Só o Campinense permitiu ao Grêmio criar mais chances de gol do que o Vasco
Os números são claros: em 90 minutos neste sábado, o Grêmio criou 16 chances de gol, contra apenas quatro do Vasco, sendo que três destas quatro oportunidades foram faltas da intermediária. O único jogo em 2015 no qual o Tricolor criou mais situações perigosas foi na vitória sobre o Campinense, pela Copa do Brasil: naquela noite, na Arena, o time de Luiz Felipe Scolari teve 17 oportunidades de marcar, e saiu com o mesmo 2 a 0 de ontem. Vale lembrar que os paraibanos estão na quarta divisão do futebol nacional. E que o Vasco, além de (pelo menos por enquanto) estar na primeira, veio a Porto Alegre com o propósito principal de marcar o time gaúcho e se defender com eficiência.
Não lembro na história recente de um confronto entre dois gigantes do futebol brasileiro no qual um deles se posicionou em campo de forma tão humilde, aceitando sua condição inferior, como ontem à tardinha aqui na Arena. Nos 4 a 0 que levou do São Paulo, o Vasco encarou o Tricolor Paulista, teve chances. O placar amplo demais foi de certa forma enganoso pelo que foi o jogo. O de ontem também: 2 a 0 para o Grêmio foi pouco, muito pouco.
A única coisa que dificultou a vida gremista neste sábado foi a ansiedade de seu próprio time. Vindo de derrota para a Chapecoense, era obrigatório ganhar do Vasco para seguir firme dentro do G-4. O estádio cheio, embora ajude o time a crescer, também dá uma dose extra de ansiedade a cada jogador enquanto o primeiro gol não sai. Ainda assim, posicionado todo atrás, o time carioca permitiu ao Grêmio criar nada menos que sete boas chances de gol no primeiro tempo. O time é tão fraco em termos táticos que, mesmo em tese todo fechado, bastava ao time gaúcho tocar a bola com um pouco mais de calma que os espaços se abriam. O buraco entre a defesa e o setor ofensivo era facilmente aproveitado.
A aposta de Celso Roth na Arena foi a de não sofrer gols e tentar achar um numa bola parada. De fato, havia possibilidades para todos os gostos: Rodrigo pega bem de média e longa distância, enquanto Andrezinho leva jeito nas bolas alçadas e costuma ser letal nas diretas próximas à área. O problema é que o Vasco se resumiu a isso: no primeiro tempo, teve três oportunidades de gol, todas em chutes de muito longa distância de Rodrigo. Jamais chegou próximo à área do Grêmio, portanto. Era um time sem criação, de saída de bola lenta, vulnerável quando o adversário trocava passes e de recomposição mais lerda ainda. Chegou a permitir contragolpes aos gaúchos mesmo fora de casa, mesmo retrancados. Uma façanha.
O primeiro gol gremista foi ocasional, uma lambança de Charles e Anderson Salles, mas longe de ser injusto ou achado. Quem chama o adversário corre o risco de tomar gol desse jeito. Aí, claro, abriu a porteira: Roth se viu obrigado a mexer para tentar o empate, mas, mesmo aberto após o 1 a 0, seu time chegou apenas uma vez com perigo. Na única jogada trabalhada pelo Vasco em toda a noite, Éder Luís abriu para Gilberto chutar (de fora da área) nas mãos de Marcelo Grohe. O Grêmio, por sua vez, teve seis chances claras de gol depois de abrir o placar. Converteu uma, num passe genial de Giuliano para um biquinho certeiro de Pedro Rocha, o melhor jogador da partida.
Dagoberto, Éder Luís, Riascos, Andrezinho, Júlio César, Herrera, Guiñazú... nome por nome, o Vasco, embora bem longe de ser grande coisa, também não é o segundo pior grupo de jogadores do Campeonato Brasileiro. Mas, embora tenha potencial para ao menos deixar o Z-4, foi-se o tempo que dava para medir futebol pelo nível individual das peças. E o time cruz-maltino, em termos de conjunto, formação tática, ânimo, constituição de sistemas e tudo mais que envolva coletivo, é inferior a todos os 19 concorrentes no momento. Na tabela, pode ser ultrapassado pelo Joinville ainda hoje.
Outros exemplos das graves falhas da marcação vascaína
Não lembro na história recente de um confronto entre dois gigantes do futebol brasileiro no qual um deles se posicionou em campo de forma tão humilde, aceitando sua condição inferior, como ontem à tardinha aqui na Arena. Nos 4 a 0 que levou do São Paulo, o Vasco encarou o Tricolor Paulista, teve chances. O placar amplo demais foi de certa forma enganoso pelo que foi o jogo. O de ontem também: 2 a 0 para o Grêmio foi pouco, muito pouco.
A única coisa que dificultou a vida gremista neste sábado foi a ansiedade de seu próprio time. Vindo de derrota para a Chapecoense, era obrigatório ganhar do Vasco para seguir firme dentro do G-4. O estádio cheio, embora ajude o time a crescer, também dá uma dose extra de ansiedade a cada jogador enquanto o primeiro gol não sai. Ainda assim, posicionado todo atrás, o time carioca permitiu ao Grêmio criar nada menos que sete boas chances de gol no primeiro tempo. O time é tão fraco em termos táticos que, mesmo em tese todo fechado, bastava ao time gaúcho tocar a bola com um pouco mais de calma que os espaços se abriam. O buraco entre a defesa e o setor ofensivo era facilmente aproveitado.
Buraco entre Guiñazú e os meias deixa três gremistas livres na entrada da área. Detalhe: este lance não foi um contra-ataque, mas sim uma jogada trabalhada pelos gaúchos |
O primeiro gol gremista foi ocasional, uma lambança de Charles e Anderson Salles, mas longe de ser injusto ou achado. Quem chama o adversário corre o risco de tomar gol desse jeito. Aí, claro, abriu a porteira: Roth se viu obrigado a mexer para tentar o empate, mas, mesmo aberto após o 1 a 0, seu time chegou apenas uma vez com perigo. Na única jogada trabalhada pelo Vasco em toda a noite, Éder Luís abriu para Gilberto chutar (de fora da área) nas mãos de Marcelo Grohe. O Grêmio, por sua vez, teve seis chances claras de gol depois de abrir o placar. Converteu uma, num passe genial de Giuliano para um biquinho certeiro de Pedro Rocha, o melhor jogador da partida.
Dagoberto, Éder Luís, Riascos, Andrezinho, Júlio César, Herrera, Guiñazú... nome por nome, o Vasco, embora bem longe de ser grande coisa, também não é o segundo pior grupo de jogadores do Campeonato Brasileiro. Mas, embora tenha potencial para ao menos deixar o Z-4, foi-se o tempo que dava para medir futebol pelo nível individual das peças. E o time cruz-maltino, em termos de conjunto, formação tática, ânimo, constituição de sistemas e tudo mais que envolva coletivo, é inferior a todos os 19 concorrentes no momento. Na tabela, pode ser ultrapassado pelo Joinville ainda hoje.
Outros exemplos das graves falhas da marcação vascaína
Comentários
Um abraço,
Marcus Staffen