Itaquera viu os 90 minutos mais bem jogados do Brasileirão. E o Grêmio foi melhor
O pior que aconteceu para o Grêmio na noite de ontem foi o resultado. Sim, um empate fora de casa com o líder Corinthians foi até mesmo lamentado, por um lado, seja pelos torcedores, jogadores e pelo técnico Roger Machado. Algo que soa estranho analisando friamente o que é o Campeonato Brasileiro, qual era o adversário e o local em questão, mas que só ocorre devido às circunstâncias do jogo e do nível de atuação da equipe gaúcha. A Arena de Itaquera viu um jogo excepcional em termos táticos e de qualidade coletiva, com apenas 13 faltas marcadas ao longo dos 90 minutos mais bem jogados do Brasileirão até aqui, inclusive no que diz respeito à qualidade técnica, mesmo com dois times mutilados por convocações e lesões.
Roger chegou a São Paulo falando que só um jogo perfeito daria ao Grêmio a vitória em Itaquera. De fato, a partida feita por sua equipe só não foi perfeita por conta da indecisão entre Tiago, Galhardo e Rafael Thyere no lance do gol de Renato Augusto - ainda assim, os méritos do milimétrico lançamento Jadson são maiores que qualquer falha. Mas, apesar de o resultado de 1 a 1 não ter alterado a diferença do Tricolor para o Corinthians, ficou claro que o time de Roger está pronto para ganhar coisas grandes. Talvez não consiga este ano, pois resultados são imprevisíveis. Mas que está pronto, não resta mais nenhuma dúvida.
Na décima partida de invencibilidade desde o massacre no Gre-Nal, o Grêmio parece ter chegado ao seu auge em termos coletivos. Digo "parece" porque sempre parece impossível melhorar, mas o time cresce jogo a jogo, continuamente. Em Itaquera, a consciência tática da equipe de Roger não surpreendeu. O que chamou a atenção (embora também não seja inédito para este time) foi a personalidade com que o Tricolor se impôs em plena casa corintiana. Diante de um adversário sólido, pragmático, fortíssimo e muito bem treinado, o Grêmio, mesmo com cinco titulares ausentes (entre eles Luan, seu principal jogador), dominou a maior parte do jogo. Sentiu menos os seus desfalques do que o mais rico elenco corintiano, prova de que tem, no mínimo, um conjunto tão forte quanto o do líder do Brasileirão.
Muitos esperavam um jogo semelhante ao que este time travou com o Atlético Mineiro, em Belo Horizonte. Pois foi completamente distinto: ao contrário do Galo, o Corinthians gosta de jogar fechado. Só que isso não foi exatamente uma estratégia pensada ou voluntária, mas uma imposição do Grêmio, que controlou o meio a partir de uma marcação adiantada e agressiva. Galhardo e Marcelo Oliveira foram dois destaques defensivos ao marcarem Jadson e Malcom, diminuindo as possibilidades do contragolpe corintiano - Jadson só conseguia algum sucesso quando caía pelo meio. No ataque, as dobradinhas dos laterais com Giuliano e Pedro Rocha envolviam a defesa do Timão. O gol de Bobô já fazia justiça ao placar quando ocorreu.
O Corinthians só dominou o jogo por cerca de 10 minutos: após praticamente achar o seu gol, num momento em que o Grêmio estava bem mais perto do segundo que de sofrer o empate (Bressan chegou a fazê-lo, mas impedido). Dos 20 aos 30, na base da empolgação da torcida, o Timão viveu seu melhor momento no jogo. Mas logo o Tricolor se reassentou em campo e voltou a equilibrar as ações - só sofreria certa pressão nos acréscimos, já depois de Douglas perder a bola do jogo, aos 39.
É o gostinho de ter estado à frente no placar e de ter, por sete minutos, embolado de vez o Campeonato Brasileiro que deixam ao Grêmio um leve amargor após o 1 a 1. Mas o resultado não foi de modo algum ruim: faltando 14 rodadas, tirar seis pontos é possível - vale lembrar que o Timão ainda visita o Galo, e o Galo visitará o Grêmio, duas vantagens que o time de Roger pode ter no futuro. E a briga gremista é esta: com 45 pontos, o time gaúcho está mais próximo do líder Corinthians, que tem 51, que do São Paulo, 4º colocado, que tem 38. Quem vê o Grêmio sem chances de título é obrigado a considerá-lo já classificado à Libertadores, portanto. Faltando cerca de 18 pontos em 14 jogos, a classificação para o torneio continental está realmente próxima. Se o excepcional trabalho e Roger vai dar em título ainda neste ano ou não, no Brasileiro ou na Copa do Brasil, só o futuro dirá. Mas que a equipe gremista está pronta para isso, parece não restar mais dúvidas.
Grêmio 1 x 0 Corinthians, um déjà-vu
Roger chegou a São Paulo falando que só um jogo perfeito daria ao Grêmio a vitória em Itaquera. De fato, a partida feita por sua equipe só não foi perfeita por conta da indecisão entre Tiago, Galhardo e Rafael Thyere no lance do gol de Renato Augusto - ainda assim, os méritos do milimétrico lançamento Jadson são maiores que qualquer falha. Mas, apesar de o resultado de 1 a 1 não ter alterado a diferença do Tricolor para o Corinthians, ficou claro que o time de Roger está pronto para ganhar coisas grandes. Talvez não consiga este ano, pois resultados são imprevisíveis. Mas que está pronto, não resta mais nenhuma dúvida.
Na décima partida de invencibilidade desde o massacre no Gre-Nal, o Grêmio parece ter chegado ao seu auge em termos coletivos. Digo "parece" porque sempre parece impossível melhorar, mas o time cresce jogo a jogo, continuamente. Em Itaquera, a consciência tática da equipe de Roger não surpreendeu. O que chamou a atenção (embora também não seja inédito para este time) foi a personalidade com que o Tricolor se impôs em plena casa corintiana. Diante de um adversário sólido, pragmático, fortíssimo e muito bem treinado, o Grêmio, mesmo com cinco titulares ausentes (entre eles Luan, seu principal jogador), dominou a maior parte do jogo. Sentiu menos os seus desfalques do que o mais rico elenco corintiano, prova de que tem, no mínimo, um conjunto tão forte quanto o do líder do Brasileirão.
Muitos esperavam um jogo semelhante ao que este time travou com o Atlético Mineiro, em Belo Horizonte. Pois foi completamente distinto: ao contrário do Galo, o Corinthians gosta de jogar fechado. Só que isso não foi exatamente uma estratégia pensada ou voluntária, mas uma imposição do Grêmio, que controlou o meio a partir de uma marcação adiantada e agressiva. Galhardo e Marcelo Oliveira foram dois destaques defensivos ao marcarem Jadson e Malcom, diminuindo as possibilidades do contragolpe corintiano - Jadson só conseguia algum sucesso quando caía pelo meio. No ataque, as dobradinhas dos laterais com Giuliano e Pedro Rocha envolviam a defesa do Timão. O gol de Bobô já fazia justiça ao placar quando ocorreu.
O Corinthians só dominou o jogo por cerca de 10 minutos: após praticamente achar o seu gol, num momento em que o Grêmio estava bem mais perto do segundo que de sofrer o empate (Bressan chegou a fazê-lo, mas impedido). Dos 20 aos 30, na base da empolgação da torcida, o Timão viveu seu melhor momento no jogo. Mas logo o Tricolor se reassentou em campo e voltou a equilibrar as ações - só sofreria certa pressão nos acréscimos, já depois de Douglas perder a bola do jogo, aos 39.
É o gostinho de ter estado à frente no placar e de ter, por sete minutos, embolado de vez o Campeonato Brasileiro que deixam ao Grêmio um leve amargor após o 1 a 1. Mas o resultado não foi de modo algum ruim: faltando 14 rodadas, tirar seis pontos é possível - vale lembrar que o Timão ainda visita o Galo, e o Galo visitará o Grêmio, duas vantagens que o time de Roger pode ter no futuro. E a briga gremista é esta: com 45 pontos, o time gaúcho está mais próximo do líder Corinthians, que tem 51, que do São Paulo, 4º colocado, que tem 38. Quem vê o Grêmio sem chances de título é obrigado a considerá-lo já classificado à Libertadores, portanto. Faltando cerca de 18 pontos em 14 jogos, a classificação para o torneio continental está realmente próxima. Se o excepcional trabalho e Roger vai dar em título ainda neste ano ou não, no Brasileiro ou na Copa do Brasil, só o futuro dirá. Mas que a equipe gremista está pronta para isso, parece não restar mais dúvidas.
Grêmio 1 x 0 Corinthians, um déjà-vu
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