Os problemas defensivos do Grêmio mostraram porque Pedro Rocha ainda deve ser titular
Roger Machado já havia dado indícios durante a semana de que Pedro Rocha poderia deixar o time do Grêmio para a entrada de Fernandinho. A escalação do ponteiro como titular pela primeira vez em dez meses, portanto, não surpreendeu. O que também não surpreende foi o fato de o Tricolor ter enfrentado sérias dificuldades durante toda a manhã contra a Ponte Preta. Nem todos, talvez sequer a maioria ou os mais importantes, passam por Fernandinho. Mas alguns, sim, se justificam pela mudança do titular da ponta esquerda.
Embora tecnicamente muito qualificado, Fernandinho não faz algo fundamental, que Pedro Rocha sabe bem: recompor defensivamente. Quem se irritou com alguns gols perdidos pelo garoto recentemente deveria pensar nisso antes de pedir sua saída do time. No Moisés Lucarelli, o lateral direito Rodinei, famosa arma ofensiva da Ponte pela direita, dificilmente teria a liberdade que teve para atacar se Pedro Rocha estivesse por ali. Como a cobertura de Fernando Bob por ali era precisa e muito eficiente, e como os meias do Grêmio não funcionaram nunca na aproximação com os lados do campo, Fernandinho esteve sempre sob controle. E como Fernandinho não volta tanto, Rodinei tinha liberdade para avançar.
Pedro Rocha substituiu Fernandinho aos 32 minutos do segundo tempo. Coincidência ou não, depois da mexida Rodinei não subiu mais por ali e, após sua entrada, o Grêmio criou duas chances de gol, o que nos 77 minutos anteriores não havia ocorrido - ele aproxima melhor, tabela melhor com os meias, embora não tenha tanta vitória pessoal. Em Curitiba, ocorreu o contrário: mal no jogo, Pedro Rocha foi bem substituído pelo 12º titular de Roger. Naquele jogo talvez fizesse até mais sentido começar com Fernandinho, já que o lateral direito do Coxa era o zagueiro Leandro Silva, improvisado, e não um ala de ofício, com qualidade no apoio.
A opção, portanto, pode variar de jogo para jogo. Mas a entrada de Fernandinho, pegando a defesa cansada, é uma arma poderosa que Roger abre mão quando o escala desde o início. Com todos os titulares à disposição, não há necessidade de queimar esse cartucho. Pedro Rocha é um jogador que se encaixa melhor na mecânica coletiva da equipe, ao contrário de Fernandinho, que é muito útil, mas é também um solista.
Mas claro, não foi só isso que explicou a atuação ruim do Grêmio em Campinas. O gramado seco prejudicou bastante o toque de bola rápido, característica do time de Roger. A bola nunca passou pelo meio-campo hoje, nem no segundo tempo, algo que o Grêmio conseguiu corrigir nos segundos tempos contra Joinville e Coritiba. O cansaço de jogar às 11h cobra caro de quem usa muito os mesmos jogadores e tem um estilo de intensidade física, ainda mais porque a Ponte titular descansou no meio de semana. Diante de tudo isso, o empate foi um excelente negócio, até porque todos os que vêm atrás perderam (Palmeiras, São Paulo, Fluminense, Sport e Atlético Paranaense). O Grêmio, mesmo com todos os problemas, sai da 20ª rodada um pouco mais longe dos líderes, é verdade, mas também cada vez mais fincado no G-4. Porém, a atuação foi tão fraca que nem as vitórias de Corinthians e Atlético Mineiro, e nem o tornozelaço de Braian Rodríguez no fim, deixam um gosto amargo neste domingo gremista.
Embora tecnicamente muito qualificado, Fernandinho não faz algo fundamental, que Pedro Rocha sabe bem: recompor defensivamente. Quem se irritou com alguns gols perdidos pelo garoto recentemente deveria pensar nisso antes de pedir sua saída do time. No Moisés Lucarelli, o lateral direito Rodinei, famosa arma ofensiva da Ponte pela direita, dificilmente teria a liberdade que teve para atacar se Pedro Rocha estivesse por ali. Como a cobertura de Fernando Bob por ali era precisa e muito eficiente, e como os meias do Grêmio não funcionaram nunca na aproximação com os lados do campo, Fernandinho esteve sempre sob controle. E como Fernandinho não volta tanto, Rodinei tinha liberdade para avançar.
Pedro Rocha substituiu Fernandinho aos 32 minutos do segundo tempo. Coincidência ou não, depois da mexida Rodinei não subiu mais por ali e, após sua entrada, o Grêmio criou duas chances de gol, o que nos 77 minutos anteriores não havia ocorrido - ele aproxima melhor, tabela melhor com os meias, embora não tenha tanta vitória pessoal. Em Curitiba, ocorreu o contrário: mal no jogo, Pedro Rocha foi bem substituído pelo 12º titular de Roger. Naquele jogo talvez fizesse até mais sentido começar com Fernandinho, já que o lateral direito do Coxa era o zagueiro Leandro Silva, improvisado, e não um ala de ofício, com qualidade no apoio.
A opção, portanto, pode variar de jogo para jogo. Mas a entrada de Fernandinho, pegando a defesa cansada, é uma arma poderosa que Roger abre mão quando o escala desde o início. Com todos os titulares à disposição, não há necessidade de queimar esse cartucho. Pedro Rocha é um jogador que se encaixa melhor na mecânica coletiva da equipe, ao contrário de Fernandinho, que é muito útil, mas é também um solista.
Mas claro, não foi só isso que explicou a atuação ruim do Grêmio em Campinas. O gramado seco prejudicou bastante o toque de bola rápido, característica do time de Roger. A bola nunca passou pelo meio-campo hoje, nem no segundo tempo, algo que o Grêmio conseguiu corrigir nos segundos tempos contra Joinville e Coritiba. O cansaço de jogar às 11h cobra caro de quem usa muito os mesmos jogadores e tem um estilo de intensidade física, ainda mais porque a Ponte titular descansou no meio de semana. Diante de tudo isso, o empate foi um excelente negócio, até porque todos os que vêm atrás perderam (Palmeiras, São Paulo, Fluminense, Sport e Atlético Paranaense). O Grêmio, mesmo com todos os problemas, sai da 20ª rodada um pouco mais longe dos líderes, é verdade, mas também cada vez mais fincado no G-4. Porém, a atuação foi tão fraca que nem as vitórias de Corinthians e Atlético Mineiro, e nem o tornozelaço de Braian Rodríguez no fim, deixam um gosto amargo neste domingo gremista.
Comentários
No entanto, tenho a impressão de que os adversários também estão estudando mais o Grêmio nos últimos jogos. Não sei muito de tática, mas me parece que eles têm ocupado mais o meio campo porque é no trio Giuliano-Douglas-Luan que passa a dinâmica ofensiva do time. E aí o elenco curto em algumas posições acaba pesando.
Acho que todos conhecem todos, todos estudam todos. É muito fácil o acesso a materiais de adversários hoje, ainda mais adversários do próprio país. O que falta, na minha visão, além de fôlego pra manter o nível tão alto (até em função do elenco) é TREINAMENTO. Como o Roger disse, com maratona de jogos tu precisa muito mais recuperar fisicamente o jogador que treinar contra-ataque, trocas de passe, etc. Amanhã, por exemplo, o elenco vai ganhar folga - e a medida é mais que acertada, é necessária, mesmo que haja decisão quinta pela Copa do Brasil.
Só que isso vai muito além do interesse dos que estão em campo. Tanto que a cbf anuncia que o campeonato vai parar em data fifa como se fosse uma conquista, e não o mínimo necessário. Enfim, o que todo mundo que acompanha isso sabe.