A rodada de ontem da Copa do Brasil reservou algumas surpresas. Mas só aparentemente
Se o mata-mata já é um tempero especial que anula o gosto do favoritismo em muitos duelos tidos como barbadas, o clássico tem o dom de exagerar neste sentido. Quando os confrontos das oitavas de final da Copa do Brasil foram sorteados, todos sabíamos disso. Ainda assim, foram poucos os que não indicavam que o Corinthians e especialmente o Flamengo seriam suas apostas para passar para as quartas. Nada se definiu, mas os primeiros indicativos vieram cheios deste gostinho ultratemperado, com notas de duelo direto entremeadas por toques de rivalidade.
A grande fase do Corinthians, invicto há 11 rodadas no Campeonato Brasileiro, o tornava o candidato mais destacado a se classificar. Porém, dois fatores foram subestimados: o fato de o jogo de ida ser na Vila Belmiro e, principalmente, o crescimento do Santos nas últimas semanas. Há algum tempo o Peixe deixou para trás a zona de rebaixamento. E, mesmo quando nela estava, sabíamos que tinha condições de sair da faixa de risco, pelos nomes que tem. A vitória de 2 a 0, mais que da superioridade, foi da maturidade de um time ainda jovem. E obriga o Timão, que disputa o título brasileiro, a, com atenções divididas, golear em Itaquera para seguir vivo.
No caso do clássico carioca, um triunfo vascaíno era ainda menos esperado, devido à fase tenebrosa pela qual a equipe passa no Brasileirão. Mesmo o histórico de sucesso em clássicos neste ano não parecia ser capaz de reverter a situação adversa. O fator desconsiderado, porém, foi outro: a instabilidade do Flamengo. A lua de mel com Guerrero passou, o time perdeu dois de seus três últimos jogos no campeonato, tem em Cristóvão um técnico contestado, sofreu uma dura derrota para o Palmeiras no domingo e, voltando para o retrospecto, perdeu quase todos os clássicos que jogou recentemente. Empolgado pela estreia de Jorginho, o Vasco foi levemente melhor e mereceu o resultado. Tem jogadores para ao menos brigar para não cair, sair da lanterna absoluta. Resta saber se vai transferir esse ânimo da Copa do Brasil para o Brasileiro.
Uso o exemplo dos clássicos apenas desmistificar a ideia de que o mata-mata é injusto, ou causa surpresas. Porque nos jogos de ontem, é verdade, tivemos três resultados inesperados para quem olha a tabela de classificação do Brasileiro - o primeiro e inevitável impulso antes de qualquer projeção. Porém, as partidas desta quarta só refletiram a lógica atual das equipes, ou ao menos de uma delas. Claro, o Corinthians vem melhor do que o Santos, o Vasco vem pior do que o Flamengo, mas os placares se explicam também pela boa fase do Peixe e pela instabilidade rubro-negra. Os resultados, portanto, não surgiram do nada. Alguma lógica acaba prevalecendo, por mais que possa não ser a mais óbvia.
Em Belo Horizonte, em um jogo sem o aspecto da rivalidade e com fator local forte a favor do amplo favorito, o Figueirense, que vem mal, empatou com o Atlético em 1 a 1, um ótimo resultado. Placar aparentemente absurdo, mas isso se desconsiderarmos que o Galo vem tropeçando há três rodadas no Brasileirão - sendo que dois dos tropeços foram para Goiás e Chapecoense, que longe estão de serem grandes equipes. Os outros dois jogos tiveram resultados mais previsíveis. O Palmeiras venceu o Cruzeiro em casa por 2 a 1 - não aplicou placar mais elástico porque também oscilou recentemente (inclusive perdeu para a própria Raposa há dez dias). No Couto Pereira, o Grêmio não sobrou tanto diante dos reservas do Coxa, mas não pelo desempenho recente, e sim pelo cansaço. Ainda assim, venceu, que era o resultado lógico, mesmo como visitante.
Nenhum dos cinco duelos de ontem está definido. Grêmio x Coritiba é o mais próximo disso: o time gaúcho é muito superior, ganhou o primeiro jogo, decide em casa e terá pela frente um rival provavelmente com reservas. Já vimos grandes zebras na Copa do Brasil, e só por isso não cravamos a classificação gremista, embora ela seja muito provável. O Santos é o segundo mais bem encaminhado, pois só se for goleado cai fora. Mas o Flamengo pode ganhar do Vasco, o Galo pode bater o Figueira em Floripa e o Cruzeiro pode fazer 1 a 0 no Palmeiras no Mineirão. Estes três jogos são completamente imprevisíveis e impossíveis de se apontar favoritismos.
E para hoje? Bom, São Paulo e Ceará vêm irregulares, bem como Fluminense e Paysandu. Pela lógica, os tricolores, que jogam em casa e têm times superiores, devem se impor. A surpresa poderá estar no Beira-Rio: o Inter, é verdade, tem condições anímicas de reagir a partir da contratação de seu novo técnico, é muito mais time em teoria, mas seu desempenho recente é muito ruim. O Ituano, claro, não joga nem a quarta divisão nacional, mas na Copa Paulista vem patrolando, com 100% de aproveitamento após quatro rodadas, e nesta Copa do Brasil já eliminou Joinville, Portuguesa e Goiás. Vem com bem mais confiança, portanto. Olho no jogo de Porto Alegre.
A grande fase do Corinthians, invicto há 11 rodadas no Campeonato Brasileiro, o tornava o candidato mais destacado a se classificar. Porém, dois fatores foram subestimados: o fato de o jogo de ida ser na Vila Belmiro e, principalmente, o crescimento do Santos nas últimas semanas. Há algum tempo o Peixe deixou para trás a zona de rebaixamento. E, mesmo quando nela estava, sabíamos que tinha condições de sair da faixa de risco, pelos nomes que tem. A vitória de 2 a 0, mais que da superioridade, foi da maturidade de um time ainda jovem. E obriga o Timão, que disputa o título brasileiro, a, com atenções divididas, golear em Itaquera para seguir vivo.
No caso do clássico carioca, um triunfo vascaíno era ainda menos esperado, devido à fase tenebrosa pela qual a equipe passa no Brasileirão. Mesmo o histórico de sucesso em clássicos neste ano não parecia ser capaz de reverter a situação adversa. O fator desconsiderado, porém, foi outro: a instabilidade do Flamengo. A lua de mel com Guerrero passou, o time perdeu dois de seus três últimos jogos no campeonato, tem em Cristóvão um técnico contestado, sofreu uma dura derrota para o Palmeiras no domingo e, voltando para o retrospecto, perdeu quase todos os clássicos que jogou recentemente. Empolgado pela estreia de Jorginho, o Vasco foi levemente melhor e mereceu o resultado. Tem jogadores para ao menos brigar para não cair, sair da lanterna absoluta. Resta saber se vai transferir esse ânimo da Copa do Brasil para o Brasileiro.
Uso o exemplo dos clássicos apenas desmistificar a ideia de que o mata-mata é injusto, ou causa surpresas. Porque nos jogos de ontem, é verdade, tivemos três resultados inesperados para quem olha a tabela de classificação do Brasileiro - o primeiro e inevitável impulso antes de qualquer projeção. Porém, as partidas desta quarta só refletiram a lógica atual das equipes, ou ao menos de uma delas. Claro, o Corinthians vem melhor do que o Santos, o Vasco vem pior do que o Flamengo, mas os placares se explicam também pela boa fase do Peixe e pela instabilidade rubro-negra. Os resultados, portanto, não surgiram do nada. Alguma lógica acaba prevalecendo, por mais que possa não ser a mais óbvia.
Em Belo Horizonte, em um jogo sem o aspecto da rivalidade e com fator local forte a favor do amplo favorito, o Figueirense, que vem mal, empatou com o Atlético em 1 a 1, um ótimo resultado. Placar aparentemente absurdo, mas isso se desconsiderarmos que o Galo vem tropeçando há três rodadas no Brasileirão - sendo que dois dos tropeços foram para Goiás e Chapecoense, que longe estão de serem grandes equipes. Os outros dois jogos tiveram resultados mais previsíveis. O Palmeiras venceu o Cruzeiro em casa por 2 a 1 - não aplicou placar mais elástico porque também oscilou recentemente (inclusive perdeu para a própria Raposa há dez dias). No Couto Pereira, o Grêmio não sobrou tanto diante dos reservas do Coxa, mas não pelo desempenho recente, e sim pelo cansaço. Ainda assim, venceu, que era o resultado lógico, mesmo como visitante.
Nenhum dos cinco duelos de ontem está definido. Grêmio x Coritiba é o mais próximo disso: o time gaúcho é muito superior, ganhou o primeiro jogo, decide em casa e terá pela frente um rival provavelmente com reservas. Já vimos grandes zebras na Copa do Brasil, e só por isso não cravamos a classificação gremista, embora ela seja muito provável. O Santos é o segundo mais bem encaminhado, pois só se for goleado cai fora. Mas o Flamengo pode ganhar do Vasco, o Galo pode bater o Figueira em Floripa e o Cruzeiro pode fazer 1 a 0 no Palmeiras no Mineirão. Estes três jogos são completamente imprevisíveis e impossíveis de se apontar favoritismos.
E para hoje? Bom, São Paulo e Ceará vêm irregulares, bem como Fluminense e Paysandu. Pela lógica, os tricolores, que jogam em casa e têm times superiores, devem se impor. A surpresa poderá estar no Beira-Rio: o Inter, é verdade, tem condições anímicas de reagir a partir da contratação de seu novo técnico, é muito mais time em teoria, mas seu desempenho recente é muito ruim. O Ituano, claro, não joga nem a quarta divisão nacional, mas na Copa Paulista vem patrolando, com 100% de aproveitamento após quatro rodadas, e nesta Copa do Brasil já eliminou Joinville, Portuguesa e Goiás. Vem com bem mais confiança, portanto. Olho no jogo de Porto Alegre.
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