O empate entre San Lorenzo e Rosario Central foi espetacular. Principalmente para o Boca
Raros são os jogos em que os dois times acabam a partida cabisbaixos. Foi o caso de sábado, no Nuevo Gasómetro, quando San Lorenzo e Rosario Central se encontraram em um confronto crucial para os rumos do Campeonato Argentino. Porque a vitória era fundamental a ambos: o time da capital precisava dela para se aproximar da liderança, e o de Rosario para manter as chances de título vivos e ultrapassar o próprio San Lorenzo para conseguir sua vaga direta para a Libertadores do ano que vem. Nada disso foi alcançado.
Mas isso é o fim do jogo. O que interessa é que, até chegar a ele, as duas equipes perseguiram o resultado com tamanha disposição que protagonizaram um dos melhores jogos da temporada. Se o término foi melancólico, o meio do jogo foi excelente. Ou o começo: eram apenas 14 segundos quando Villalba fazia 1 a 0 para os donos da casa, após uma excelente jogada de Elizari, ajudado que foi pelo mau posicionamento do árbitro Germán Delfino.
Mas o Central é osso duríssimo de roer. Comandado pelo excelente centroavante Marco Rubén, o time de Eduardo Coudet, que perdeu só dois dos 27 jogos que disputou no certame, veio para cima com a personalidade de sempre. Em nada sentiu o baque de começar perdendo o jogo logo de cara: pôs a bola no chão, se adonou do meio-campo, empurrou o vice-campeão mundial contra o seu campo em sua própria casa e chegou ao empate ainda no primeiro tempo. Gol de Rubén, máximo artilheiro do campeonato, em pênalti sofrido por ele próprio.
O exato instante em que Rubén vira o jogo com um balaço |
Mas não dá pra dizer que ninguém ficou satisfeito com o empate. O Boca adorou: a equipe de Rodolfo Arruabarrena jogou só para o gasto, precisou de um gol contra para fazer 1 a 0 no modesto Crucero del Norte na Bombonera, mas isso foi o suficiente para ampliar para seis pontos a vantagem na liderança, a maior distância já aberta neste campeonato. Faltando três rodadas, é muito improvável que perca o título. Pode ser campeão na rodada que vem, marcada para o distante 1º de novembro, quando visitará o Racing em Avellaneda.
Claro, todo o cuidado é válido mesmo assim, Em 2006, este mesmo Boca perdeu um título em circunstâncias semelhantes para o Estudiantes, após perder dois jogos seguidos nas últimas rodadas e ainda tomar uma virada na partida extra contra a equipe de La Plata. Naquela época, é verdade, não tinha Tevez, mas contava com Gago, Palacio e Palermo no elenco. É bom sempre ter cuidado, ainda mais para não depender de um resultado contra esse fortíssimo Central, em Rosário, na última rodada.
Falando em Racing, a briga pela Libertadores segue acirradíssima. Praticamente garantido, o Central ainda sonha com o vice-campeonato, que lhe daria a vaga direta. Do 3º ao 6º colocados, é preciso jogar um mata-mata para saber quem irá à Copa. Com o River garantido por ser o atual campeão da América, os confrontos hoje seriam Central x Belgrano e Racing x Independiente, mas Estudiantes, Banfield, Tigre e Quilmes seguem no páreo.
De todos estes, nenhum vem jogando mais que o Independiente, que enfiou 3 a 0 ontem no River, em grande atuação, naquela que pode ter sido uma prévia da semifinal da Copa Sul-Americana. Com o técnico Mauricio Pellegrino, o Rojo ganhou oito dos 12 jogos que disputou, e empatou os outros quatro. Olho no maior campeão da América, que vem forte para tentar o octa no ano que vem.
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