Os números projetam um returno espetacular para o Campeonato Brasileiro
Já falamos na terça-feira que o primeiro turno do Campeonato Brasileiro havia sido ótimo. No segundo, a tendência é tudo ficar ainda melhor. A todos os ingredientes que já tornam o campeonato atual o melhor dos últimos tempos se somará outro, tão batido quanto essencial: a emoção. Tudo porque o equilíbrio é grande e, como as brigas são acirradas tanto em cima quanto embaixo, a competitividade tem tudo para crescer. A distância entre a ponta de cima e a de baixo, que hoje é enorme, deve diminuir, se a tendência destes 12 anos dos pontos corridos for mantida. Afinal, o aproveitamento do último do G-4 diminuiu em relação ao primeiro do Z-4 nove vezes, ou 75% dos casos.
Tudo começa na briga pelo título. Embora não se possa descartar uma arrancada de quem vem de trás, tudo leva a crer que o Brasileirão 2015 vai parar na galeria de Corinthians, Atlético Mineiro ou Grêmio, os três primeiros colocados. Claro, todos vão lembrar de cara o São Paulo de 2008 (4º ao final do turno, 8 pontos atrás do então líder Grêmio) ou o Flamengo de 2009 (7º ao final do turno, também 8 pontos atrás do então líder Internacional) como exemplos de que tudo pode mudar. Claro que pode, mas eles só são lembrados por isso mesmo: são exceções. Nestes 12 anos, o campeão era também o líder do turno em nove oportunidades, e em uma (Fluminense, 2012) era o vice-líder.
Das 52 vagas à Libertadores que o Brasileirão distribuiu nestes 12 anos, 39 (ou exatamente 75%) ficaram com quem terminou o primeiro turno com uma delas. Ou seja: a tendência é que três dos quatro times que hoje ocupam o G-4 finalizem o campeonato dentro dele. Isso reforça a probabilidade anterior, de que Corinthians, Galo e Grêmio sejam os reais postulantes ao título. Afinal, como eles já sustentam uma distância relativamente confortável (cinco pontos no caso de mineiros e gaúchos, nove no caso de paulistas) em relação ao 5º colocado, o mais provável, obviamente, é que estes três estejam de fato classificados à competição continental do ano que vem. Somente uma vez um time com cinco ou mais pontos de vantagem para o primeiro fora da zona de classificação ao final do turno (distância que Galo e Tricolor mantêm hoje para o 5º lugar) não chegou à Libertadores: o Palmeiras, em 2009.
Mas, tirando o Corinthians, que realmente está muito bem encaminhado, nem Atlético, nem Grêmio, podem se considerar com a vaga na mão. Afinal, pelo que estamos vendo em 2015, a briga promete ser muito forte. Mineiros e gaúchos oscilam menos que Fluminense, Palmeiras, São Paulo, Sport e Atlético Paranaense, mas todos estes já estiveram vez que outra no G-4, e estão com pontuação de quem deve brigar até o fim. Tirando o Flu, que já está na zona da Libertadores hoje, estes quatro clubes são os principais candidatos a desfazer o G-4 atual. A distância do último deles, o Furacão, para a faixa classificatória é de apenas três pontos.
Se algum outro clube mais abaixo chegar, será algo fora da tendência, embora já tenha ocorrido. Dos 13 times que furaram o bloqueio do G-4 de um turno para o outro, sete (mais da metade, portanto), tinha até quatro pontos de distância do primeiro clube que estava classificado ao final do turno - o que, em 2015, restringiria a briga aos oito primeiros mesmo. O Palmeiras de 2004 estava cinco atrás, o São Caetano de 2003 seis e o Inter de 2011 sete. Favoritos a inverter a tendência, tanto pela camisa como pelo elenco que possuem, Internacional, Flamengo, Santos e Cruzeiro precisariam de uma arrancada histórica no returno, como a do Cruzeiro de 2009 ou a do Grêmio de 2010, que conseguiram o milagre de tirar 11 pontos em 19 rodadas. Improvável, portanto, embora não impossível.
Lá embaixo, tudo indefinido. Das 46 vagas para a Série B, apenas 26 foram ocupadas por equipes que estavam no Z-4 ao final da metade do campeonato. Ou seja: há bastante espaço para reação. Mas com um detalhe: nenhum dos 20 clubes que conseguiram sair de baixo de um turno para o outro tinha distância maior que cinco pontos para a saída do Z-4 neste momento do campeonato. Ou seja: Goiás, Coritiba e Joinville devem manter esperanças, enquanto o Vasco (sete pontos atrás do 16º hoje) precisaria de um feito inédito
PROVÁVEIS NECESSIDADES DE PONTOS
Título: 77 pontos
Tem-se por praxe determinar que quem faz 2/3 dos pontos será campeão. Nestes 12 anos, o campeão do turno o fechou com uma média de 68,4% de aproveitamento, e o do campeonato com 65,9%. A tendência, portanto, é de queda de 2,5% no rendimento. Pegando o aproveitamento atual do Corinthians, de 70,2%, o índice necessário seria de 67,7%, ou 77 pontos. Neste caso, o Timão precisaria de 37 pontos, contra 41 de Atlético e Grêmio. O Fluminense, 4º colocado, precisaria de 44, rendimento nunca alcançado por clube algum em turno algum desde que o Brasileirão tem 20 clubes.
Libertadores: 64 pontos
Pela média destes 12 anos, o aproveitamento do último classificado para a Libertadores costuma cair pouco menos de dois pontos percentuais de um turno para o outro (de 57,0% para 55,2%). Atualmente, o dono desta quarta vaga é o Fluminense, com 57,9%, o que deixaria o índice de 2015 em 56,1%, ou 64 pontos. O Corinthians precisaria de 24 pontos (42,1%), contra 28 de Galo e Grêmio (49,1%) - os três favoritos devem precisar de menos de 50% dos pontos do returno, portanto. O Fluminense teria de fazer 31 (54,4%), Palmeiras, São Paulo e Sport 33 (57,9%), e o Atlético Paranaense 34 (59,6%). Dos grandes lá de trás, todos precisam de rendimento de campeão: o Inter terá de fazer 39 pontos (68,4%), o Santos 40 (70,2%), o Flamengo 41 (71,4%) e o Cruzeiro 42 pontos (73,7%).
Escapar da queda: 44 pontos
A média do primeiro que escapa subiu de um turno para o outro em 11 dos 12 anos até agora. Atualmente, o Avaí tem 20 pontos, o que projetaria 40 ao final, se repetido o seu desempenho. Porém, o número que o primeiro que foge da queda costuma marcar em média sobe mais de três pontos percentuais, de 34,9% na metade para 38,2% ao final do campeonato. Se os 35,1% do time catarinense subirem os 3,3 pontos de média, teremos um rendimento necessário de 38,4% para escapar este ano, o que daria 44 pontos ao final. O Vasco teria de fazer nada menos que 31 pontos (54,4%), quase o rendimento de um classificado à Libertadores, e mais do que o dobro de pontos do que fez no turno, para escapar. O Joinville precisaria de 28 (49,1%), o Coritiba de 26 (45,6%), o Goiás de 25 (43,9%), Avaí e Figueirense de 24 (42,1%), o Cruzeiro dos mesmos 22 que fez no turno (38,6%), o Flamengo 21 (36,8%) e o Santos de 20 (35,1%).
Tudo começa na briga pelo título. Embora não se possa descartar uma arrancada de quem vem de trás, tudo leva a crer que o Brasileirão 2015 vai parar na galeria de Corinthians, Atlético Mineiro ou Grêmio, os três primeiros colocados. Claro, todos vão lembrar de cara o São Paulo de 2008 (4º ao final do turno, 8 pontos atrás do então líder Grêmio) ou o Flamengo de 2009 (7º ao final do turno, também 8 pontos atrás do então líder Internacional) como exemplos de que tudo pode mudar. Claro que pode, mas eles só são lembrados por isso mesmo: são exceções. Nestes 12 anos, o campeão era também o líder do turno em nove oportunidades, e em uma (Fluminense, 2012) era o vice-líder.
Das 52 vagas à Libertadores que o Brasileirão distribuiu nestes 12 anos, 39 (ou exatamente 75%) ficaram com quem terminou o primeiro turno com uma delas. Ou seja: a tendência é que três dos quatro times que hoje ocupam o G-4 finalizem o campeonato dentro dele. Isso reforça a probabilidade anterior, de que Corinthians, Galo e Grêmio sejam os reais postulantes ao título. Afinal, como eles já sustentam uma distância relativamente confortável (cinco pontos no caso de mineiros e gaúchos, nove no caso de paulistas) em relação ao 5º colocado, o mais provável, obviamente, é que estes três estejam de fato classificados à competição continental do ano que vem. Somente uma vez um time com cinco ou mais pontos de vantagem para o primeiro fora da zona de classificação ao final do turno (distância que Galo e Tricolor mantêm hoje para o 5º lugar) não chegou à Libertadores: o Palmeiras, em 2009.
Mas, tirando o Corinthians, que realmente está muito bem encaminhado, nem Atlético, nem Grêmio, podem se considerar com a vaga na mão. Afinal, pelo que estamos vendo em 2015, a briga promete ser muito forte. Mineiros e gaúchos oscilam menos que Fluminense, Palmeiras, São Paulo, Sport e Atlético Paranaense, mas todos estes já estiveram vez que outra no G-4, e estão com pontuação de quem deve brigar até o fim. Tirando o Flu, que já está na zona da Libertadores hoje, estes quatro clubes são os principais candidatos a desfazer o G-4 atual. A distância do último deles, o Furacão, para a faixa classificatória é de apenas três pontos.
Se algum outro clube mais abaixo chegar, será algo fora da tendência, embora já tenha ocorrido. Dos 13 times que furaram o bloqueio do G-4 de um turno para o outro, sete (mais da metade, portanto), tinha até quatro pontos de distância do primeiro clube que estava classificado ao final do turno - o que, em 2015, restringiria a briga aos oito primeiros mesmo. O Palmeiras de 2004 estava cinco atrás, o São Caetano de 2003 seis e o Inter de 2011 sete. Favoritos a inverter a tendência, tanto pela camisa como pelo elenco que possuem, Internacional, Flamengo, Santos e Cruzeiro precisariam de uma arrancada histórica no returno, como a do Cruzeiro de 2009 ou a do Grêmio de 2010, que conseguiram o milagre de tirar 11 pontos em 19 rodadas. Improvável, portanto, embora não impossível.
Lá embaixo, tudo indefinido. Das 46 vagas para a Série B, apenas 26 foram ocupadas por equipes que estavam no Z-4 ao final da metade do campeonato. Ou seja: há bastante espaço para reação. Mas com um detalhe: nenhum dos 20 clubes que conseguiram sair de baixo de um turno para o outro tinha distância maior que cinco pontos para a saída do Z-4 neste momento do campeonato. Ou seja: Goiás, Coritiba e Joinville devem manter esperanças, enquanto o Vasco (sete pontos atrás do 16º hoje) precisaria de um feito inédito
PROVÁVEIS NECESSIDADES DE PONTOS
Título: 77 pontos
Tem-se por praxe determinar que quem faz 2/3 dos pontos será campeão. Nestes 12 anos, o campeão do turno o fechou com uma média de 68,4% de aproveitamento, e o do campeonato com 65,9%. A tendência, portanto, é de queda de 2,5% no rendimento. Pegando o aproveitamento atual do Corinthians, de 70,2%, o índice necessário seria de 67,7%, ou 77 pontos. Neste caso, o Timão precisaria de 37 pontos, contra 41 de Atlético e Grêmio. O Fluminense, 4º colocado, precisaria de 44, rendimento nunca alcançado por clube algum em turno algum desde que o Brasileirão tem 20 clubes.
Libertadores: 64 pontos
Pela média destes 12 anos, o aproveitamento do último classificado para a Libertadores costuma cair pouco menos de dois pontos percentuais de um turno para o outro (de 57,0% para 55,2%). Atualmente, o dono desta quarta vaga é o Fluminense, com 57,9%, o que deixaria o índice de 2015 em 56,1%, ou 64 pontos. O Corinthians precisaria de 24 pontos (42,1%), contra 28 de Galo e Grêmio (49,1%) - os três favoritos devem precisar de menos de 50% dos pontos do returno, portanto. O Fluminense teria de fazer 31 (54,4%), Palmeiras, São Paulo e Sport 33 (57,9%), e o Atlético Paranaense 34 (59,6%). Dos grandes lá de trás, todos precisam de rendimento de campeão: o Inter terá de fazer 39 pontos (68,4%), o Santos 40 (70,2%), o Flamengo 41 (71,4%) e o Cruzeiro 42 pontos (73,7%).
Escapar da queda: 44 pontos
A média do primeiro que escapa subiu de um turno para o outro em 11 dos 12 anos até agora. Atualmente, o Avaí tem 20 pontos, o que projetaria 40 ao final, se repetido o seu desempenho. Porém, o número que o primeiro que foge da queda costuma marcar em média sobe mais de três pontos percentuais, de 34,9% na metade para 38,2% ao final do campeonato. Se os 35,1% do time catarinense subirem os 3,3 pontos de média, teremos um rendimento necessário de 38,4% para escapar este ano, o que daria 44 pontos ao final. O Vasco teria de fazer nada menos que 31 pontos (54,4%), quase o rendimento de um classificado à Libertadores, e mais do que o dobro de pontos do que fez no turno, para escapar. O Joinville precisaria de 28 (49,1%), o Coritiba de 26 (45,6%), o Goiás de 25 (43,9%), Avaí e Figueirense de 24 (42,1%), o Cruzeiro dos mesmos 22 que fez no turno (38,6%), o Flamengo 21 (36,8%) e o Santos de 20 (35,1%).
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