O futebol brasileiro fez um golzinho, mas 7 a 2 ainda é humilhação
Na hora de fazermos os balanços sobre o que mudou neste um ano após a derrota humilhante na semifinal da Copa de 2014, o futebol brasileiro tem pouca coisa nova a mostrar para o mundo da bola. A aprovação da MP 671 na véspera do aniversário do massacre alemão em Belo Horizonte poderia ser um marco glorioso de mudança. No entanto, o abrandamento do texto original, o qual acabou passando ontem pela Câmara dos Deputados, mostra que ainda temos um longo caminho a percorrer.
O primeiro ponto negativo das mudanças forçadas pela famigerada bancada da bola diz respeito justamente ao objeto final do 7 a 1: a Seleção Brasileira. Inicialmente, a medida provisória a transformaria em patrimônio cultural do povo brasileiro, o que, pela Constituição Federal, daria ao poder poder público a prerrogativa de preservá-la, punindo danos a ela na forma da lei. Na prática, tanto o Estado quanto o TCU poderiam fiscalizar a CBF. Sob o vil argumento de "não intervenção", tal redação foi retirada. Nossos cartolas não querem perder a boquinha, claro.
De resto, muita coisa mudou para melhor, é verdade, mas com bem menos vigor do que deveria. Donos de uma dívida de R$ 4 bilhões com o governo, os clubes não precisarão cumprir o déficit zero, podendo apresentar no máximo 5% de balanço no vermelho; as federações estaduais perderam poder com a entrada dos clubes da Série B na eleição para a presidência da CBF, mas os atletas seguem sem poder participar do pleito; criou-se uma loteria nova para financiar o futebol feminino, embora saibamos que esse tipo de expediente não seja efetivo.
Mas passou o fair-play financeiro; passou o refinanciamento da dívida dos clubes (embora com prazo alargado de 15 para 20 anos para quitá-la, é melhor definir um prazo mais longo do que simplesmente perdê-lo de vista); passou o prazo máximo de duração de mandatos e o fim da reeleição indefinida para presidentes de federações estaduais. Pode ser insuficiente para mudanças profundas, mas ao menos não agrava uma situação que é caótica.
Existe, enfim, uma mudança, embora muito menos profunda do que a que precisamos. O Flamengo e o Bom Senso FC, por exemplo, comemoraram o resultado como se fosse uma vitória, embora com a ressalva básica de que perdemos a chance de mudar de verdade o nosso futebol. Na verdade, mais do que um 7 a 2, o que se evitou foi o 8 a 1: se não fosse votada ontem, a MP não teria tempo hábil de chegar ao Senado. Dia 17, aniversário de 21 anos do Tetra, ela caducaria. Ao menos de manchar essa data gloriosa a gente deve se livrar.
O primeiro ponto negativo das mudanças forçadas pela famigerada bancada da bola diz respeito justamente ao objeto final do 7 a 1: a Seleção Brasileira. Inicialmente, a medida provisória a transformaria em patrimônio cultural do povo brasileiro, o que, pela Constituição Federal, daria ao poder poder público a prerrogativa de preservá-la, punindo danos a ela na forma da lei. Na prática, tanto o Estado quanto o TCU poderiam fiscalizar a CBF. Sob o vil argumento de "não intervenção", tal redação foi retirada. Nossos cartolas não querem perder a boquinha, claro.
De resto, muita coisa mudou para melhor, é verdade, mas com bem menos vigor do que deveria. Donos de uma dívida de R$ 4 bilhões com o governo, os clubes não precisarão cumprir o déficit zero, podendo apresentar no máximo 5% de balanço no vermelho; as federações estaduais perderam poder com a entrada dos clubes da Série B na eleição para a presidência da CBF, mas os atletas seguem sem poder participar do pleito; criou-se uma loteria nova para financiar o futebol feminino, embora saibamos que esse tipo de expediente não seja efetivo.
Mas passou o fair-play financeiro; passou o refinanciamento da dívida dos clubes (embora com prazo alargado de 15 para 20 anos para quitá-la, é melhor definir um prazo mais longo do que simplesmente perdê-lo de vista); passou o prazo máximo de duração de mandatos e o fim da reeleição indefinida para presidentes de federações estaduais. Pode ser insuficiente para mudanças profundas, mas ao menos não agrava uma situação que é caótica.
Existe, enfim, uma mudança, embora muito menos profunda do que a que precisamos. O Flamengo e o Bom Senso FC, por exemplo, comemoraram o resultado como se fosse uma vitória, embora com a ressalva básica de que perdemos a chance de mudar de verdade o nosso futebol. Na verdade, mais do que um 7 a 2, o que se evitou foi o 8 a 1: se não fosse votada ontem, a MP não teria tempo hábil de chegar ao Senado. Dia 17, aniversário de 21 anos do Tetra, ela caducaria. Ao menos de manchar essa data gloriosa a gente deve se livrar.
Comentários
Como resultado, seria interessante a não classificação da seleção para a copa na Rússia...