O golaço foi a cereja no bolo da atuação excepcional de Dátolo contra o Flamengo



Um dos heróis da campanha do título da Copa do Brasil do ano passado, inclusive com um gol importantíssimo nos históricos 4 a 1 sobre o Flamengo na semifinal, Jesús Dátolo viveu mais uma jornada de gala contra os cariocas com a camisa do Atlético Mineiro. Desta vez, o 4 a 1 foi no Independência, não teve caráter tão decisivo quanto o daquele 6 de novembro de 2014, mas a atuação do argentino superou, e muito, aquela. Ou, talvez, qualquer outra dele com a camisa do Galo.

Dátolo foi uma das raras notas 10 de um Campeonato Brasileiro excelente em termos técnicos. Isso já dá a dimensão de sua participação na vitória do Atlético. O golaço marcado aos 25 do segundo tempo foi espetacular: uma caneta maravilhosa em Pará e um toque colocado de extrema categoria e consciência, de fora da área. Paulo Victor só olhou. Poderia também ter aplaudido o lance. E ele esteve longe de ser o único acerto do meia hoje à tarde.

O golaço foi só o toque final de uma partida completa. Jogando na dele, centralizado (não como ponta ou segundo volante), Dátolo comandou toda a criação do Galo no Horto. Ditou o ritmo do time a tarde toda: algumas poucas vezes segurou a bola, e na maioria delas acelerou as ações, que é a característica irresistível da equipe mineira. Se Giovanni Augusto vem fazendo um ótimo campeonato e muitos talvez pensassem que faria falta, Dátolo o substituiu com sobras. Colocou Marcos Rocha e Douglas Santos para apoiarem de forma coordenada, participou da marcação, se aproximou de Luan, Thiago Pratto e Pratto. Deu assistências para os três gols da equipe, incluindo o contra, do zagueiro flamenguista Marcelo. E fez a sua pintura.

Claro, ele não decidiu o jogo sozinho. A partida poderia ter sido bem diferente se, aos 9 minutos, Alan Patrick não tivesse batido tão mal o pênalti por Marcelo Cirino - a diferença de atuação de um meia para o outro foi a diferença de placar também. O Galo teve, portanto, Victor decisivo, Jemerson marcando dois gols pelo alto, Luan com a intensidade habitual, Marcos Rocha fortíssimo no apoio e seguro atrás, entre outros méritos. O resultado de 4 a 1 é importantíssimo para deixar claro o que todos sabiam: a goleada sofrida em Santos foi circunstancial, e não o habitual. Que bom para o campeonato, que segue com a disputa de título aberta.

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